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“FUSO 2019 – 27 Agosto a 1 Setembro

30 Agosto, 23h15 
Jardim do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado

Programa de SANDRA VIEIRA JÜRGENS (Portugal)
FUTURO PRESENTE
Duração: 45’


O futuro está aí, e partindo do mote do Festival e da crescente atenção dada à política ecológica na esfera cultural e no campo da arte e das suas instituições, esta sessão dá a conhecer obras de artistas contemporâneos que no seu trabalho se relacionam com este tempo histórico de transformação e emergência ambiental, pensando as suas causas passadas e consequências futuras como inseparáveis de questões económicas, tecnológicas e sociopolíticas.
Futuro Presente conta com trabalhos vinculados a uma abordagem ética e crítica e a formas de resistência contemporâneas idealizadas por Francisco Pinheiro & Paulo Morais, Marcelo Felix, Nikolai Nekh e Nuno Barroso & Veronika Spierenburg, autores cujas práticas criativas, de investigação e reflexão dão visibilidade a temas que vão das crises e dos impactos ambientais aos direitos laborais e à justiça social.

 

BIO

Sandra Vieira Jürgens (Portugal) é historiadora de arte e curadora. Investigadora de pós-doutoramento, bolseira FCT no Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Coordenadora e professora auxiliar convidada da Pós-Graduação em Curadoria da Arte na FCSH/UNL. Dirige a revista online Wrong Wrong (wrongwrong.net) e a plataforma raum: residências artísticas online (raum.pt). 

http://sandravieirajurgens.com/sobre

_ NUNO BARROSO (PT) & VERONIKA SPIERENBURG (DE) // Cemitério das Âncoras 2018, 18’21’’

Cemitério das Âncoras é um projecto de cinema colaborativo de Veronika Spierenburg e Nuno Barroso. O ponto de partida é o “cemitério de âncoras” na Praia do Barril, Algarve. Existem centenas de âncoras pesadas “plantadas” na areia e abandonadas, que testemunham a indústria da pesca do atum, uma das mais bem-sucedidas em tempos, tendo o seu declínio ocorrido no último século devido à pesca excessiva.

As observações fixas dos artistas criam uma etnografia visual da pesca artesanal actual, mas igualmente orientadas pelas qualidades esculturais das construções naturais e artificiais que definem a zona costeira.

 

BIO

Nuno Barroso é licenciado em Ciências Ambientais na Universidade Nova de Lisboa. Estudou fotografia documental no colectivo Kameraphoto e Fotografia e Arte Contemporânea no Atelier de Lisboa.

Veronika Spierenburg estudou Design na Universidade da Basileia, com bacharelato em Fotografia na Academia Gerrit Rietveld em Amesterdão, tendo concluído os seus estudos com um mestrado em Belas Artes na Central Saint Martins College em Londres.


_ MARCELO FELIX (PT) // Domínio, 2019, 12’

O invisível na rotina dos seres e das coisas, a dimensão imensurável de cada escolha, a origem e o destino da memória: impressões de um dia inquieto, sôfrego, vulnerável, entre a nostalgia da distância que repõe a perspectiva (como a de Caspar David Friedrich em O Viandante sobre um Mar de Névoa) e a imersão quotidiana na múltipla proximidade do caos. Impossível organização desse dia, Domínio é um relance sobre os seus gestos de discreta subversão e também uma breve lembrança do desgaste do mundo, feito de fragmentos de passado e do futuro.

Filme de Marcelo Felix | Colaboração: Pedro dos Reis, João Cardoso Ribeiro, Raquel Jacinto

 

BIO

Marcelo Felix é cineasta, realizou A Arca do Éden (2011), Flor e Eclipse (2013), A Mare (2014), Paul (2016), Nas Latitudes do Futuro (2017).


_ FRANCISCO PINHEIRO & PAULO MORAIS (PT) // Avepeixeave, 2017, 7’10’’

Este vídeo integra um conjunto de trabalhos sonoros, que resultam de uma investigação em torno do canto das aves, em particular de espécies em risco de extinção. Com base nesta pesquisa, e re-apropriando-se de objectos remanescentes das indústrias, Francisco Pinheiro e Paulo Morais desenvolveram uma série de vídeos em diálogo com o Rio Almansor.

Performance: Francisco Pinheiro | Câmara: Paulo Morais

 

BIO

Francisco Pinheiro (Lisboa, 1981). O seu trabalho parte de narrativas colectivas associadas a um determinado território: a questão da seca na Califórnia, ou o desaparecimento do Mar de Aral, convocadas em instalações, textos e performances. É mestre em Novos Géneros pelo San Francisco Art Institute (2014) e licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2005). 

Paulo Morais (Paris, 1977). Trabalho artístico idiossincrático, centrado na sinergia de agentes sonoros e visuais. Os frutos deste trabalho têm sido apresentados sob a forma de performances, instalações sonoras, fotografia e vídeo, em espaços como a Biblioteca Orlando Ribeiro, a Avenida 211 ou a ZDB. No seu percurso ligado à percussão, tem feito parte de projectos como o grupo musical Tumbala.


_ NIKOLAI NEKH (RUS) // Meio Corte, 2014, 7’02’’

Meio Corte parte de um questionamento sobre a eficácia da quantidade de greves realizadas nos transportes públicos nos últimos anos em Portugal.

Levando esta questão até a um certo absurdo, é proposta uma outra possibilidade para os trabalhadores reivindicarem os seus direitos laborais. Só que esta forma de actuar não é realizável empiricamente, ela acontece apenas na justaposição do som e da imagem. Novos problemas surgem resultantes deste condicionamento: o som e o texto passam a determinar o conteúdo da imagem. As consequências deste processo são reflectidas num plano de curta duração que se vai repetindo ao longo do vídeo.

