PERFORMANCES TEATRO PRAGA | SENTISTE A MINHA FALTA?

Teatro Praga e Miguel Bonneville

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Miguel Bonneville fez música, vídeos e apresentou performances e espectáculos nos mais variados contextos nacionais e internacionais, tendo exposto desenho, pintura e fotografia em galerias, museus, livrarias e outros espaços não convencionais. Por razões diversas, no ano em que celebraria vinte anos de trabalho, deu um passo atrás e afastou-se. A festa ficou por fazer. 

Numa parceira do festival com o Teatro Praga, a companhia apropria-se e apresenta três reenactments de três trabalhos performativos do artista na Rua das Gaivotas 6: teatro #2, de 2005, por Cláudia Jardim; mb #6, de 2008, por Diogo Bento; mb #6, de 2018 por André e. Teodósio.

Estas performances, com a duração de cerca de uma hora cada, serão apresentadas de 15 a 25 de outubro: quarta, quinta e sexta-feira às 20h. Aos sábados, as performances começam às 17h, uma vez que serão as três apresentadas de seguida, no mesmo dia. 

teatro #2 por Cláudia Jardim
nesta performance, tal como em estudo para um manifesto (apresentada em maio de 2005), bonneville decidiu ter como base a improvisação. inspirou-se nas ideias que tinha sobre o que era teatro e o que significava ser actor, antes de entrar para a escola de teatro – via ambos como um processo ancorado numa exploração de cariz documental, onde o actor fazia de si mesmo em vez de criar uma personagem.
em teatro #2, bonneville improvisou durante uma hora — duração de uma cassete miniDV — diante de uma câmara em modo nightshot, enquanto o público assistia à projecção da filmagem em tempo real.

mb #6, de 2008 por Diogo Bento
na primeira versão da performance, bonneville entrevistou seis mulheres que tinham vários pontos em comum, em especial uma abordagem autobiográfica à arte.
esta afinidade tornou-se um dos focos centrais da performance, juntamente com questões sobre a infância, experiências de vida, perspectivas sobre feminismo, religião e morte.

mb #6, de 2018 por André e. Teodósio
na versão de 2018, bonneville entrevistou cinco das seis mulheres que participaram na versão anterior, acrescentando ainda cinco novas entrevistadas.
manteve-se o mesmo formato de apresentação: vídeo-retratos com dobragem ao vivo, unificados sob uma só voz. a performance retomou temas como: identidade, biografia e intimidade, alargando o foco a temas como o amor, o medo e a morte.

Bio

Miguel Bonneville
Porto, 1985. Artista transdisciplinar que cria obras autoficcionais, centradas na desconstrução e reconstrução da identidade, explorando questões de género, morte e espiritualidade. O seu trabalho combina múltiplas linguagens artísticas, incluindo escrita, música, vídeo e performance. Desde 2003, tem apresentado o seu trabalho nacional e internacionalmente, sobretudo os projectos seriados Family Project, Miguel Bonneville e A Importância de Ser.
Recebeu o Prémio da Rede Ex Aequo (2015) pelos espectáculos Medo e Feminismos, em colaboração com Maria Gil, e A Importância de Ser Simone de Beauvoir.
Estudou Interpretação na Academia Contemporânea do Espectáculo (2000-2003), tendo complementado os seus estudos com os cursos de: Artes Visuais na Fundação Calouste Gulbenkian/Programa Criatividade e Criação Artística (2006), Autobiografias, Histórias de Vida e Vidas de Artista no CIES-ISCTE (2008), Arquivo – Organização e Manutenção no Citeforma (2013), Cyborgs, Sexo e Sociedade na FCSH (2016), e Filosofia e Arte na Mute (2017), entre outros.
Recebeu bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Nacional da Cultura – Jovens Criadores, da Câmara Municipal do Funchal – Bolsa de Criação Artística/Escrita e do programa Culture Moves Europe.
Fez parte da Direcção Artística do Teatro do Silêncio (2018-2023), e do núcleo de artistas representados pela Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013) e pela estrutura de dança contemporânea Eira (2004-2006).
Realizou filmes e vídeos como Camera Obscura (2023), Um medo com duas grandes faces (2022), Traça (2016), A landscape of failure (2008), entre outros. E teve financiamento do Apoio à Escrita e Desenvolvimento de Obras Cinematográficas 2021 – ICA para desenvolver o argumento da sua ideia original para longa-metragem de ficção Paisagem com pássaros amarelos (2021-2023), com produção da Cedro Plátano.
Publicou os livros: Os diários de C.C. Rausch (Corpos Editora, 2006), Ensaios de santidade (Sr. Teste, 2021), O pessoal é político (Douda Correria, 2021), Livro do Daniel e outros textos (Urutau, 2024), e ainda as edições de artista Jérôme, Olivier et moi (Homesession, 2008), Notas de um primata suicida (2017), e, pelo Teatro do Silêncio, Dissecação de um cisne (2018), Lamento do ciborgue (2021), Recuperar o corpo (2021) e Câmara escura (2022).
Contribuiu com vários textos para as revistas portuguesas Flanzine, WrongWrong, Dobra, Cine Qua Non, e Faces de Eva, e ainda para a revista brasileira Periódicus, entre outras publicações.
Foi artista residente no Sítio das Artes, CAMJAP/Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007), Homesession (Barcelona, 2008), Mugatxoan/Fundação de Serralves (Porto, 2010), Festival Transeuropa2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014), e La Box (Bourges, 2018), entre outros.

