“FUSO 2014 – 27 a 31 de Agosto“
Programação
23h15
PROYECTOR – Festival Internacional de Vídeo Arte: Política/Poética
Curadoria de Mário Gutiérrez Cru
Duração da sessão 52’
Politics/Poetics partilha um tema comum, a intenção de aproximar-se dos conflitos fronteiriços, políticos e sociais vistos de forma artística – enquanto crítica e ironiza – onde conceitos como “bandeira”, “hino”, ou pátria deixaram de ter qualquer tipo de sentido.
Desde Gorbachev, a fronteira do México com os EUA, a natureza predadora e selvagem, sem esquecer as manifestações sociais em Espanha, a Guerra do Iraque, o tratado sobre os direitos humanos, ou a censura na China. Visões muito pessoais e poéticas sobre uma sociedade que começa a entender que este não é o mundo que sonharam os seus pais.
Iván Edeza, Patriota, 2005, 0’52’’
Uma bandeira esfarrapada achada numa cidade do México relembra os restos de um nacionalismo ridículo. A imagem e o som são modificados por outros elementos que complementam este uso absurdo de símbolos.
Pablo Serret de Ena, Excertos de ‘Las Cumbres’, 2013, 0’54’’
Las Cumbres (Os Picos) relaciona-se através de cinco pequenas (e grandes) bandeiras com histórias de superação e conquistas vitais, montanhas invictas onde alcançar o pico provocou uma expansão nos mundos pessoais, reforçando as suas identidades e criando um mapa das suas almas. Estas cinco histórias anónimas foram gravadas e traduzidas em bandeiras cozidas pelos protagonistas das próprias histórias, com as suas próprias roupas e outros tecidos – contextualizando diferentes cenários relacionados com as suas experiências de vida.
Bongore, Line/Paso hormiga, 2009, 0’24’’
Ações na fronteira realizadas por Ela Vega e Bongore em 2009.
As fronteiras são-nos apresentadas como símbolos físicos da expressão do poder: artifícios que desenham uma linha de dominação, de desigualdade ao longo da paisagem. Estes trabalhos audiovisuais redefinem estes espaços fronteiriços, destabilizam-nos, quebram-nos simbolicamente e instalam-se nos seus interstícios para reinventar liricamente esse controlo. Paradoxalmente, um arco típico de separação como a fronteira aqui se torna no início de uma subjetividade compartilhada.
Ação de soltar formigas no território Americano (San Ysidro) que foram apanhadas em território Mexicano (Tijuana). A câmara segue essas formigas emigrantes, que brilhantemente gozam com a fronteira. As formigas são acompanhadas durante esse momento de rebelião que, metaforicamente, serão o detonador de um desenvolvimento nómada, libertador.
Daniel Silvo, Glásnost (transparencia en rojo), 2011, 3’24’’
Glásnost é uma palavra russa que significa “transparência”. Glásnost foi um importante programa político desenvolvido durante a reforma Perestroika que supunha a abertura informativa e institucional de um regime soviético. Aqui o artista utiliza um objeto folclórico russo como a Matrioska, uma figura que oculta a outra, que oculta outra… mas aqui feita de vidro transparente, uma metáfora paradoxal que nos remete para a época de transparência antes da queda da cortina de ferro.
As duras palavras de Gorbachev dedicadas ao governo de Putin no último ano estão relacionadas com um aumento de práticas corruptas e perda de liberdade e transparência na Rússia contemporânea.
Guillermo Gómez, Seed broadcast occupy, 2012, 8’25’’
A história do ser humano é uma luta contínua contra ele mesmo. O medo, a violência e a mentira fazem parte da história e evoluíram de forma exponencial ao longo dos anos dentro da nossa sociedade. A intenção do artista é localizar, na torrente de imagens em que vivemos, aquelas que deixam ao descoberto os sofisticados métodos por que aceitamos e consentimos sistemas violentos e repressivos. Usando as suas analogias e contradições de um modo poético, o artista provoca o pensamento e a critica a este tipo de relações.
Mora Huguet, Reventar la taza & Doblar cuchillo, 2010, 0’34’’
- A entropia tende a aumentar com o tempo;
- Tudo fica completamente quieto até explodir em bocados;
- Então toma a tua chávena de chá e espera.
Iván M. Valencia, KUMBAYAH! – cutie series #2, 2012, 1’55’’
Mashup de vídeos do Youtube dos distúrbios em Barcelona e Madrid em 2011-2012. Música do Grupo GSM de ADC. A violência tem sido utilizada durante séculos como uma reação ao medo, ao desconhecido, ou para combater a ameaça ao estabelecido. A dança tem também sido uma parte importante dos rituais, celebrações e entretenimento. Kumbayah! é uma aproximação à estética visual da conjugação dessas duas formas de comunicação não-verbal entre os seres humanos.
