É SÓ UM DIA
Carolina Campos e Márcia Lança
É SÓ UM DIA nasce do desejo de imaginar coletivamente, a partir da fragilidade, do erro, da arritmia e do descontrole, uma história de ficção fantástica, em resposta à ausência de futuro em que vivemos. Por meio de um dispositivo de escrita ao vivo com duração de 8 horas, revela-se a construção de um fluxo de narrativas que emergem do contágio entre a escrita e os gestos. A proposta é imaginar mundos nos quais realidade e ficção se tocam e se confundem, tomando as ruínas do discurso como lugar de potência. O público leva consigo uma publicação feita ao vivo, que contém um texto diferente a cada vez. O texto The Carrier Bag Theory of Fiction, de Ursula K. Le Guin, propõe uma revisão da ficção, não a partir do herói caçador e sua arma, mas das bolsas e recipientes. Este conceito é uma das principais referências do trabalho. A prática de escrita adotada gera ficções não hegemônicas, considerando o periférico, o banal e os futuros e passados não ativados do que vemos. A performance emerge da peça Outro Lado é Um Dia, estreada no Citemor em 2021, e integra o projeto nexistemundo, um conjunto de práticas e ações em vídeo, internet e no espaço urbano, que gira em torno da ideia de fim.
Bio
Carolina Campos, brasileira, está envolvida em diferentes circuitos de criação e pesquisa. Desenvolve suas práticas entre performance, escrita, dramaturgia e pedagogia, com interesse em metodologias que refletem coletividades e colaboração na criação artística. Em 2023, publicou o livro Interrogar el Acompañar, pela Impremnta Lio. Colaboradora próxima da Composição em Tempo Real com o coreógrafo João Fiadeiro desde 2012. Trabalhou na Lia Rodrigues Cia de Danzas no Brasil entre 2008 e 2011.
Márcia Lança, nascida em Beja e residente em Lisboa, fundou a VAGAR em 2008, onde é diretora artística. Trabalha como coreógrafa e performer, explorando a fusão entre o ficcional e o real. Seu foco está na materialidade poética de ações e tarefas concretas. Colaboradora próxima de João Fiadeiro desde 2003, criou diversas obras como “É Só um Dia”, “Dentro do Coração”, “Trompe le Monde”. Conduz ateliers sobre anatomia imaginada, corpos coletivos e processos colaborativos para crianças.
Ficha Técnica
Direção, Performance e Texto
Carolina Campos & Márcia Lança
Conceito de Luz
Letícia Skrycky
Banco de Sons
Cigarra
Design e Impressão de Publicação in Vivo
Andrei Bessa
Produção
VAGAR
Residências Artísticas
DeVIR/CAPa, Pólo Cultural Gaivotas, Espaço Alkantara e Espai nyamnyam
Apoios
Fundação Calouste Gulbenkian e DGArtes
IT´S JUST ONE DAY
Carolina Campos and Márcia Lança
IT´S JUST ONE DAY was born of the desire to imagine a fantasy fiction story collectively, founded on fragility, error, arrhythmia and loss of control, as a response to the lack of a future in which we are living. Using a tool for live writing, and lasting for 8 hours, we reveal the building of a flux of narratives which emerge from the contagion between writing and gesture. We propose imagining worlds in which reality and fiction touch each other and get mixed up, accepting the ruins of discourse as a place of power. The audience takes with it a publication written live, which contains a different text each time. The text The Carrier Bag Theory of Fiction, by Ursula K. Le Guin, suggests a revision of fiction, one not based on a hero hunter and his weapon, but on bags and containers.
This is one of the main influences on this piece. The practice of writing we adopted generates non-hegemonic fictions, taking the periphery, the banal and the non-activated futures and pasts of what we see into consideration. The performance emerges from the da play Outro Lado é Um Dia, which premiered at Citemor em 2021, and incorporates the project nexistemundo, a group of practices and actions on video, on the internet and in the urban space, which revolve around the idea of ending.
Carolina Campos, brazilian, is involved in different creation and research circuits. She develops her practices between performance, writing, playwriting and teaching, with an interest in the methodologies that reflect collectiveness and collaboration in artistic creation. In 2023, she published the book Interrogar el Acompañar, with Impremnta Lio. She has also been a close collaborator on Composição em Tempo Real with the choreographer João Fiadeiro since 2012. She
also worked at Lia Rodrigues Cia de Danzas in Brazil between 2008 and 2011.
Márcia Lança was born in Beja and lives in Lisbon. She founded VAGAR in 2008, where she is Director and Artistic Director. She works as a choreographer and performer, exploring the fusion between the fictional and the real. Her focus is on the poetic materiality of concrete actions and tasks. She has been a close collaborator of João Fiadeiro since 2003, and created several works, such as “É Só um Dia”, “Dentro do Coração” and “Trompe le Monde”. She also leads workshops on
imagined anatomies, collective bodies and collaborative processes for children.
Credits
Direction, Performance and Text Carolina Campos and Márcia Lança Lighting concept Letícia Skrycky Sound bank Cigarra Live design and publication printing Andrei Bessa Production VAGAR Artistic Residencies DeVIR/CAPa, Pólo Cultural Gaivotas, Espaço Alkantara and Espai nyamnyam Sponsorship Fundação Calouste Gulbenkian e DGArtes