[pt_banner uniq_id="5ed7b3683f314" style="style2" arrow_next_screen="off" social_buttons="off" height="150"][pt_banner_item uniq_id="5ed7b4fb842c3" background_type="color" heading_uppercase="" vertical_align="bottom" background_color="#5e1516" sub_heading="Jerusalém" sub_heading_size="40" button_text_color="#ffffff" heading="Vasco Mendonça, Gonçalo M. Tavares, Luís Miguel Cintra ÓPERA DE CÂMARA"][/pt_banner]

Num contexto de experimentação e pluridisciplinaridade, a DuplaCena não poderia deixar de ser o quarto elemento na criação deste espetáculo juntamente com Vasco Mendonça, Gonçalo M. Tavares e Luís Miguel Cintra, tendo-se aventurado pela primeira vez na produção de uma ópera.

A ópera Jerusalém é o resultado de uma confrontação de diferentes linguagens e abordagens artísticas. Um espetáculo cuja coerência artística e conceptual é o resultado direto e compósito de um processo de contaminação entre os vários discursos (musical, dramático, cénico) que lhe dão origem. A escolha da adaptação do livro homónimo de Gonçalo M. Tavares é particularmente pertinente. É possível, em Jerusalém, observar a forma como o autor se movimenta entre os territórios da ficção e o ensaio, num equilíbrio delicado, desenhando personagens de uma forma mais ou menos caricatural, evocando universos mais ou menos identificáveis, em suma, movimentando-se entre uma minuciosa observação do detalhe físico e poderosas (por vezes homéricas) incursões ao universo das ideias. Por outro lado, é interessante observar que essa alternância entre registos encontra um eco na sua abordagem formal, em que interrompe de uma forma brusca a narrativa principal com episódios externos. Estes episódios, apercebidos como o passado dessa narrativa, polarizam o presente, criando inevitavelmente uma intensidade dramática, libertada no final – potenciando, assim, uma narrativa expressionista através de uma estrutura mecânica, de grande rigor formal.

Música
Vasco Mendonça

Libreto
Gonçalo M. Tavares

Encenação
Luís Miguel Cintra