“A POSSIBILIDADE DE UMA FUGA”
João Paulo Serafim
Transpondo as fronteiras da fotografia e do plano bidimensional, na instalação-vídeo A Possibilidade de uma Fuga, o artista João Paulo Serafim alia o espaço, a dança e a imagem em movimento para criar um diálogo entre campos artísticos e media diferentes.
Através do registo vídeo, o artista cruza assim as artes plásticas, a criação teatral, a dança e o cinema. Nesta versão da obra que já fora apresentada em 2011 e 2013 no espetáculo Fuga sem fim, uma cocriação feita com Victor Hugo Pontes, o artista desafia a habitual narrativa do cinema propondo outra, não linear, e através de uma sucessão aleatória de planos, da repetição e da dupla projeção, cria um espaço performativo e infinito.
Um longo corredor, como se de um ponto de fuga se tratasse, é central nesta obra; um arquivo com estantes repletas de caixas arquivadoras e livros de registo delimita, aparentemente, o nosso campo de visão e a ação que nele se desenvolve. A cenografia e a coreografia, que aqui se complementam e interagem, propõem levar-nos a questionar, de uma forma poética e subtil, não só a memória do cinema, apresentando uma ação que se repete e confunde infinitamente, mas finalmente a nossa relação com a memória e o registo da memória coletiva, temáticas centrais na obra do artista.
Ficha técnica
Instalação vídeo, dois canais em HD; 16:9; Cor; Stereo
Duração de 30/360 minutos; 109 planos em “shuffling” (loop)
Dimensões variáveis
2011-2012
“A POSSIBILIDADE DE UMA FUGA”
João Paulo Serafim
Transposing the boundaries of photography and the two-dimensional plan, in the video installation A Possibilidade de uma Fuga, the artist João Paulo Serafim combines space, dance and moving image to create a dialogue between different artistic and media fields.
Through video recording, the artist connects plastic arts, theatrical creation, dance and cinema. In this version of the work which was already presented in 2011 and 2013 in the show Fuga sem fim, a co-creation with Victor Hugo Pontes, the artist challenges the usual film narrative proposing another one, non-linear, and through a random sequence of shots, using repetition and double projection, creating an infinite and performative space.
A long hallway, as if it was like a vanishing point, is central in this work; an archive with shelves full of boxes and log books apparently delimits our vision field and the action taking place in it. The scenography and choreography, which complement each other and interact together, propose to question us, in a poetic and subtle way, not only the memory of cinema, presenting an action that repeats itself and confuses infinitely, but finally our relationship with memory and the register of collective memory, central themes in the artist’s work.
Credits
Video installation, two HD channels; 16:9; Colour; Stereo
Length 30/360 minutes; 109 shots in “shuffling” (loop)
Variable dimensions
2011-2012