“AFTER ALL“
Francisco Ruiz de Infante & Irit Batsry
EXPOSIÇÃO – 5 de Novembro a 13 de Dezembro, 2025
5ª a sábado, das 16h às 20h
Sob o título AFTER ALL, Francisco Ruiz de Infante e Irit Batsry ocupam o espaço da Duplacena 77 com duas instalações.
As projeções de Francisco Ruiz de Infante trazem o exterior para dentro da galeria e fazem o vídeo mapear um fresco sobre a estrutura do espaço expositivo. A relação com a localização da galeria, no Regueirão dos Anjos, é evocada através do uso de caixas de cartão e mobiliário disperso.
Irit Batsry recorre à luz e à projeção para explorar diferentes formas de apagamento: imagens esbatidas num rolo de película de cinema 35 mm degradada, textos projetados e refletidos que se dissolvem, e uma mão projetada que escreve palavras invisíveis antes de gestualizar o seu próprio desaparecimento.
Tanto Irit Batsry como Francisco Ruiz de Infante criaram obras seminais como videoartistas nas décadas de 1980 e 1990, e ambos expandiram o seu trabalho para além dos limites dessa forma artística, criando instalações imersivas.
Francisco Ruiz de Infante – Artista “fora de formato”, move-se sem complexos entre a alta tecnologia e a improvisação de emergência, reconstruindo o modo como a memória atua quando alimenta o presente: em sobressaltos cheios de erros de informação ou como uma torrente inesgotável de imagens. Pertence a uma geração cuja sensibilidade foi moldada pelo encontro e confronto entre as máquinas audiovisuais de controlo e entretenimento e materiais aparentemente simples e quotidianos.
Ruiz de Infante questiona vários estados efémeros (presente/passado/futuro), múltiplos espaços instáveis, dualidades falsamente semelhantes (real/imaginário) e diversos aceleradores complexos do inconsciente – entre os quais, evidentemente, o corpo.
No campo das artes plásticas, apresentou projetos de relevo no Museu Guggenheim de Bilbau, no Museu de Arte Moderna (Paris), na Maison de l’Image (Genebra), na Blaffer Gallery (Houston), no Museu Reina Sofía (Madrid), no ZKM (Karlsruhe), no Bundeskunsthalle (Bona), no Museu Carrillo Gil (Cidade do México), na Trienal de Milão, na Nuit Blanche (Paris), na La Panera (Lleida), na Sala Metrònom (Barcelona), no Instituto Cervantes (Casablanca), na Fundação Telefónica (Buenos Aires) e no Museu Artium (Álava), entre muitos outros.
No domínio do vídeo, dentro da sua vasta produção destacam-se as longas-metragens Les Loups (1995) e Champs Éventuels (2020), bem como as curtas Les Choses Simples (1993) – Prémio de Descoberta no Festival du Nouveau Cinéma de Montréal e no Festival de Vídeo de Locarno -, Collisions sans titre (2001), La Pierre de New York (2005) e BSoD – Training Attitude (2009).
Vários dos seus vídeos integram as coleções do MNAM – Centre Pompidou (Paris), do MAC (Montreal) e do Museu Reina Sofía (Madrid), entre muitas outras coleções internacionais.
Em 2009 iniciou um ciclo de exposições, filmes e intervenções artísticas sob o título genérico BlueSky Ecosystems, desenvolvido através de projetos individuais e coletivos em diversos contextos internacionais.
No campo das artes performativas, destacam-se as suas colaborações com o coreógrafo Loïc Touzé e o compositor Christian Sebille, com quem produziu a componente vídeo do projeto Propagations (2020–2025), uma coprodução do GMEM de Marselha.
Em 2010 colaborou no projeto coreográfico LabOfilm de Olga Mesa e, desde 2012, ambos têm vindo a desenvolver o projeto temático Carmen // Shakespeare, que gerou diversos espetáculos, exposições, filmes e performances apresentados na Europa, América do Sul e Norte de África.
Atualmente, trabalham em conjunto na construção dos projetos multiformato A Table of One’s Own (2020–2026) e Jamais-Jamais (2017–2026).
Em 2023 conceberam o percurso expositivo e performativo 9.189 Km (Playing between the map and the territory), para a By Art Matters Foundation, em Hangzhou, China.
Desde 2001, Ruiz de Infante é coordenador do grupo de investigação Art Hors-Format / Arts du Temps na Haute École des Arts du Rhin (HEAR Strasbourg), que fundou nesse mesmo ano com os artistas Pierre Mercier e Éléonore Hélio.
Desde 2012, é co-diretor artístico, com Olga Mesa, da companhia Hors Champ // Fuera de Campo.
Irit Batsry é uma artista de renome internacional cujo trabalho explora a criação, a perceção e a história das imagens em movimento, na sua relação com a memória pessoal e coletiva.
Recebeu o prestigiado Whitney Biennial Bucksbaum Award (2002), atribuído a “um artista cuja obra revela uma combinação singular de talento e imaginação — alguém que demonstra potencial para dar uma contribuição significativa às artes visuais.” Recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim (1992) e o Grand Prix Video de Création da Société Civile des Auteurs Multimédia, em Paris (1996 e 2001).
Mudou-se para Nova Iorque em 1983, onde aprofundou a sua pesquisa sobre o processamento de imagem em vídeoarte no Experimental Television Center, em Owego, após concluir a pós-graduação em vídeoarte na Bezalel Academy of Art and Design, em Jerusalém.
Artista nómada durante a década de 1990, criou vídeos e instalações durante residências de longa duração em França, no Centre International de Création Vidéo Montbéliard Belfort (1992–1993) e na Cité Internationale des Arts, em Paris (1994, 1996); na Alemanha, na Academy of Media Arts, em Colónia (1996–2000); e em Montreal (1999–2002), com o apoio da Daniel Langlois Foundation for Art, Science, and Technology.
Há mais de dez anos, Irit Batsry estabeleceu o seu estúdio em Lisboa e, nas últimas duas décadas, tem desempenhado um papel activo na vida cultural da cidade, tanto como curadora como artista.
As suas obras integram importantes coleções museológicas e têm sido amplamente exibidas em 35 países. Entre as exposições selecionadas destacam-se a National Gallery (Washington), o National Film Theatre e o ICA (Londres), o CCB (Lisboa), o Museu Reina Sofia (Madrid), o Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro), o Museu Ludwig (Colónia), bem como o Whitney Museum e o MoMA (Nova Iorque). Em 2006, o Jeu de Paume, em Paris, organizou uma retrospetiva dos seus vídeos (1981–2006).