 

BIO

Nikolai Nekh (1985, Slavyansk-na-Kubani). Vive e trabalha em Lisboa. A sua prática artística consiste na produção e distribuição de imagens que surgem das trajectórias do capitalismo e das suas formas de representação.

“FUSO 2019 – August 27 to Septembre 1

 

August 30, 11:15pm
Jardim do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado

Program by SANDRA VIEIRA JÜRGENS (Portugal)
FUTURE PRESENT
Running Time: 45’

 

The future is here, and taking as a departure point the theme of the Festival and the growing attention given to ecology politics in the cultural sphere and in the field of art and its institutions, this session will showcase work by contemporary artists who relate, through their work, to this historical time of transformation and environmental emergency, reflecting on its past causes and its future consequences as inseparable from economic, technological and socio-political questions. Future Present contains works which are linked to an ethical and critical approach, and to contemporary forms of resistance idealized by Francisco Pinheiro & Paulo Morais, Marcelo Felix, Nikolai Nekh and Nuno Barroso & Veronika Spierenburg, authors whose creative, investigative and reflexive practices expose themes from environmental crises and impacts, to labour rights and social justice.

BIO

Sandra Vieira Jürgens (Portugal) is an art historian and curator. FCT – Portugal postdoctoral Research Fellow at Instituto de História da Arte – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Teaches and coordinates the Postgraduate Programme in Curatorship at FCSH/NOVA. She is artistic director of Wrong Wrong (wrongwrong.net) and of raum: online artist residencies project (raum.pt).

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_ NUNO BARROSO (PT) & VERONIKA SPIERENBURG (DE) // Anchor Cemetery, 2018, 18’21’’

Anchor Cemetery (Cemitério das Âncoras) is a collaborative film project from Veronika Spierenburg and Nuno Barroso. The starting point is the ‘Anchor Cemetery’ to be found at Barril’s Strand, Algarve. There several hundred heavy anchors have been planted in the sand and abandoned, to bear witness to the tuna fishing industry which once flourished there, then declined in the last century due to overfishing.

The artists’ still observations generate a visual ethnography of today’s artisanal fishing, equally guided by the sculptural qualities of natural and man-made constructions that define the coast.

 

BIO

Nuno Barroso has a degree in Environmental Sciences from Nova University of Lisbon. He studied documentary photography at Kameraphoto collective and Photography and Contemporary Art at Atelier de Lisboa.

Veronika Spierenburg studied Design at the University of Basel following a Bachelor in Photography at the Gerrit Rietveld Academy in Amsterdam and completed her studies with a Fine Art MA from Central Saint Martins College in London.


_ MARCELO FELIX (PT) // Dominion, 2019, 12’

The invisible in the routines of beings and things, the immeasurable dimension of each choice, the origin and the destination of memory: impressions of a restless, frantic, vulnerable day, between the nostalgia of the distance which resets perspective (such as that of Caspar David Friedrich in Wanderer above the Sea of Fog) and the daily immersion in the multiple proximity of chaos. The impossible organization of that day, Dominion (Domínio) is a glimpse into its gestures of discreet subversion, and also a brief reminder of the attrition of the world, made of fragments of the past and the future.

Film by Marcelo Felix | Collaboration: Pedro dos Reis, João Cardoso Ribeiro, Raquel Jacinto

 

BIO

Marcelo Felix is a filmmaker, directed Eden’s Ark (2011), Flower and Eclipse (2013), A Mare (2014), Paul (2016), In Latitudes of the Future (2017).


_ FRANCISCO PINHEIRO & PAULO MORAIS (PT) // Birdfishbird, 2017, 7’10’’

This video incorporates a set of sound pieces which resulted from research done around birdsong, particularly that of species at risk of extinction. Using this research as a basis, and re-appropriating leftover objects from industry, Francisco Pinheiro and Paulo Morais developed a series of videos in dialogue with the Almansor River.

Performance: Francisco Pinheiro | Camera: Paulo Morais

 

BIO

Francisco Pinheiro (Lisbon, 1981). His work stems from collective narratives associated with a certain territory: the question of the drought in California, or the disappearance of the Aral Sea, invoked in installations, texts and performances. He has a Master Degree in New Genres from the San Francisco Art Institute (2014) and a Bachelor Degree in Painting from the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon (2005).

Paulo Morais (Paris, 1977). Idiosyncratic artistic work, centred on the synergy of sound and visual agents. The fruits of this work have been presented in the form of performances, sound installations, photography and video, in spaces such as the Orlando Ribeiro Library, Avenida 211 and ZDB. During his journey connected to percussion, he has participated in projects such as the musical group Tumbala.


_ NIKOLAI NEKH (RUS) // Half-cut, 2014, 7’02’’

Half-cut (Meio Corte) is a wondering process about the efficiency of public transport strikes in Portugal during the so-called period of the financial crisis. 

Taking some issues to a certain degree of absurdity, another way of reclaiming work conditions is proposed. However, there is no way to go through it empirically, this struggle happens in a sound/image juxtaposition. Due to these conditions, new problems arise: the sound and the text start to shape the content of the image. The outcome of this process is reflected in a short sequence of a passing train.

 

BIO

Nikolai Nekh (1985, Slavhansk-na-Kubani). Lives and works in Lisbon. His artistic practice consists in the production and distribution of images arising from the trajectories of capitalism and its modes of representation.