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“FUSO 2021 – 25 a 29 de Agosto

29 Agosto, 22h00 
Museu da Marioneta

 

BARBARA HAMMER
Lori Zippay (USA)

 

Com uma carreira artística de cinquenta anos, Barbara Hammer (1939-2019) é reconhecida como a pioneira do cinema experimental queer e feminista. Auto descrevendo-se como “artista visual que trabalha sobretudo com filme e vídeo”, Hammer criou um corpo de trabalho totalmente inovador na imagem em movimento, dedicado a histórias, vidas e representações lésbicas. Destruindo os tabus com a sua visão radical da sexualidade e identidade lésbica, foi uma defensora incansável do empoderamento do corpo da mulher.

Hammer escreve: “Tematicamente, o meu trabalho desconstrói o cinema que frequentemente objetifica e limita as mulheres. O meu trabalho torna visível os corpos e histórias invisíveis. Como artista lésbica, encontrei pouca representação, de forma que coloquei a vida lésbica neste ecrã em brando, deixando um legado para as gerações futuras.”

Desafiando os limites e as ténues fronteiras entre o político e o pessoal, Hammer explora o potencial expressivo e interventivo do cinema experimental. Começou a fazer filmes no início dos anos 70, no fervor da revolução feminista nos E.U.A. Entre os seus primeiros filmes encontram-se várias obras seminais do cinema lésbico, incluindo Dyketactics (1974) e Multiple Orgasm (1976). Hammer também explorou os processos fílmicos e a materialidade, referindo-se frequentemente à Natureza.

Nas décadas seguintes, Hammer fez uma série de documentários baseados na sua autobiografia, tais como Nitrate Kisses (1992) e Tender Fictions (1995), bem como filmes-ensaios sobre histórias lésbicas, como, por ex., The Female Closet (1998) e History Lessons (2000), e numerosos trabalhos explorando as identidades culturais e de género. Em 2015 estreou Evidentiary Bodies, uma performance e instalação multicanal que expandia as suas pesquisas sobre fisicalidade experiencial.

Seria impossível falar sobre a arte de Barbara Hammer sem referir a sua vida. Extremamente energética, generosa – financiou duas bolsas anuais para jovens realizadores queer – e arrojada, Hammer estava empenhada em fomentar a comunidade, apoiar jovens artistas e interagir com a audiência. O diagnóstico de cancro do ovário deu lugar a um crescente ativismo e criação artística, e tornou-se numa defensora da morte medicamente assistida. Influenciada por “Cartas a um Jovem Poeta” de Rilke, desenvolveu, no seu último ano de vida, uma leitura performativa intitulada The Art of Dying or (Palliative Art Making in the Age of Anxiety), na qual envolvia o público em discussões abertas sobre viver numa fase terminal do cancro.

O output criativo de Hammer foi vasto; deixou mais de noventa obras em imagem em movimento, bem como um conjunto alargado de instalações, performances, desenhos, colagens e fotografia. O seu legado – o impacto da sua vida e do seu trabalho enquanto fontes de inspiração e influência – é incalculável.

Lori Zippay

SISTERS! _Barbara Hammer (USA), 1973, 8’25’’

Sisters! é um marco exuberante do cinema feminista, queer e lésbico, que apresenta imagens da marcha no primeiro Dia Internacional da Mulher, em S. Francisco, e da segunda National Lesbian Conference na UCLA, ambas decorridas em 1973. Hammer escreve: “É sobre as mulheres a dominar o mundo: mulheres a conduzir camiões, a mudar motores de Volkswagens, e a liderar a polícia em novas revoluções! Também tem imagens de mulheres a dançar, topless, a suar, com bebés nos ombros!…”

 

A preservação deste filme pela BB Optics e pelo Academy Film Archive foi possível graças a um subsídio do The Women’s Film Preservation Fund.

 

Realização: Barbara Hammer (aka Agressa). 