Ficha Técnica

Autoria
Miguel Bonneville

Performers
Cláudia Jardim, Diogo Bento e André e. Teodósio

PERFORMANCES TEATRO PRAGA | DID YOU MISS ME?

Teatro Praga e Miguel Bonneville

From 2004 to 2023, Miguel Bonneville has built an audiovisual body of work that crosses boundaries between video art, experimental cinema, performance, and music videos. This retrospective brings together, for the first time, works created over almost two decades, including previously unseen pieces, revealing the persistence of an ironic, intimate, and political gaze.
Between performance records, fragmented narratives, and musical exercises, this exhibition traces a poetic and undisciplined archaeology of his artistic practice, allowing us to revisit different phases of creation and witness the consistency of a language that challenges genres, formats, and conventions.

teatro #2 by Cláudia Jardim
In this performance, as in Study for a Manifesto (presented in May 2005), Bonneville decided to base his work on improvisation. He drew inspiration from his ideas about what theater was and what it meant to be an actor before he entered drama school—he saw both as a process rooted in documentary exploration, where the actor played himself rather than creating a character.
In Theater #2, Bonneville improvised for an hour—the length of a miniDV tape—in front of a camera in nightshot mode, while the audience watched the footage being projected in real time.

mb #6 (2008) by Diogo Bento
In the first version of the performance, Bonneville interviewed six women who had  several things in common, in particular an autobiographical approach to art. This affinity became one of the central focuses of the performance, along with questions about childhood, life experiences, perspectives on feminism, religion, and death.

mb #6 (2018) by André e. Teodósio
In the 2018 version, Bonneville interviewed five of the six women who participated in the previous version, adding five new interviewees. The presentation format remained the same: video portraits with live dubbing, unified under a single voice. The performance revisited themes such as identity, biography, and intimacy, broadening the focus to themes such as love, fear, and death.

Miguel Bonneville (Porto, 1985.)
Transdisciplinary artist who creates autofictional works focused on the deconstruction and reconstruction of identity, exploring issues of gender, death, and spirituality. His work combines multiple artistic languages, including writing, music, video, and performance.
Since 2003, he has presented his work nationally and internationally,
particularly the serial projects Family Project, Miguel Bonneville, and A
Importância de Ser. Bonneville received the Rede Ex Aequo Award (2015) for the
shows Medo e Feminismos, in collaboration with Maria Gil, and A Importância
de Ser Simone de Beauvoir.
Studied Acting at the Academia Contemporânea do Espectáculo (2000-2003), complementing his studies with courses in: Visual Arts at the Calouste Gulbenkian Foundation/Creativity and Artistic Creation Program (2006), Autobiographies, Life Stories, and Artists’ Lives at CIES-ISCTE (2008), Archiving – Organization and Maintenance at Citeforma (2013), Cyborgs, Sex, and Society at FCSH (2016), and Philosophy and Art at Mute (2017), among others.
He has received grants from the Calouste Gulbenkian Foundation, the National Culture Center – Young Creators, the Funchal City Council – Artistic Creation/Writing Grant, and the Culture Moves Europe program.
He was part of the Artistic Direction of Teatro do Silêncio (2018- 2023), and of the group of artists represented by Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013) and by the contemporary dance structure Eira (2004-2006).
He has made films and videos such as Camera Obscura (2023), Um medo com duas grandes faces (2022), Traça (2016), A landscape of failure (2008), among others. He received funding from the 2021 Support for Writing and Development of Cinematographic Works – ICA to develop the script for his original idea for a feature film, Paisagem com pássaros amarelos (Landscape with Yellow Birds) (2021-2023), produced by Cedro Plátano.
He has published the books: Os diários de C.C. Rausch (Corpos Editora, 2006), Ensaios de santidade (Sr. Teste, 2021), O pessoal é político (Douda Correria, 2021), Livro do Daniel e outros textos (Urutau, 2024), as well as the artist’s editions Jérôme, Olivier et moi (Homesession, 2008), Notas de um primata suicida (Notes of a suicidal primate) (2017), and, for Teatro do Silêncio, Dissecação de um cisne (Dissection of a swan) (2018), Lamento do ciborgue (Lament of the cyborg) (2021), Recuperar o corpo (Recovering the body) (2021), and Câmara escura (Darkroom) (2022).
He has contributed several texts to the Portuguese magazines Flanzine, WrongWrong, Dobra, Cine Qua Non, and Faces de Eva, as well as to the Brazilian magazine Periódicus, among other publications.
He was artist-in-residence at Sítio das Artes, CAMJAP/Calouste Gulbenkian Foundation (Lisbon, 2007), Homesession (Barcelona, 2008), Mugatxoan/Serralves Foundation (Porto, 2010), Festival Transeuropa2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014), and La Box (Bourges, 2018), among others.

Credits

Author
Miguel Bonneville

Performers
Cláudia Jardim, Diogo Bento and André e. Teodósio