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“FUSO 2017 – 22 a 27 de Agosto

27 Agosto, 22h
Museu da Marioneta

 

Bandeira branca enfiada em pau forte
Curadoria de Cristiana Tejo
Duração da sessão 40’

 

Este programa concentra-se no experimentalismo audiovisual do Recife, um dos mais antigos e prolíficos centros do Brasil, tendo como ponto irradiador a trajetória de Paulo Bruscky, artista multimédia pioneiro em várias frentes brasileiras incluindo a vídeo arte, a partir do final dos anos 70. As suas obras em Super 8, vídeo e U-Matic são experiências com a própria linguagem do filme, comentários humorados sobre a questão da representação na arte e a cidade como object trouvée. Assim como ocorreu mundialmente, a produção inicial de vídeo arte trouxe um novo sopro de experimentação para a linguagem audiovisual que começava a cristalizar-se por conta do apelo comercial. Neste sentido, é interessante notar que este foi um dos momentos de grande fertilidade do audiovisual, em que cineastas e artistas plásticos convergiam atenção e energia para a expansão das possibilidades estéticas da imagem em movimento. O programa faz um contraponto com o momento atual em que a produção fílmica de Pernambuco ganha novamente densidade e importância nacionais e o trânsito de linguagens volta a ocorrer de maneira intensa, mas trazendo novas questões de forma e de conteúdo. Os artistas escolhidos emergiram na primeira década de 2000 no Recife e afora mesclarem as fronteiras dos campos do cinema e das artes visuais, problematizam com grande potência questões políticas locais internacionalizando-as, a exemplo do direito à cidade e a luta de grupos sociais por visibilidade além dos clichês identitários.

Cristiana Tejo, 2017

Paulo Bruscky, Poema, 1979, 3’, película super 8 transferida para digital

Nas palavras do artista “Poema é uma poesia visual, um filme onde a ponta é o filme e o filme é a ponta”. Paulo Bruscky utiliza as partes finais dos filmes de super 8 e filma-as gerando um resultado poético surpreendente.


Paulo Bruscky, Xeroxfilme: LMNUWZ, fogo!, 1980, 25’’, película super 8 transferida para digital

Filme elaborado através do processo xerográfico (xero-filme), abrindo um novo campo para o desenho animado e o cinema experimental. O filme é o registo xerográfico da ação do artista ao tocar com fogo em diversos materiais em cima do visor da máquina fotocopiadora e filmá-lo posteriormente, frame a frame, o resultado da experiência.


Paulo Bruscky, Xerofilme: aépta, 1982, 4’45’’, película super 8 transferida para digital

Aépta é um xero-filme realizado a partir de experiências com linhas de costurar em movimento sobre uma moldura de slide projetadas para a máquina xerox colorida através de um espelho.


Paulo Bruscky, Via Crúcis, 1979, 7’40’’, película super 8 transferida para digital

Via Crúcis: Proposta/ação poética realizada nas escadarias do Alto do Cruzeiro, em Gravatá (Pernambuco), onde cada degrau tinha o nome do seu patrocinador. Paulo Bruscky e um amigo com câmara em punho sobem as escadarias na medida em que citam os nomes inscritos em cada degrau.


Gabriel Mascaro, Sonho de deriva, 2013, 5’

Recife é uma cidade cortada por dois rios e seus canais, o que a levou ser chamada de Veneza Brasileira. Entretanto, há um completo descaso público sobre a saúde das águas e uma subutilização do seu potencial. Neste trabalho, Gabriel Mascaro entrelaça espaço afetivo e íntimo com o espaço público e a paisagem urbana. Um colchão flutua sobre as águas de um rio servindo de repouso para um casal que dorme em toda sua jornada, seguindo o curso natural do rio enquanto enche.


Jonathas de Andrade, O Levante, 2012, 8’

Em 2011 foi decretada a proibição de veículos movidos por animais no centro de Recife, medida que atingiu a parcela pobre da população que se servia deste meio principalmente como ferramenta de trabalho. O filme O Levante foi o subterfúgio usado pelo artista para fazer este grupo social voltar a circular pelas ruas do centro. Ao mesmo tempo em que tratava com as instâncias governamentais sobre uma ficção que seria filmada, ele promovia a 1ª Corrida de Carroças no Centro da Cidade de Recife.


Barbara Wagner & Benjamin de Burca, Faz que Vai, 2015, 12’

Tomando o nome de um passo de Frevo que simula um momento de instabilidade, Faz que Vai retrata quatro bailarinos nos seus modos de articular uma forma de tradição popular em questões socioeconómicas e de género. Como uma série de anotações sobre a relação entre corpo, câmara e movimento no registo de uma dança típica do Nordeste do Brasil, Faz que Vai comenta o sentido do carnavalesco presente em diversas estratégias de preservação do Frevo como imagem, património e produto.