Câmara: Barbara Hammer 

Segunda Câmara:  Marie A. Shaw 

Montagem de som e imagem: Barbara Hammer  

Música: Family of Women 

Voice Over: Barbara Hammer, Kate Millet

Excerto de texto: Carol no parque a trincar palhinhas, de “The Common Woman Poems” de Judy Grahn.  

Filmado na Primeira Marcha das Mulheres, Haight-Ashbury, San Francisco, 1973, e na The West Coast Lesbian Feminist Conference, U.C.L.A., 1973.


SANCTUS _Barbara Hammer (USA), 1990, 18’16’’

Para fazer Sanctus, Hammer re-fotografou raios-X em movimento, filmados originalmente pelo Dr. James Sibley Watson – um médico que fez experiências com raios-X em película, com os seus colegas, nos anos 50 e 60. Realizado por altura da crise da SIDA nos Estados Unidos, Sanctus revela a assustadora fragilidade bem como a força do corpo humano, tornando visível o invisível, à medida que a estrutura do esqueleto é revelada. Hammer escreve: “…Estava preocupada com as propriedades das imagens de beleza e perigo provocadas pela radiação…”

Este filme foi preservado pelo Electronic Arts Intermix e pelo Academy Film Archive com um subsídio do programa do The National Film Preservation Foundation’s Avant-Garde Masters Grant e da The Film Foundation. Foi contemplado com financiamento da George Lucas Family Foundation.

 

Imagens Raio-X originais filmadas pelo Dr. James Sibley Watson, Dr. Sydney A. Weinberg, Dr. Stanley M. Rogoff e Dr. Raymond Gramiak. 

O projecto foi financiado em parte por: Public Funds from the New York State Council on the Arts, Jerome Foundation, The Western States Regional Media Arts Fellowship Awarded by The Rocky Mountain Film Center, Boulder, Colorado, por um projecto patrocinado pelo National Endowment for the Arts e pelo The American Film Institute. 

Agradecimentos: Nancy Watson Dean, Jan-Christopher Horak, The George Eastman House, Collective for Living Cinema. 

Agradecimentos especiais: Florrie Burke. 

Banda sonora original, “Sanctus”, de Neil B. Rolnick.


GENERATIONS _Barbara Hammer (USA), 2010, 14’36’’

Generations é uma colaboração que verdadeiramente demonstra o compromisso de Hammer na orientação de jovens artistas e da passagem das tradições do cinema experimental às novas gerações. Hammer está, literalmente, a passar a câmara a uma jovem realizadora, Gina (agora Joey) Carducci.  Cada realizadora filmou e editou as imagens e o som individualmente, juntando depois os seus filmes numa colagem multigeracional. A rodagem teve lugar em Coney Island, Brooklyn, onde as realizadoras, no parque de diversões, falam sobre envelhecimento, o processo de filmagem, e o corpo humano.

 

Câmara: Gina Carducci, Barbara Hammer. 

Segunda câmara: André Azevedo, Katia Perea. 

Assistente: Dana Kash, Nazita Matres Rezai. 

Compositor: JD Samson. 

Desenho de som: Gina Carducci, Barbara Hammer. 

Mistura de som: Bill Seery, Kelly Spivey, Stephanie Testa. 

Gravação de som: André Azevedo, Dylan Bosseau, Gina Carducci, Barbara Hammer, Dana Kash. 

Genérico: Ariel Saulog. Title Design: André Azevedo. 

Laboratório: Cineric. 

Agradecimentos: Florrie Burke, David Sherman, Andrea Weiss. 

Agradecimentos especiais a Balazs Nyari e a Cineric.


À DISTÂNCIA
Ar.Co (PT)


O programa, apresentado pelo Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação, para a edição este ano do FUSO – anual de videoarte de Lisboa, reúne uma seleção de cinco de trabalhos realizados pelos alunos do Curso de Cinema/Imagem em Movimento que responderam ao desafio de pensar a ideia “Na fronteira”, mote da edição de 2021. 

