“VIDEOLOGIAS II – ANARCHIVAL FRAMES”

Curadoria de Ana Rito & Hugo Barata

EXPOSIÇÃO – 9 a 25 de Maio, 2024
5ª a sábado, das 16h às 20h

O Programa VIDEOLOGIAS procura interpelar o arquivo da estrutura DuplaCena a partir de uma seleção de obras e autores que fazem parte das suas múltiplas produções e apresentações ao longo de mais de vinte anos.

Organizado num ciclo de quatro apresentações durante o ano de 2024, de fevereiro a novembro, o programa continua com a exposição ANARCHIVAL FRAMES.

Talvez o passado não seja memória apenas, mas arquivo em si mesmo. Uma imagem que se encontra presente, de factum, na realidade. Sob diversificadas formas, transmutável, flexível e fluído, este arquivo de que se fala não apenas armazena o passado para depois o exibir futuramente, antes, conduz o presente do presente (Santo Agostinho) para o futuro. A máquina arquivial transforma, pois, os regimes do sensível, as visualidades específicas que expressam uma temporalidade do agora, pois no fundo “(…) altera as posições e as funções dos corpos e dos afetos”. Assim, mais que tentar ilustrar manifestações mais ou menos inconsequentes daquilo que o arquivo é ou pode ser, interessa perceber que o gesto anarquivista será sempre um gesto que procura desarrumar e reorganizar a tensão e a contingência dos arquivos enquanto modelos da narrativa histórica. Dito de outro modo, aceitando a impossibilidade de uma estabilização arquivial, a plasticidade da obra permite outras leituras e novas curvaturas.

ARTISTAS/OBRAS
Ana Mendes  – On drawing, 2016, 9’52’’ /  My father has a gun, 2019, 6’27”
José Maçãs de Carvalho – Arquivo e Melancolia, 2016
Kopal Joshy – Letters to nowhere, 2018, 10’15’’
Magda Gebhardt – Atlas, 2016, 6’24’’
Miguel Bonneville – Landscape of failure, 2008, 5′
Nuno Lacerda – Mapa Museu, 2014, 8’08”
Tânia Dinis – Teresa, 2017, 4’37”
Yuri Firmeza – Apenas um gesto ainda nos separa do caos, 2017, 9’31”

]CURATORIAL STUDIO[
Ana Rito & Hugo Barata, 2024

Assumindo diversos espaços de apresentação de arte contemporânea enquanto recetáculo de heterocronias várias, e o formato expositivo enquanto lugar para a inclusão histórica, cultural, política e educativa, o Curatorial Studio pretende promover um conjunto de desarticulações conceptuais e uma série de ações contingentes. Na sequência do projeto Constelações: uma coreografia de gestos mínimos (MCB/CCB, 2019-2022), o presente estúdio de curadoria procura sublinhar o estremecimento dos tempos históricos estabilizados, descontinuando ou desassossegando a sua imobilidade, aproximando-lhe cortes, novas geometrias e ligações, temporalidades evenementais ou mais dilatadas. Através de várias ações produzidas em diálogo com diferentes estruturas (como a DuplaCena), pretende-se promover a produção de reflexão e de teoria no campo das práticas curatoriais recentes sobre os mais diversificados temas, implementando um modelo laboratorial aplicável a distintos formatos de apresentação, divulgação e investigação.