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2ª sessão – 29 Julho, 23h30

Goethe Institut

 

Programa em parceria com VideoZone-4/CCA, Telavive
Com a presença de Sergio Edelsztein

Victor Alimpiev, Sweet Nightingale (2005), 6’44’’


Aneta Grzeszykowska, Black (2007), 12’

Black é um filme de fantasia sobre o abismo total.

O corpo nu da artista viaja por um inatingível e indefinido espaço negro, desaparecendo neste apenas para reaparecer. Contudo não se trata de um tradicional fundo negro, mas sim o interior magnético de um buraco negro, o espaço perfeito da não-existência.

O filme combina técnicas analógicas com técnicas de animação computorizada.


Marcus Coates, Radio Shaman, 9’35’’

O trabalho de Marcus Coates tem vindo a questionar a forma como nos relacionamos com outras espécies. Os processos dos seus filmes-performances apontam para a reapresentação da definição de humanidade. O comportamento animal e o mimetismo animal são o centro da sua pesquisa numa procura da consciencialização do cruzamento de espécies.

Na fotografia Goshawk (espécie rara de falcão), vemos um distante e indígena pinheiro e Marcus Coates preso no topo do seu veículo. Ele tenta transformar-se nesta rara espécie de ave, no entanto a sua experiência não pode ser reconciliada com o seu distintivo perfil humano.

Em Finfolk retoma o mito de Selkie, que nos narra o episódio de uma foca que dá à costa como um ser humano. Neste filme vemos Coates, emergir do invernoso Mar do Norte num árido pontão onde veementemente fala numa língua irreconhecível. Vestido com uma máscara de concha, apresenta-se como um ser não-extraordinário. À medida que submerge no mar, deixa-nos a pensar o que, de facto, nos separa das criaturas marinhas.

Em Local Birds, A Guide to the British Non-Passerines and Dawn Chorus, Marcus Coates usa uma técnica digital de vídeo, que permite às pessoas cantarem exatamente como pássaros. Este processo informa-nos sobre o nosso comportamento inconsciente e explora a possibilidade da conexão com outras espécies.

Recentemente, o comportamento animal tornou-se a regra para resolver o problema. Tem usado técnicas tradicionais de mimetismo animal para tentar resolver difíceis problemas sociais nas comunidades.

Trabalhando como Xama, realiza rituais para clientes, em que dá informações que recebe através dos seus encontros com os espíritos de animais.

Novos clientes incluíram Shiel Park Residents Association Liverpool, Liverpool City Council, Ikebukuru City Council Japan, Toge Village Council Japan e Stavanger City Council Norway.

Coates tem encontrado respostas para uma variedade de questões problemáticas destas comunidades, que vão desde Como poderemos vender o nosso arroz de forma mais vantajosa? (Toge, Japão), até Como poderemos parar com a exploração das prostitutas nigerianas na Noruega? (questão à qual tentou arranjar uma resposta, ao vivo num programa de rádio norueguês).

Estas performances, como acontecimentos em direto, mas importantíssimos para o artista, tornam-se, por mérito próprio, filmes e fotografias admiráveis. Marcus Coates usa uma equipa de filmagem, que lhe permite uma cobertura com várias câmaras, levando o documentário para além do seu papel de registo do acontecimento, executando uma dramatização do seu processo artístico.


Simon Wachsmuth, Pulad Zurkhaneh (2007), 22’34’’

O filme mostra um homem iraniano no bazar Zurkhaneh de Shiraz, praticando exercícios físicos tradicionais. O ritual é apresentado sem qualquer tipo de comentário, concentrando-se na ordem tradicional dos acontecimentos. Uma das principais características deste filme é o enfoque em antigos objetos, simbólicos de diferentes tipos de armamento, como uma espada e o escudo.

Toda a atmosfera sugere uma narrativa aberta em vez de um documentário, coligindo significados históricos e contemporâneos.