27 Agosto, 23h15
Museu da Marioneta

 

Open Call – Cerimónia de Entrega de Prémios
Prémio Aquisição FUSO/Fundação EDP/MAAT
Prémio FUSO/Restart

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“FUSO 2017 – August 22 to 27

August 27, 10pm
Museu da Marioneta

 

White flag hoisted in a strong wooden stick
Curatorship by Cristiana Tejo
Total running time 40’

 

This program concentrates on the audiovisual experimentalism of Recife, one of the oldest and most prolific centres in Brazil. Its main focus is the work of Paulo Bruscky, a multimedia artist and a pioneer on several Brazilian fronts including video art, since the late 1970s. His works in Super 8, video and U-Matic are experiences on the film language, humorous comments on the issue of representation in art and the city as ‘object trouvée’. Just as it happened worldwide, the early production of video art brought a new breath full of experimentation for the audiovisual language, which began to crystallize due to the commercial appeal. In this sense, it is interesting to note that this was one of the moments of great fertility for the audiovisual, in which filmmakers and visual artists converged their attention and energy to the expansion of the aesthetic possibilities of the moving image. The program makes a counterpoint to the present moment in which the film production of Pernambuco regains national density and importance while the language exchanges reoccur in an intense way, thus bringing new ways of form and content. The chosen artists emerged in the first decade of the 2000 in Recife and, besides merging the frontiers of cinema and visual arts fields, they forcefully problematize and internationalize local political issues such as the right to the city and the struggle of social groups for visibility beyond the clichés of identity.

Cristiana Tejo, 2017

Paulo Bruscky, Poema (Poem), 1979, 3’, super 8 film transferred into digital

In the words of the artist, “Poem is a visual poetry, a film where the tip is the film and the film is the tip.” Paulo Bruscky uses the final parts of the super 8 movies and records them, producing a surprising poetic result.


Paulo Bruscky, Xeroxfilme: LMNUWZ, fogo!, 1980, 25’’, super 8 film transferred into digital 

A film developed through the xerographic process (xero-film), opening new ways for the creation of animated cartoons and experimental cinema. The film is the xerographic record of the artist’s action on touching various materials with fire, displayed on the photocopying machine and filming the result of the experiment later, frame by frame.


Paulo Bruscky, Xerofilme: aépta 1982, 4’45’’, super 8 film transferred into digital

Aépta is a xero-film made from experiences with sewing lines moving on a slide frame designed for the xerox machine coloured through a mirror.


Paulo Bruscky, Via Crúcis 1979, 7’40’’, super 8 film transferred into digital 

Via Crúcis: A proposal/poetic action performed on the stairs of Alto do Cruzeiro, in Gravatá (Pernambuco), in which each step had the name of its sponsor. Paulo Bruscky and a friend hold a camera and climb the stairs while reading the names inscribed on each step.


Gabriel Mascaro, Sonho de deriva, 2013, 5’

Recife is a city crossed by two rivers and its canals, which made it known as the Brazilian Venice. However, there is a complete public disregard for the water safety and under-utilization of its potential. In this work, Gabriel Mascaro intertwines affective and intimate space with the public one and the urban landscape. A mattress floats on the waters of a river serving as resting place for a couple who sleeps throughout their journey, following the natural course of the river while its water levels rise.


Jonathas de Andrade, O Levante, 2012, 8’

In 2011, a ban on animal-powered vehicles was decreed in the centre of Recife, a measure that reached the poor portion of the population that used this medium mainly as a work tool. The film O Levante was the subterfuge used by the artist to make this social group return to circulate the streets of the city centre again. While he dealt with the governmental instances about a fiction that would be filmed there, he promoted the 1st Race of Wagons in the centre of Recife.


Barbara Wagner & Benjamin de Burca, Faz que Vai, 2015, 12’

Taking the name of a Frevo step that simulates a moment of instability, Faz que Vai portrays four dancers in their ways of articulating a form of popular tradition in socio-economic and gender issues. As a series of notes on the relationship between body, camera and movement in the recording of a typical dance from the Northeast of Brazil, Faz que Vai remarks the meaning of the carnival present in several strategies for the preservation of Frevo as image, heritage and product.


August 27, 11:15pm
Museu da Marioneta

 

Open Call – Awards Ceremony
FUSO/EDP Foundation/MAAT Acquisition Award
FUSO/Restart Award