“ÀS VEZES AS LUZES APAGAM-SE”

Claúdia Varejão, Pedro Gil

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Às Vezes As Luzes Apagam-se tem como ponto de partida a adolescência.


Retrato do quotidiano de pessoas, provenientes de diferentes estratos sociais, com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos. O pensar demais, os pequenos e os grandes segredos, o corpo que se tem e aquele que se gostava de ter, os medos, as dúvidas, as primeiras vezes, os sonhos, os pais separados e os pais casados, a escola, os amigos, a noite, a música e o sorriso quando se fala sobre aquela pessoa; são alguns dos temas que deram origem a uma peça onde a palavra e a ação, o cinema e a música, se fundem num “concerto performativo”.

Procurámos 9 jovens disponíveis para nos contarem as suas histórias de vida. O ponto de partida seria conhecermos por dentro e por fora a realidade de cada um deles. As suas próprias experiências e questões, o passado e o futuro, o social e o privado, viriam a dar lugar aos elementos estruturais na construção da dramaturgia da peça. Depois de uma longa fase de seleção do elenco passámos a um período de residência, onde cada um expôs e transformou as suas próprias experiências em material artístico. A partilha de histórias com o grupo, a desconstrução das vivências através de dinâmicas performativas, a consciência das suas identidades nas conversas individuais com a câmara, o registo quotidiano em vídeo e fotografia e os diários escritos, são exemplos de suportes usados ao longo do período de criação e que vieram a dar origem à lógica formal e de conteúdo do espetáculo. No fundo, este trabalho resulta de um encontro, da nossa interação direta com cada adolescente e destes entre eles.

Naturalmente, pela diversidade de dispositivos formais utilizados ao longo da pesquisa, o espetáculo ao vivo definiu-se, tal como o próprio festival em que se insere o obriga, num cruzamento de interdependência entre a linguagem audiovisual com a linguagem ao vivo. O cinema foi concebido regularmente na primeira pessoa, o olhar de cada adolescente sobre a sua própria intimidade e tudo aquilo que o rodeia. O autorretrato é a base da linguagem visual e o cinema documental o género em que se poderá inscrever. Ao vivo, a ação, o desenho, a leitura, a voz, a música, o movimento, a improvisação, o testemunho, etc, constituem a expressão da materialidade cénica, que se adivinha muito diversa.

Trata-se de um espetáculo documental na mesma medida em que um realizador filma um documentário ou um encenador concebe uma peça a partir de dados reais de pessoas reais e os transpõe para cena. Mas é sobretudo, enquanto criadores, a partir da diversidade humana e do uso da vida real como matéria artística, que residiu o essencial da nossa motivação para este projeto.

Cláudia Varejão e Pedro Gil

 

 

 

Ficha técnica

 

Direção artística Cláudia Varejão e Pedro Gil

Com Beatriz Pessoa, Daniel Duarte, Duarte Águas, Filipa Silva, Mariana Meireles, Marta Fatela, Nuno Cerqueira, Simão Lamas, Wilma Brito

Assistência à direção Ricardo Gageiro

Apoio à interpretação Raquel Castro

Espaço cénico Pedro Silva

Música original Bruno Pernadas

Design de luz José Álvaro Correia

Desenho de vídeo Paulo Américo

Assistência de vídeo João Gambino

Direção de produção Ana Pereira

Assistência de produção Ana Feteira

Realização, Câmara e Montagem Cláudia Varejão

Segunda câmara Beatriz Pessoa, Daniel Duarte, Duarte Águas, Filipa Silva, Mariana Meireles, Marta Fatela, Nuno Cerqueira, Simão Lamas e Wilma Brito

Fotografia Rui Xavier

Som Adriana Bolito e Pedro Semedo

Pós-produção Paulo Américo

Coprodução Centro Cultural de Beém, Fábrica das Artes, Festival Temps d´Images

Parceria estratégica EGEAC/Câmara Municipal de Lisboa

Apoio Abíliomóveis, Allianz Falcão Marques, Fundação Calouste Gulbenkian, INATEL – Teatro da Trindade, Instituto Português da Juventude, O Espaço do Tempo, O Rumo do Fumo, Prosonic, Rolou rent-a-car, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro O Bando

Agradecimentos André Carrilho, André Pato, Antje Kuhlebert, Beatriz Pereira, Bruno Baptista, Bruno Gonçalves, Bruno Vicente, Café Ponto Novo, Carlos Garcia, Casa do Gaiato de Lisboa (Ana Maria, Cristina, Emília, José João, Maria da Luz, Matilde, Nuno e Telma), Catarina dos Santos, Cátia Mateus, Emanuel Rosa, Filipa Andrade, Graça Cardoso do Centro de Ténis de Monsanto, Graça Castanheira, Gilberto Lopes, Há que dizê-lo, Hugo Novo, Hugo Sousa, Joana Nascimento (Academia de Música Improviso), João Lizardo, Marco Fucili, Margarida Cardoso, Miguel Honrado, Nuno Borda d´Água, Paula Martins, Ricardo Carmona, Rodrigo Sarmento, S. Luiz Teatro Municipal, Sérgio Marques, Sérgio Milhano, St. Dominics International School.