Azorro Group, We like it a lot (2001), 7’30’’

No seu primeiro filme We like it a lot, o Azorro Group mostra um percurso por várias galerias de Varsóvia (desde a lendária Galeria Foskal – o Centro de Arte Contemporânea, até uma Galeria de kitsch-étnico). Após saírem de cada galeria, elogiam o que acabaram de ver, da mesma forma e com a mesma frase “we like it a lot” (nós gostamos muito), repetida e incessantemente. Desta forma, fazem uma crítica subtil através da afirmação absoluta.

2nd session – July 29th, 11:30pm

Goethe Institut

 

Program in partnership with VideoZone-4/CCA, Tel Aviv
With the present of Sergio Edelsztein

Victor Alimpiev, Sweet Nightingale (2005), 6’44’’


Aneta Grzeszykowska, Black (2007), 12’

BLACK is a film fantasy on the theme of a total abyss. 

The artist’s naked body travels through an intangible and indefinable black space, disappearing in it only to appear again. It is not, however, the usual black background, it is rather a magnetic inside of a black hole, the perfect space of non-existance. 

The film combines analogue trick filming and computer animation.


Marcus Coates, Radio Shaman, 9’35’’

Coates’ practice has questioned the ways we relate to other species. His film/performance processes aim to represent definitions of humanness. ‘Animal becoming’ and animal mimicry is often at the heart of this investigation into cross species consciousness.

In the photograph Goshawk we see a distant indigenous pine tree with Coates strapped high up on the trunk. He attempts to become this rare bird species, his subjective experience however cannot be reconciled with his distinctly human profile.

In Finfolk he re-enacted the myth of the Selkie, where it is told that a seal comes ashore as a human. In this film you see Coates climbing out of the wintery North Sea onto a bleak pier where he rants in an unrecognizable language. He is dressed in a shell suit and presents himself as an unextraordinary being. As he disappears back into the sea, he leaves us wondering what it is, exactly, that separates us from these creatures of the sea.

In Local Birds, A Guide to the British Non-Passerines and Dawn Chorus, Coates uses a digital video technique to enable people to accurately sing like birds. This process offers insight into our unconscious behaviour and possible connectivity with another species.

More recently ‘animal becoming’ has taken on a problem-solving role. He has used traditional techniques of animal mimicry to seek resolutions to difficult social issues in communities. Working as a ‘shaman’ he performs rituals for ‘clients’ where he provides information given to him through his encounters with animal spirits.

Recent clients have included Shiel Park Residents Association Liverpool, Liverpool City Council, Ikebukuru City Council Japan, Toge Village Council Japan and Stavanger City Council Norway. Coates has sought answers to a variety of problematic issues from these communities e.g. “How can we sell our rice more successfully?” (Toge, Japan) to “How can we stop the exploitation of Nigerian prostitutes in Norway?” (a question Coates attempted to find answers for, live on radio in Norway).

These performances work as live events but importantly for the artist they also become compelling films and photographs in their own right. Coates uses a film crew to enable multi-camera coverage to take the documentary beyond the role of ‘recording‘ the event to a dramatization of his artistic process.


Simon Wachsmuth, Pulad Zurkhaneh (2007), 22’34’’

The film shows Iranian men at the Shiraz bazaar Zurkhaneh practicing traditional physical exercises. The ritual is shown without any additional commentary, concentrating on the traditional order of events. One of the film’s main characteristics is the focus on objects once symbolizing different forms of weaponry, such as sword, coil and shield. The atmospheric images suggest an open narrative instead of a documentary, thus bringing historic and contemporary layers of meaning together.


Azorro Group, We like it a lot (2001), 7’30’’

In their first film We like it a lot, Azorro visit one gallery in Warsaw after another (from the legendary Galeria Foksal, the Centre for Contemporary Art, to the gallery selling ethnic kitsch). After leaving each of them, they praise what they have just seen in the same way, with the same sentence “we like it a lot”, over and over, ceaselessly. In this way, they practice subtle criticism by means of absolute affirmation.