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FUSO 2010 – Programa 29 Julho, 22h 

Goethe Institut

 

Tapes of friends that I still like
Uma seleção de Marcel Odenbach da coleção 40yearsvideoart, ZKM, Karlsruhe

Duração total da projeção 61’35’’

Ingo Günther, Fünf Fünfzig im Dunkel (Fifty-five in the dark), Alemanha, 1985, 5’50’’

A curta fase de Ingo Günther dedicada à produção de vídeo, que durou até meados da década de 80, é marcada por estudos clássicos do medium eletrónico e suas possibilidades de montagem.


Angela Melitopoulos, Transfer, Alemanha, 1992, 12’23’’

As imagens para esta videotape foram gravadas no metro de Paris. Gravações com luz reduzida dos rostos e das máquinas perdem-se na sua estrutura eletrónica. O grão da imagem de vídeo é ampliado até padrões de digitalização, similares às imagens déjà vu pesquisadas por psicanalistas. Os olhares direcionados diretamente para a câmara são refletidos (olhar para a câmara contra olhar para a câmara). Esse tipo de olhar anónimo (voyeurismo) aparece como característico da forma onírica dos encontros nas grandes cidades. A máquina (transporte) guia toda a gente num mundo em que se sonha acordado. Alguém se “apaixona”. Sucedem-se momentos de encontro. A máquina afasta “o outro”. Permanece-se anónimo. A emoção de desmaio criada é interpretada como uma experiência sem memória – uma sensação. Neste mundo de sensações as imagens dos media facilmente se movem furtivas.
“Estamos condenados a sonhar.” W. Benjamin, Passagenwerk


Rosemarie Trockel, Buffalo Billy+Milly, Alemanha, 2000, 5’45’’

Trockel faz amizade com máscaras bizarras transformadas em animais. Entre outras coisas, existe um guaxinim à procura de licor, uma galinha pendurada numa forca, e um porco bêbado deitado nu num sofá.


Christian Jankowski, The Holy Artwork, Alemanha, 2001, 15’52’’

Christian Jankowski trabalhou durante anos com intervenções nos media quotidianos. Em The Holy Artwork vai aparecer no programa televisivo de um dos pregadores mais conhecidos dos EUA, cai no chão e aí permanece durante Televangelista, sermão sobre arte e preservação de Deus. Antes disto, em Telemistica, já tinha utilizado o aparato colorido das emissões de horóscopos na televisão italiana para o seu trabalho artístico.


Corinna Shnitt, Das schlafende Mädchen (The sleeping girl), Alemanha, 2001, 8’30’’

Há mais de 10 anos que Corinna Schnitt produz filmes e vídeos que laconicamente lidam com a vida quotidiana e, para além de outros temas, o uso quotidiano de dispositivos media. Schönen Guten Tag (A Very Good Morning) é o confronto com uma história que decorre num atendedor de chamadas, com uma longa conversa fora de cena, onde os níveis de imagem e som se tornam radicalmente contrastantes, tal como em Das Schlafende Mädchen (Sleeping Girl) e Raus aus Seinen Kleidern (Out of His Clothes).


Jeanne Faust, Interview, Alemanha, 2003, 9’

Faust entrevista Lou Castel, a envelhecida estrela dos filmes de Garrel e Fassbinder. Será uma conversa, ou estão ambos a desempenhar um papel – ela de insistente entrevistadora e ele o de azedada estrela em declínio? A conversa extremamente incomodativa traduz a reminiscência da nossa necessidade de autenticidade e de respostas ‘reais’.


Jan Verbeek, On a Wednesday Night in Tokyo, Alemanha, 2004, 5’35’’

Pessoas a entrar num comboio. Gravado num único local, o vídeo conduz ao limite do insuportável, do inevitável.

FUSO 2010 – Program July 29th, 11:30pm

Goethe Institut

 

Tapes of friends that I still like
Works selected by Marcel Odenbach from the collection 40yearsvideoart, ZKM, Karlsruhe

Total running time 61’35’’ 

Ingo Günther, Fünf Fünfzig im Dunkel (Fifty-five in the dark), Germany, 1985, 5’50’’

Ingo Günther’s short phase devoted to videotape production, lasting into the mid-1980s, is marked by classic studies of the electronic medium and its editing possibilities.


Angela Melitopoulos, Transfer, Germany, 1992, 12’23’’

The images for this tape have been recorded in the Parisian subway. Low-light recordings from faces and machines are loosed in their electronical structure. The grain of the video image is enlarged until scanning-patterns, similar to the déjà vu images researched by psychoanalysts. Regards directly into the camera are reflected (regard into the camera against regard into the camera). This kind of anonymous regard (voyeurism) is characterizing the dreamy way of encounter in the big cities. The machine (transport) is guiding everybody in a daydream-world. One is in the state of “falling in love”. Moments of encounter are in succession. The machine is tearing away “the other one”. One stays anonymous. An emotion of faint is created, which is interpreted as an experience without memory – a sensation. In this world of sensations, the mass media images are slinking in easily.
“We are damned to dream.” W. Benjamin, Passagenwerk


Rosemarie Trockel, Buffalo Billy+Milly, Germany, 2000, 5’45’’

Trockel’s friends with bizarre masks transformed into animals. Among other things, is a raccoon in search of liquor, a chicken hanging on the gallows and a ‘drunken pig’ lies naked on a sofa.


Christian Jankowski, The holy artwork, Germany, 2001, 15’52’’

Christian Jankowski has worked for years with interventions in the area of everyday media. In The Holy Artwork he will appear at the TV show of USA’s best-known TV preachers, falls to the ground, remaining there during the Televangelist, his sermon on the art and God keeps.


Corinna Schnitt, Das schlafende Mädchen (The sleeping girl), Germany, 2001, 8’30’’

With one long crane shot, the camera presents the surroundings of a suburban colony of single-family houses. A clean ideal, but deserted and with a ghostly atmosphere. Only at the end of the film there is a sign of human presence: a message is left on an answering machine. An insurance agent talks about the possibilities of life insurance, the perfect pension scheme and his lost ball-pen.


Jeanne Faust, Interview, Germany, 2003, 9’

Faust interviews Lou Castel, the aging star of several films by Garrel and Fassbinder. Is this a conversation or are they both playing a role – she the insistent female interviewer and he the grumpy old star on the wane? The extremely uneasy conversation is reminiscent of our need for authenticity and “real” answers.


Jan Verbeek, On a Wednesday Night in Tokyo, Germany, 2004, 5’35’’

People getting on a train. Shot on one location, the video conveys to the edge of the unbearable, the inevitable.