EARTHA QUIT
Cire Ndiaye
É Eartha Kitt ou estamos perante um transtorno de personalidade. A história passa-se nos anos 1940 na América e nos dias actuais, em Portugal, onde uma jovem cantora nãobinária se inspira, reflecte, vive e expande. A busca da sua própria identidade artística, o medo da morte, os diálogos intensos que encontramos num universo de opressão, a violência, a indústria. A peça mergulha na vida da protagonista enquanto enfrenta as pressões da fama, questiona as raízes culturais num mundo globalizado e a importância de redefinir o sucesso artístico em termos pessoais e não apenas comerciais é amplificada com a eletrónica, os sintetizadores e o Jazz ao vivo. Cria-se um espaço íntimo, um pub, e uma cave de experimentação a partir de um dispositivo que integra músicos ao vivo como forma de conduzir e acompanhar a performatividade desta figura ao longo da narrativa e imergir o público nestas diferentes camadas que é a vida de uma entertainer. O sonho americano, o entretenimento, quem escolhe o que sobrevive, quem é o artista senão aquele que se encontra com a vida, estamos a tentar entreter quem?
Bio
Cire Ndiaye (1999) é violinista de formação clássica, actriz, performer, criadora e compositora. É co-criadora de “As Docinhas” e ”C I R E” (selecionado para o festival de video poesia de Atenas). Tocou com várias orquestras nacionais e internacionais. Participou em “Carta”, “Wow”, “Another Rose”. Ingressou na ESML em 2017. Em 2023 destaca o concerto com Pierre Bastien no TBA, a sonoplastia de ”A missão da Missão” de Aurora Negra e a sua formação enquanto Técnica de Serviços Funerários.
Ficha Técnica
Direcção artística, criação
Cire Ndiaye
Interpretação
Cire Ndiaye, Carolina Varela, Tom Maciel, Francisco Bettencourt, Pedro Tavares
Apoio à dramaturgia
Sofia Santos Silva
Desenho de Luz
NovaLuxColetivo – Renato Marinho e Francisco Campos
Sonoplastia
Cire Ndiaye, Carolina Varela, Tom Maciel, Francisco Bettencourt, Pedro Tavares
Cenografia e figurinos
Sílvia Rocha – Ahcor
Parceiros
GDA, Festival Temps d’Ímages/DuplaCena, Braba Plataforma, Teatro Ibérico, A Piscina – Associação Cultural, Sorriso dos Piratas Lda, Silvia Rocha – Ahcor
Residências de Co-produção
O Espaço do Tempo, Osso – Associação Cultural, Alkantara, A Piscina – Associação Cultural, Associação ESTUFA
Agradecimentos
Inês Vaz, Nuno Pinheiro, Melissa Rodrigues
EARTHA QUIT
Cire Ndiaye
Is it Eartha Kitt, or are we dealing with a personality disorder? The story takes place in 1940s America and the present day in Portugal, where a young non- binary singer is inspired, reflects, lives, and expands. The narrative follows their search for artistic identity, fear of death, and intense dialogues within a universe of oppression, violence, and industry. The play delves into the protagonist’s life as they confront the pressures of fame, question their cultural roots in a globalized world, and redefine artistic success in personal rather than commercial terms. Enhanced with electronic music, synthesizers, and live jazz, the piece creates an intimate space—a pub and an experimental cave—using a device that integrates live musicians. This approach guides and accompanies the performativity of the central figure, immersing the audience in the multifaceted life of an entertainer. Themes of the American dream, entertainment, and the survival of art are explored. The play questions who determines what survives, who the artist is, and who we are trying to entertain.