Num período de isolamento forçado devido ao combate à pandemia e com o mundo mediatizado em exclusivo por ecrãs, a imaginação teve que encontrar outros modos de viajar e de encontrar olhos não humanos que pudessem trazer as imagens desejadas, assim como distintos pontos de observação do mundo para além das janelas das nossas casas.

Muitos dos vídeos apresentados neste programa são realizados com recurso a found footage, contudo não são excertos de obras artísticas nem de material audiovisual anteriormente editado, são antes imagens captadas e reproduzidas em tempo real por câmaras de vigilância espalhadas em locais recônditos ou imagens de plataformas de análise geoespacial. Revelando estes trabalhos a natureza escópica do presente, a possibilidade de criar familiaridade com desconhecidos, o desejo das viagens impossíveis, a visão periférica do mundo por ângulos extraterrestres. E numa clara indistinção entre o público e o privado, fundam-se novos territórios em que o tempo electrifica a máquina tecnológica e a telepresença se assume como a maior das distâncias.


A VIDA SELVAGEM _Margarida Fonseca (PT), 2021, 3’

No planeta terra existe um mundo perigoso onde a vida se tornou selvagem. Um mundo que não dorme, que não se cala, que não sossega, que tapa todos os espaços vazios, acorda todos os silêncios, que vigia, que se diz e desdiz, que culpa, que ataca e que se transforma a cada segundo que passa. Ouve-se um coro global de destruição que conta com quase todos. Esse mundo é como uma doença autoimune que se destrói em todas as partes. Restam-nos os lugares selvagens. Onde tudo é selvagem menos a vida.


MÍRA ME _Gaiato (FR), 2021, 1’42’’

Esta Terra não é minha. Onde tenho a cabeça?


LA VÍCTIMA DE MI IMAGINACIÓN _Ione Simões (MX), 2021, 3’33’’

Um filme que fala sobre as relações que criamos com pessoas desconhecidas e a necessidade inata de sentido de conexão que temos.


TIME TO SAVE _Nuno Gonçalves (PT), 2021, 3’

time to save … democracy
time to save … equality
time to save … humanity
time to save … the planet
time to save … time.
time to save questiona-se, se estamos perto, ou mesmo para lá, do ponto de não retorno, quanto ao processo de destruição do que damos por garantido.

sem espaço, apenas tempo. e para lá do tempo, não existe nada.
nem espaço sem tempo.
nem espaço apenas.

time to save é um apelo à ação para parar a contagem decrescente rumo ao vazio.


VISA _Marcus Silva (BR), 2021, 3’20’’

Um selenita vem à terra para observar como as coisas estão a correr, entretanto percebe que muitos erros existem e desiste de continuar a sua viagem.

“FUSO 2021 – August 25th to 29th

August 29th, 10pm 
Lisbon Puppet Museum

 

BARBARA HAMMER
Lori Zippay (USA)

 

With an artistic practice that spanned fifty years, Barbara Hammer (1939-2019) is recognized as a pioneer of queer and feminist experimental cinema. A self-described “visual artist who primarily uses film and video,” Hammer created a groundbreaking body of moving image work that illuminates lesbian histories, lives and representations. Shattering taboos with her radical visions of lesbian sexuality and identity, she was a fierce advocate of the empowered female body.

 Writes Hammer, “Thematically, my work deconstructs a cinema that often objectifies or limits women. My work makes these invisible bodies and histories visible. As a lesbian artist, I found little existing representation, so I put lesbian life on this blank screen, leaving a cultural record for future generations.”

