“THE TOUCHING OF THE WOUND”

Curadoria da Exposição: Maria Clara Lima e Ricardo Roseiro
Curadoria geral do programa VIDEOLOGIAS: Ana Rito & Hugo Barata

EXPOSIÇÃO – 5 a 20 de Julho, 2024
5ª a sábado, das 16h às 20h

A exposição The touching of the wound, parte do conceito de ferida para transcender uma sua definição física, abarcando significados metafóricos e existenciais. Uma ferida pode ser vista como um corte, uma vulnerabilidade, que expõe o Ser a diversas formas de sofrimento, transformação e crescimento. Filósofos, escritores e artistas têm explorado essa metáfora para discutir a condição humana, a experiência do trauma, a possibilidade de cura e a resiliência. O objetivo de abrir esta exposição a uma co-curadoria realizada por um conjunto de jovens artistas e curadores, é proporcionar um espaço de reflexão e diálogo abordando múltiplas dimensões. Promovendo um sentido de pertença e empoderamento, esta exposição ressoa profundamente com a vontade de uma abertura ao diálogo com gerações mais novas, interligando o conceito de ferida com a prática da curadoria, permitindo uma abordagem poderosa que espelha o desejo de viver e caminhar juntos. 

Ana Rito e Hugo Barata

The touching of the wound pretende trabalhar uma pedagogia do arquivo tornado público, enquanto dispositivo que educa para a diversidade de modos de ser e de agir no mundo. Para esta constelação de vivências, referências, e identidades, trabalha-se com um grupo de artistas que partilham a compulsão de colecionar imagens, em particular, as que documentam a não-normatividade, tema poético e iconográfico que nos é querido. Seduz-nos o erro, o indesejável, o feio, o grotesco, o desvio, o caos. Talvez pelas suas potencialidades estéticas, conceptuais e narrativas infindáveis e transgressoras e, por isso, libertadoras. Servimo-nos da alegoria de Narciso para falar de um mal que teima em assombrar-nos ciclicamente ao longo da História: voltarmo-nos para nós próprios com medo de que outro, em particular aquele que é considerado diferente, se aproxime demasiado de nós e nos toque. Os arquivos tornados públicos (no geral e nesta exposição) têm o condão de intervir no ciclo vicioso de violência e solidão que gera ainda mais violência e solidão.

Maria Clara Lima e Ricardo Roseiro

ARTISTAS
Astrid Chabot, Cinza Nunes, Francisco Rodrigues, Francisco Novais, Joana Coelho, João Galindro, João Lopes, Julia Sarturi, Maria Clara Lima, Natalie Demetriou, Rami Tannous e Ricardo Roseiro

]CURATORIAL STUDIO[
Ana Rito & Hugo Barata, 2024

Assumindo diversos espaços de apresentação de arte contemporânea enquanto recetáculo de heterocronias várias, e o formato expositivo enquanto lugar para a inclusão histórica, cultural, política e educativa, o Curatorial Studio pretende promover um conjunto de desarticulações conceptuais e uma série de ações contingentes. Na sequência do projeto Constelações: uma coreografia de gestos mínimos (MCB/CCB, 2019-2022), o presente estúdio de curadoria procura sublinhar o estremecimento dos tempos históricos estabilizados, descontinuando ou desassossegando a sua imobilidade, aproximando-lhe cortes, novas geometrias e ligações, temporalidades evenementais ou mais dilatadas. Através de várias ações produzidas em diálogo com diferentes estruturas (como a DuplaCena), pretende-se promover a produção de reflexão e de teoria no campo das práticas curatoriais recentes sobre os mais diversificados temas, implementando um modelo laboratorial aplicável a distintos formatos de apresentação, divulgação e investigação.