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FUSO 2025 – 26 a 31 de Agosto

Sobre

VERÕES QUENTES.
Nada ficou por escrever em 50 anos sobre o verão quente português de 1975.
No entanto, como muitos acontecimentos revolucionários, a Revolução dos Cravos continua a ser um objeto singular. Daqueles momentos em que, para usar a expressão de Jean-Paul Sartre – que também foi a Portugal decifrar os acontecimentos – “o prático-inerte entra em fusão”. 
À sua maneira, e dado que muitas das testemunhas diretas já faleceram, o festival FUSO aborda estes tempos quentes, esta amálgama de acontecimentos. Isto acontece num contexto em que o ‘Calor’ assumiu um novo e mortífero significado, o aquecimento global da Terra, que conduz cada vez mais a fenómenos climáticos extremos, colocando um desafio aos artistas.
A nossa relação com o mundo é permanentemente afetada por isso, e é a isso que os artistas também devem responder.

 

Criado em 2009, o FUSO é o único festival português de videoarte, de produção nacional e internacional, com uma programação regular anual em Lisboa e nos Açores (FUSO Insular).
A programação é tão eclética quanto o são as linguagens que dão corpo à videoarte. Como medium, é sem dúvida o que tem maior flexibilidade, maior capacidade de abarcar e cruzar as disciplinas artísticas contemporâneas: as artes visuais, a performance, a dança e o teatro, o cinema ou a literatura.

A sua programação junta obras já canónicas dos primórdios da videoarte com as mais contemporâneas, contribuindo desta forma para dar uma visão mais ampla da evolução da videoarte a par dos desenvolvimentos artísticos na sociedade contemporânea ao longo dos últimos 60 anos. A própria evolução do suporte analógico para o digital implica, necessariamente, o desenvolvimento de novas linguagens e possibilidades de manipulação e expansão da imagem em movimento.

O FUSO apresenta obras selecionadas por curadores nacionais e internacionais, em programas desenhados especificamente para o festival. A notoriedade e experiência dos curadores convidados garantem a consistência e qualidade da programação, composta por obras de artistas de renome internacional em paralelo com obras de jovens artistas, quer portugueses quer estrangeiros. E, a cada ano, o festival também presta homenagem a artistas históricos.

Uma das principais vertentes do FUSO é a promoção da nova criação nacional. Todos os anos é realizado um concurso (Open Call) aberto a portugueses e a estrangeiros residentes em Portugal, com o objetivo de divulgar, distinguir e incentivar artistas emergentes. São atribuídos dois prémios – o Prémio Aquisição Fundação EDP/MAAT (escolha do júri), e o Prémio Incentivo Duplacena (escolha do público).

O convívio diário dos curadores e artistas durante a semana do festival proporciona o estabelecimento de novas parcerias, gerando uma rede de conexões e colaborações. Parte também desta interação a circulação e internacionalização dos artistas e das suas obras.
O FUSO é apresentado, a convite, em diversas cidades portuguesas e de outros países, desenhando diferentes formatos de exibição adaptados a cada local.  

É desta forma que o FUSO cumpre a sua missão de fomentar a diversidade cultural e de contribuir para a divulgação dos artistas portugueses dentro e fora do país.

Atualmente, no Arquipélago dos Açores, tem lugar O FUSO INSULAR – Mostra de Videoarte dos Açores, com sessões programadas por curadores nacionais e internacionais, e um laboratório criativo para artistas locais. O Laboratório Imagem em Movimento, programa de residência realizado durante o verão na ilha de São Miguel, tem como meta a criação de uma obra em vídeo, constituindo uma plataforma para a apresentação destes artistas. A Mostra apresenta também duas sessões temáticas com obras históricas e contemporâneas de artistas nacionais e internacionais, com o intuito de ampliar o conhecimento da videoarte nos Açores.

Ao estimular o pensamento crítico em torno dos novos meios e promover o enriquecimento do conhecimento e divulgação da arte vídeo no panorama português, o FUSO contribui de forma significativa para a dinâmica da arte contemporânea nacional.

FUSO 2025 – August 26th to 31st

About

HOT SUMMERS
Everything has already been written about the Portuguese 1975 “Hot Summer”. 
Like many revolutionary events, the Carnation Revolution remains a singular object. One of those moments when, to use Jean-Paul Sartre’s expression — who also went to Portugal to decipher the situation — “the practico-inert merges.” 
In its own way, and given that many of the direct witnesses have passed away, the FUSO festival addresses these hot times, this amalgam of events. 
This takes place in a context where ‘Heat’ has assumed a deadly new significance, the global warming of the Earth, which is increasingly leading to extreme weather phenomena, posing a challenge to artists. 
Our relationship with the world is permanently affected by this, and it is something that artists must also respond to.

 

Created in 2009, FUSO is the only Portuguese video art festival with an annual program of national and international production that takes place in Lisbon and the Azores (FUSO Insular). The program is as eclectic as the languages that video art embodies. As a medium, it is undoubtedly the one that has greater flexibility, greater ability to encompass and cross contemporary artistic disciplines: the visual arts, performance, dance and theatre, film or literature.

The program brings together canonical works from the beginnings of video art with the most contemporary production, contributing to the knowledge of the evolution of video art alongside the artistic developments in contemporary society over the last 60 years. The very evolution from analogue to digital necessarily implies the development of new languages and possibilities of manipulation and expansion of the moving image.

FUSO presents works selected by national and international curators, in programmes especially designed for the festival. The notoriety and experience of the guest curators guarantee the consistency and quality of the programming, composed of works by internationally renowned artists in parallel with works by young artists, both Portuguese and foreign. And each year, the festival also pays tribute to historical artists.

One of the main aspects of FUSO is the promotion of the new national creation. Every year an Open Call is launched to Portuguese and foreign residents in Portugal, in order to disseminate, distinguish and encourage emerging artists.

Two prizes are awarded – the EDP/MAAT Foundation Acquisition Award (jury’s choice), and the Duplacena Incentive Award (public’s choice)

The daily interaction of the curators and artists during the week of the festival encourages the establishment of new partnerships, generating a network of connections and collaborations. The circulation and internationalisation of artists and their works is closely linked to this practice. In addition, FUSO is also presented in several Portuguese cities and in other countries, designing different exhibition formats adapted to the location.  

This is how FUSO fulfils its mission of promoting cultural diversity and contributing to the dissemination of Portuguese artists inside and outside the country.

Currently, FUSO INSULAR – Video Art Festival of the Azores takes place in the archipelago, with sessions put together by national and international curators, and a creative laboratory for local artists. The Moving Image Laboratory, a residency program held during the summer on the island of São Miguel, aims to create a video art work and constitute a platform for the presentation of these artists.

By stimulating critical thinking around new media and by promoting the enrichment of knowledge and dissemination of video art, FUSO contributes significantly to the dynamics of national contemporary art.