Challenging limits and dissolving borders between the political and the personal, Hammer explored the expressive and activist potential of experimental filmmaking. She began making films in the early 1970s, amidst the fervor of the feminist revolution in the U.S.  Among these early films are several landmarks of lesbian cinema, including Dyketactics (1974) and Multiple Orgasm (1976). Hammer also explored filmic processes and materiality, often referencing the natural world. In subsequent decades she made a series of autobiographically-based documentaries, including Nitrate Kisses (1992) and Tender Fictions (1995), as well as essay films about lesbian histories, such as The Female Closet (1998) and History Lessons (2000), and numerous works exploring cultural and gender identities. In 2015 she premiered Evidentiary Bodies, a performance and multi-channel installation that extended her explorations of experiential physicality.

It would be impossible to write about Hammer’s art without referencing her life. Irrepressibly energetic, generous—she endowed two annual grants to young queer filmmakers—and risk-taking, Hammer was committed to fostering community, mentoring young artists, and interacting with audiences. Her 2006 diagnosis of ovarian cancer only spurred her to increased activism and art making, and she became an advocate for medical aid in dying. Influenced by Rilke’s Letter to a Young Poet, in the last year of her life she developed a performative lecture entitled The Art of Dying or (Palliative Art Making in the Age of Anxiety) in which she engaged her audiences in frank discussions about living with advanced cancer. 

 Hammer’s creative output was vast; she left over ninety moving image works, as well as a large body of installations, performances, drawings, collages and photographs. Her legacy—the impact of her art and life as sources of influence and inspiration—is incalculable.

Lori Zippay

SISTERS! _Barbara Hammer (USA), 1973, 8’25’’

Sisters! is an exuberant landmark in feminist, queer, and lesbian filmmaking, featuring rare footage from the first Women’s International Day March in San Francisco and the second National Lesbian Conference at UCLA, both in 1973. Writes Hammer, “It’s about women taking over the world: women driving trucks, changing Volkswagen engines, and leading the police in new revolutions! It also has footage of women topless, dancing, sweating—with babies on their shoulders! ….”

 

Preserved by BB Optics and the Academy Film Archive. Preservation of this film was made possible by a grant from The Women’s Film Preservation Fund.

 

Director: Barbara Hammer (aka Agressa).

Camera: Barbara Hammer

Second Camera: Marie A. Shaw.

Picture and Sound Editing: Barbara Hammer

Music: Family of Women

Voice Over: Barbara Hammer, Kate Millet

Text excerpt from IV: Carol, in the park, chewing on straws from “The Common Woman Poems” by Judy Grahn

Filmed at First Women’s March, Haight-Ashbury, San Francisco, 1973; The West Coast Lesbian Feminist Conference, U.C.L.A., 1973. 




SANCTUS _Barbara Hammer (USA), 1990, 18’16’’

To make Sanctus, Hammer re-photographed moving x-rays that were originally shot by Dr. James Sibley Watson – a medical doctor who experimented with motion picture x-rays in the 1950s and ‘60s – and his colleagues. Created during the AIDS crisis in the U.S., Sanctus reveals the haunting fragility as well as the strength of the human body, rendering the invisible visible as the skeletal structure is exposed. Writes Hammer: “…I was concerned about the contradictory qualities of beauty and danger of the images that were made by radiation….”

 

This film was preserved by Electronic Arts Intermix and the Academy Film Archive through the National Film Preservation Foundation’s Avant-Garde Masters Grant program and The Film Foundation. Funding provided by the George Lucas Family Foundation.

 

Original X-Ray Footage filmed by James Sibley Watson, M.D., Sydney A. Weinberg, M.D., Stanley M. Rogoff, M.D., Raymond Gramiak, M.D. This Project was Funded in Part by Public Funds from the New York State Council on the Arts, Jerome Foundation, The Western States Regional Media Arts Fellowship Awarded by The Rocky Mountain Film Center, Boulder, Colorado, in a Project Sponsored by the National Endowment for the Arts and The American Film Institute. Thanks to: Nancy Watson Dean, Jan-Christopher Horak, The George Eastman House, Collective for Living Cinema. Special Thanks to Florrie Burke. “Sanctus”: A Sound Composition by Neil B. Rolnick.




