“BLACKOUT”
João Samões
«Não há diferença entre a morte e a sexualidade. Elas não passam de momentos agudos de uma festa que a natureza celebra com a multidão inesgotável dos seres, e ambas têm o sentido do desperdício ilimitado que a natureza leva a cabo contra o desejo de durar que é próprio de cada ser.»
Georges Bataille
Nesta performance experimental de João Samões, dois intérpretes percorrem e exploram a superfície e as texturas dos ossos de um modelo anatómico de esqueleto humano através de pequenos microfones de contacto, enquanto um sonoplasta manipula e esculpe eletronicamente o som em tempo real. Blackout é uma obra híbrida sob a forma de performance sonora e refere-se a um trabalho que lida com conceções criativas que buscam integrar noções de som, tempo, espaço, imagem e movimento. Centra-se num objeto manipulado como gerador de som, ressonância e sentido, e num entendimento do corpo como uma inesperada montagem de símbolos e códigos. Esta performance sonora foi concebida em Novembro de 2007 a partir de um fragmento da peça «O Labirinto, a Morte e o Público», e tem como referência simbólica e antropológica determinados rituais arcaicos em que a redução e a visualização ao estado de esqueleto através do pensamento e da meditação tem um valor ascético e metafísico, onde a vida regressa à sua primordial condição de ilusão efémera em perpétua transformação.
João Samões nasceu em 1970 em Lisboa. Estudou antropologia, improvisação e coreografia em Lisboa e Nova Iorque.
Foi ator, intérprete e dramaturgo da Companhia de Teatro Olho e do grupo Canibalismo Performance/Instalação.
Em 2000, criou e executou o solo 18 MINUTOS (seria como um fogo numa lareira que tem aquela atração de algo que se move numa sala enquanto se pensa noutra coisa). Em 2004, ele criou o dueto Zones of Noise Influence. Em 2007, estreou a sua mais recente criação O Labirinto, a Morte e o Público e a performance sonora Blackout.
Ficha técnica
Conceção e Espaço cénico João Samões
Design de Som e Processamento em tempo real Vítor Joaquim
Interpretação João Samões, João Galante
Vídeo João Dias, João Samões
Produção executiva Casa Branca
Coprodução Dupla Cena/Festival Temps d’Images 2008, Culturgest
Apoio TeDance, Bazar do Vídeo
*Blackout é uma performance desenvolvida a partir da peça O Labirinto, a Morte e o Público, um projeto financiado pela Direção Geral das Artes/Ministério da Cultura em 2007, com produção de O Rumo do Fumo na altura da sua criação.
*Vídeo a partir de imagens de Helena Inverno da peça O Labirinto, a Morte e o Público, captadas em Julho de 2007 no CCB.
“BLACKOUT”
João Samões
In this experimental performance by João Samões, two interpreters travel and explore the surface and textures of the bones of an anatomical model of a human skeleton through small contact microphones, while a sound engineer manipulates and sculpts the sound in real time. Blackout is a hybrid work in the form of sound performance and refers to a work that deals with creative concepts seeking to integrate notions of sound, time, space, image and movement. It focuses on an object manipulated as a sound generator, resonance and sense, and on an understanding of the body as an unexpected assembly of symbols and codes. This sound performance was conceived in November 2007 from a fragment of the play “O Labirinto, a Morte e o Público”, and has like a symbolic and anthropological reference certain archaic rituals in which the reduction and the visualization to the state of skeleton through thought and meditation has an ascetical and metaphysical value, where life returns to its primordial condition of ephemeral illusion in perpetual transformation.
João Samões was born in 1970 in Lisbon. He studied anthropology, improvisation and choreography in Lisbon and New York.
He has been an actor, performer and playwright with the Olho Theatre Company and the Canibalismo Performance/Installation group.
In 2000, he created and performed the solo 18 MINUTES (it would be like a fire in a fireplace it has that attraction of something moving in a room while you think about something else). In 2004, he created the duet Zones of Noise Influence. In 2007, he premiered his latest creation O Labirinto, a Morte e o Público and the sound performance Blackout.
Credits
Concept and Scenography João Samões
Sound design and Real-time processing Vítor Joaquim
Performers João Samões and João Galante
Video João Dias, João Samões
Executive production Casa Branca
Co-production DuplaCena/Festival Temps d’Images 2008, Culturgest
Support TeDance, Bazar do Vídeo
*Blackout is a performance developed from the play O Labirinto, a Morte e o Público, a project funded by the Direção Geral das Artes/Ministério da Cultura in 2007 with the production of O Rumo do Fumo at the time of its creation.
*Video from photos of Helen Winter from the play O Labirinto, a Morte e o Público in July 2007 at CCB.