“TRAVEL SHOT (2015)”
Francisca Manuel, Elizabete Francisca
Para além das imensas possibilidades de um espaço e daquilo que pode convocar ou sugerir, interessa-nos principalmente refletir sobre a potência da ação, a potência do agir, a potência do que uma matéria (ou alguém) pode convocar e criar. Isso parece-nos ser o motor para a criação de uma outra realidade que contrapõe um estado das coisas: aparentemente paralisado e amenizado, existindo sob a forma de sedativo para acalmar a alma, os ânimos gerais e o poder do imaginar.
Pensamos… isto pode funcionar como se um espaço originalmente estivesse num limbo, à espera de receber um sentido, um sentido que se aproxima, na própria ideia de criar estados de existência. Esse estar e ser só pode existir num fluxo contínuo de informações que nos atravessam e trespassam. Somos feitos de memórias, factos, desejos, impulsos e de tudo aquilo que ainda não sabemos. Esse estar vital só é possível se transportarmos em nós aquilo que já foi e aquilo que será, num aqui e agora amplamente poroso e disponível. Uma permeabilidade no manuseamento do sentido das coisas é uma forma de ver. O espaço expande-se, e quando o tempo é múltiplo tudo pode acontecer. Talvez a isso possamos chamar escolha, numa contradição que há de sempre escapar:
“If I was where I would be then I’ll be where I am not,here I am, where I must be, where I would be, I am not.” (Katie Cruel, Karen Dalton)
Ficha técnica
Criação Elizabete Francisca, Francisca Manuel
Realização, Imagem e Edição Francisca Manuel
Interpretação Elizabete Francisca
Pós-produção áudio Paulo Machado
Produção Elizabete Francisca, Francisca Manuel
Agradecimentos Duarte Martins, Paula Pereira, Susana Batel
“TRAVEL SHOT (2015)”
Francisca Manuel, Elizabete Francisca
Beyond the enormous possibilities of a space, of what it can convoke or suggest, we are mostly interested in thinking about the potentiality of the action, the potentiality of the acting, the potentiality of what a subject (or someone) can convoke and create. This seems to be the engine for a creation of another reality that can be a reaction to this state of things, which is apparently numb and anesthetized, existing in the form of a sedative to soothe the soul, the general mood and the power of imagining.
So, we thought… this could work as if a space was originally in a limbo, waiting for a meaning, with the idea of creating states of existence. This state of being can only exist in a continuous flux of information that crosses us. We are made of memories, facts, desires, and impulses and of all that we do not know yet. This vital state of being is only possible if we carry with us both present and future, in a here and now that is broadly porous and available. A permeability in handling the sense of things is a way of seeing. Space expands, and when time is multiple anything can happen. Perhaps we can call this choice, in a contradiction that will always escape:
“If I was where I would be then I’ll be where I am not,here I am, where I must be, where I would be, I am not.” (Katie Cruel, Karen Dalton)
Credits
Concept Elizabete Francisca, Francisca Manuel
Directing, Cinematography and Editing Francisca Manuel
Performer Elizabete Francisca
Sound post-production Paulo Machado
Production Elizabete Francisca, Francisca Manuel
Acknowledgements Duarte Martins, Paula Pereira, Susana Batel