GENERATIONS _Barbara Hammer (USA), 2010, 14’36’’

Generations is a true collaboration that demonstrates Hammer’s commitment to mentoring young artists and passing on the traditions of experimental filmmaking to a new generation. Hammer is seen literally handing the camera to a young queer filmmaker, Gina (now Joey) Carducci. Each filmmaker shot and edited image and sound independently, then joined their films together in a multi-generational collage. Shooting at Coney Island in Brooklyn, the filmmakers find references to aging in the amusement park environment, the filmmaking process and the human body.

 

Camera: Gina Carducci, Barbara Hammer

Second Camera: André Azevedo, Katia Perea

Assistant: Dana Kash, Nazita Matres Rezai

Sound Composer: JD Samson

Sound Design: Gina Carducci, Barbara Hammer

Sound Mix: Bill Seery, Kelly Spivey, Stephanie Testa

Sound Recording: André Azevedo, Dylan Bosseau, Gina Carducci, Barbara Hammer, Dana Kash

Titles: Ariel Saulog

Title Design: André Azevedo

Thanks to: Florrie Burke, David Sherman, Andrea Weiss

Laboratory: Cineric

Special thanks to Balazs Nyari and Cineric.


FROM AFAR
Ar.Co (PT)


The programme curated by Centro de Arte e Comunicação for this year’s edition of FUSO – THE ANNUAL VIDEOARTE INTERNACIONAL DE LISBOA – brings together a selection of five works made by students on the Cinema / Moving Image course at ARCOlisboa, who accepted the challenge of working from the idea of “On the Border”, the theme for the festival this year.

In a period of forced isolation due to the fight against the Co-vid 19 pandemic and with the world dominated exclusively by multimedia screens, the imagination has had to find other ways to travel and find non-human eyes that could bring the desired images, and different points of observation of the world, beyond just the views from our homes.

Many of the videos presented in this programme are made using found footage. However, they are not taken from artistic works or audio-visual material previously edited, but are images captured and reproduced in real time by surveillance cameras scattered in remote locations or geospatial analysis platforms. These works reveal the scopic nature of the present and the possibility of creating familiarity with strangers; the desire for impossible journeys; and the peripheral view of the world from extra-terrestrial angles. In a clear ambiguity between the public and the private, new territories are founded, in which time electrifies the technological machine and where telepresence is assumed to be the greatest of distances.


A VIDA SELVAGEM _Margarida Fonseca (PT), 2021, 3’

On planet Earth there is a dangerous world where life has gone wild. A world that does not sleep; that does not shut up; that does not rest; that covers all empty spaces. A world that wakes up all silences; that observes; that says something contrary; that blames; that attacks and that transforms every second that passes.

There is a global chorus of destruction that envelops almost everyone. This world is like an auto-immune disease that destroys everyone and destroys itself. Only the wild places are left. Where everything is wild except life.


MÍRA ME _Gaiato (FR), 2021, 1’42’’

This land is not mine. What was I thinking?


THE VICTIM OF MY IMAGINATION _Ione Simões (MX), 2021, 3’33’’

A film that talks about the relationships we create with unknown people and our innate need for a sense of connection.




TIME TO SAVE _Nuno Gonçalves (PT), 2021, 3’

time to save … democracy
time to save … equality
time to save … humanity
time to save … the planet
time to save … time.
time to save … questions whether we are near, or even beyond, the point of no return; on what concerns the process of destruction that we take for granted. 

no space, only time and beyond time, there is nothing.
no space without time.
no space only.

time to save … is a call to action to stop the countdown to the void.




VISA _Marcus Silva (BR), 2021, 3’20’’

A Selenite (moonstone) comes to Earth to see how things are evolving but realizes that there is so much confusion that it gives up and continues its journey.