Um agradecimento especial às famílias dos participantes.

“ÀS VEZES AS LUZES APAGAM-SE”

Claúdia Varejão, Pedro Gil

 

 

Às Vezes As Luzes Apagam-se has its starting point in the adolescence.


A portrait of people’s daily lives, coming from different social status, aged between 13 and 18 years. Too much thinking, small and big secrets, the body you have and the one you’d like to have, the fears, the doubts, the first times, the dreams, the separated parents and the married ones, the school, the friends, the night, the music and the smile when talking about that person; are some of the themes that gave rise to a play where word and action, cinema and music, merge themselves into a “performative concert”.

We have looked for 9 young people available to tell us their life stories. The starting point would be to know inside and out the reality of each one of them. His own experiences and questions, the past and the future, the social and the private, would give rise to structural elements in the construction of the play’s dramaturgy. After a long period of casting we moved on to a period of residency, where each one of them exposed and transformed their own experiences into artistic material. The sharing of stories with the group, the deconstruction of the experiences through performative dynamics, the awareness of their identities in the individual conversations with the camera, the daily recording in video and photography and the written diaries are examples of supports used throughout the period of creation and which gave rise to the formal logic and content of the show. At the end, this work results from an encounter, from our direct interaction with each teenager and from the relationships among them.

Naturally, due to the diversity of formal devices used throughout the research, the live show was defined, like the festival itself, as an interdependent crossover between the audiovisual language and the live language. The cinema was conceived regularly in the first person, by look of each teenager on his own intimacy and everything that surrounds him. The self-portrait is the basis of the visual language and the documentary film the genre in which it can be registered. Live, the action, the drawing, the reading, the voice, the music, the choreography, the improvisation, the testimony, etc., are the expression of scenic materiality, which can assume various forms. 

It is a documentary show to the same extent that a filmmaker films a documentary or a filmmaker conceives a show from real data of real people and transposes them to the scene. But it is above all, as creators, from the human diversity and the use of real life traits as artistic material, that resided the meaning of our motivation for this project.

Cláudia Varejão and Pedro Gil

 

 

 

Credits

 

Artistic direction Cláudia Varejão and Pedro Gil

With Beatriz Pessoa, Daniel Duarte, Duarte Águas, Filipa Silva, Mariana Meireles, Marta Fatela, Nuno Cerqueira, Simão Lamas and Wilma Brito

Direction assistant Ricardo Gageiro

Performance support Raquel Castro

Scenic space Pedro Silva

Original soundtrack Bruno Pernadas

Light design José Álvaro Correia

Video design Paulo Américo

Video assistant João Gambino

Production manager Ana Pereira

Production assistant Ana Feteira

Directing, Camera and Editing Cláudia Varejão

Second camera Beatriz Pessoa, Daniel Duarte, Duarte Águas, Filipa Silva, Mariana Meireles, Marta Fatela, Nuno Cerqueira, Simão Lamas and Wilma Brito

Photography Rui Xavier

Sound Adriana Bolito and Pedro Semedo

Post-production Paulo Américo

Co-production Centro Cultural de Beém, Fábrica das Artes, Festival Temps d´Images

Strategic partnership EGEAC/Câmara Municipal de Lisboa

Support Abíliomóveis, Allianz Falcão Marques, Fundação Calouste Gulbenkian, INATEL – Teatro da Trindade, Instituto Português da Juventude, O Espaço do Tempo, O Rumo do Fumo, Prosonic, Rolou rent-a-car, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro O Bando

Acknowledgments André Carrilho, André Pato, Antje Kuhlebert, Beatriz Pereira, Bruno Baptista, Bruno Gonçalves, Bruno Vicente, Café Ponto Novo, Carlos Garcia, Casa do Gaiato de Lisboa (Ana Maria, Cristina, Emília, José João, Maria da Luz, Matilde, Nuno e Telma), Catarina dos Santos, Cátia Mateus, Emanuel Rosa, Filipa Andrade, Graça Cardoso do Centro de Ténis de Monsanto, Graça Castanheira, Gilberto Lopes, Há que dizê-lo, Hugo Novo, Hugo Sousa, Joana Nascimento (Academia de Música Improviso), João Lizardo, Marco Fucili, Margarida Cardoso, Miguel Honrado, Nuno Borda d´Água, Paula Martins, Ricardo Carmona, Rodrigo Sarmento, S. Luiz Teatro Municipal, Sérgio Marques, Sérgio Milhano, St. Dominics International School.

A special thanks to the families’ participants.