Armin Zoghi, Be like us, 2010, 6’58’’
Um homem sozinho é prisioneiro entre três paredes. A sua única saída é através da nossa tela, embora esta via esteja bloqueada por nós. A parede central mostra imagens televisivas de guerra. Há um cabo entre a parede e o homem que o preocupa. A sua relação estende-se entre o cabo e a tela, mas nada diz. O único som é o que corresponde às imagens centrais. Há, no entanto, alguém que é livre nesta cena. Ela, a mulher, move-se sem limites.
Pilar Talavera, Yangón Mon Amour, 2011, 4’08’’
Yangón Mon Amour é configurado como uma história construída a partir de uma filmagem da Cidade de Yangon (Birmânia) acompanhada por uma transcrição precisa de um e-mail recebido em resposta a um pedido de colaboração com um artista Birmano. Este texto ilustra claramente a situação repressiva que os artistas Birmanos ainda vivem.
Jorge García, -A12M9- “pequeños ensayos sobre la desesperación”, 2013, 2’44’’
A condição humana está a ser cada vez mais reduzida pela imposição das classes mais poderosas. Valores como a competição, o cinismo ou a diferença estão a aumentar a crença dos que pensam que o que se está a passar é remoto à sua situação e condição. Este risco transformou-se em referências à grande massa, o que faz com que os nossos discursos reflitam evidências cada vez mais fortes, chamando a sua atenção no nosso quotidiano. Longe de ser uma tendência deliberada no discurso, este vídeo aborda o conceito de violência como o principal elo desta cadeia de acontecimentos e situações, combina valores conceptuais com imagens dos media interpondo-os com diferentes ruídos e fingindo ser uma metáfora para a declaração sobre o barulho do lendário John Cage, “Onde quer que estejamos o mais frequente é ouvirmos ruído. Quando o ignoramos não nos incomoda. Quando o ouvimos achamos fascinante.” Este vídeo é apenas uma ligeira reflexão sobre um estado de desespero.
Shahar Marcus, Homecoming Artist, 2007, 4’37’’
O vídeo mostra o artista Shahar Marcus a conduzir, com os seus pais, no regresso à sua terra natal Petah Tikva, uma cidade perto de Telavive. Durante a viagem é perguntado aos habitantes da cidade se conhecem ou já ouviram falar do artista. Nenhum dos locais conhece o artista e a maioria não se preocupam de todo com arte. A obra fala da diferença entre o mundo da arte e do cidadão comum das pequenas cidades, como a cidade natal do artista.
Nicky Enright, Inter National Anthem, 2008, 9’48’’
O Inter National Anthem é um mashup audiovisual que inclui os 195 hinos nacionais de cada nação no mundo. Num estilo idêntico à música clássica europeia, os hinos demonstram o legado persistente da dominação ocidental. Este trabalho explora como a identidade nacional se pode representar no som (hino) e nas cores e formas (bandeiras). Estas sinfonias genéricas e abstrações geométricas podem ter um impacto emocional patriótico, na exibição dos jogos Olímpicos, que mostra quão enraizadas a teoria e a prática das fronteiras (inventadas) são.
Laurita Siles, Cuál es mi bandera, 2007, 1’14’’
Quem sabe porquê, um dia, alguém se sentiu identificado com vermelho e o proclamou a sua bandeira. E um sobrevivente, agarrado a isso, exalta-o e grita-o tão alto quanto possível, não vamos nós ouvir o que diz o vizinho, e tenhamos razão para desmoronar a cosmogonia. E a identidade torna-se num ego inchado, numa resistência para enfrentar justamente esta natureza humana, que se algo claro nos mostra é que sabemos pouco de nada. Lembre-se que quando vê vermelho, é uma mentira.
Rocío Boliver “La Congelada de Uva”, To the Rhythm of Swing, 2012, 4’11’’
La Congelada de Uva estava na praia, de frente para o muro da fronteira entre Tijuana e San Diego, com o mar como um artista de palco, com a cabeça coberta por um chiffon branco, andou na frente de um trio que estava a tocar. Rocío Boliver aproximou-se de um guindaste que estava pendurado a balançar, onde se sentou para estar no topo da fronteira. Já pendurada, balançou-se por 15 minutos para atravessar a fronteira, sem nunca pisar solo americano.
Rocío ainda a balançar baixa as calças e mostra o seu rabo para fazer migrar um seu “pum” para o espaço aéreo dos EUA. A artista provoca a migração gozando e desafiando-a, enquanto balançava no céu como uma espécie de anjo que estava ali para se vingar de uma forma simbólica da morte de muitos mexicanos que cruzam a fronteira em busca de uma melhor qualidade de vida.
Jorge Galindo & Santiago Sierra, Los Encargados (Os Encarregados), 2012, 5’55’’
Los Encargados mostra uma procissão a rumar caminho pela Gran Via de Madrid acompanhada por uma crescente banda sonora. A música Warszawianka, usada como hino pelos trabalhadores Polacos em 1905, foi adaptada pelos movimentos populistas em todo o mundo. Ouvida frequentemente em Espanha durante a sua Guerra Civil (1936-39), é também reconhecida como a banda sonora das filmagens da Revolução de Outubro, nos créditos iniciais do filme de 1997 The Jackal. Nas mãos dos artistas, o áudio “achado” e os elementos visuais fabricados combinam para ressoar para além das associações nacionais especificas, levando os espectadores a refletir sobre os responsáveis.
«Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é para o povo, e para cada porção do povo, o mais sagrado dos seus direitos e o mais indispensável dos deveres.»
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, Paris, 23 de Junho de 1793
Cortesia do artista e da Galeria Helga de Alvear, Madrid, apenas exibido no Festival FUSO
Yasser Ballemans, The End, 2008, 1’02’’
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma declaração adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 10 de Dezembro de 1948 no Palais de Chaillot, Paris. A Declaração surgiu diretamente da experiência da Segunda Guerra Mundial, e representa a primeira expressão mundial dos direitos que todos os seres humanos têm. A obra The End projeta o texto completo num minuto como se fossem os créditos finais de um filme.
“FUSO 2014 – August 27 to 31“
Program
11:15pm
PROYECTOR – International Video Art Festival: Politics/Poetics
Curatorship by Mário Gutiérrez Cru
Total running time 52’
Politics/Poetics has the common theme of intending to approximate the border’s conflicts, politically and socially by an artistic gaze – but with critique and irony – where concepts as flags, anthems or nationalism have no more sense.
Since Gorbachev, the borders of Mexico with USA, the killer wild nature, without forgetting social demonstrations in Spain, the Iraqi war, the Universal Declaration of Human Rights, or China’s censorship. Very different personal and poetic visions of a society who begin to understand that this is not the world their parents dreamed about.
Iván Edeza, Patriota, 2005, 0’52’’
A tattered flag found in a Mexican town reminds us about the remains of a ridiculous nationalism. Image and sound are modified by some other elements which complement this absurd use of symbols.
Pablo Serret de Ena, Excertos de ‘Las Cumbres’, 2013, 0’54’’
Through five small (and huge) flags, Las Cumbres (The Peaks) relates stories of overcoming and vital conquers, undefeated mountains where reaching the peak caused an expansion of their personal world, strengthening their identities and mapping their souls. These five anonymous stories were recorded and translated into personal flags sewed with their clothes and some other fabrics – contextualizing different scenarios related to their living experiences.
Bongore, Line/Paso hormiga, 2009, 0’24’’
Actions performed at the border by Elo Vega and Bongore in 2009.
Borders are shown to us as physical signs of the expression of power: devices that draw a line through the landscape of domination, of inequality. These audiovisual works redefine these borders, destabilize them, break them down symbolically and settle in the cracks in order to lyrically destroy the control. Paradoxically, an arch typical element of separation like the border here becomes the start of a shared subjectivity.
Action of letting ants loose on American territory (San Ysidro) that were gathered on Mexican territory (Tijuana). The camera follows these migrant ants, which have brilliantly made fun of the border crossing. We follow the ants during this moment of rebellion, which, metaphorically, will be the trigger of a ‘nomadic’ and liberating development.
Daniel Silvo, Glásnost (transparencia en rojo), 2011, 3’24’’
Glásnost is a Russian word that means “transparency”. Glásnost was an important political program developed during the Perestroika reforms which assumed an informative and institutional opening of a Soviet regime. Here the artist uses a folkloric Russian object, the Matrioska, a figure hidden another figure, hidden another figure… but in this case made of glass, a paradoxical gesture that set us in this soviet period.
The Gorbachev’s hard words dedicated to Putin’s government in the last year are related to the increasing of corrupt practices as loss of freedom and transparency in contemporary Russia.
Guillermo Gómez, Seed broadcast occupy, 2012, 8’25’’
The history of mankind is a continuous struggle with ourselves. Fear, violence and lies are part of our history and have been developing exponentially within society over the last few years. The intention is to locate, in the torrent of images in which we live, the ones unfolding sophisticated methods which make us accept and consent violent and repressive systems. Using their analogies and contradictions in a poetic war to provoke thought and critics for this type of relationship.
Mora Huguet, Reventar la taza & Doblar cuchillo, 2010, 0’34’’
-
- Entropy tends to increase with time;
- Everything stands still until blowing into pieces;
- So take your cup of tea and wait.
Iván M. Valencia, KUMBAYAH! – cutie series #2, 2012, 1’55’’
A mashup of Youtube videos showing Barcelona and Madrid riots from 2011-2012. Soundtrack by the GSM group from ADC. Violence has been used for centuries as a reaction to the fear of the unknown or to fight the threat to the established. Moreover, dance has been an important part of rituals, celebrations and entertainment. Kumbayah! is an approach to the visual aesthetics of the conjunction of these two forms of nonverbal communication between humans.
Armin Zoghi, Be like us, 2010, 6’58’’
A single man is a prisoner between three walls. His only escape is through our screen, though this route is blocked with our regard. The central wall projects televised images of war. There is a cable running between the central wall and the man, which gets him worried. His regard runs between the cable and the screen, but he is silent. The only sound is the one matching the central images. However, there is someone who is free within this circumstance. She, the woman, moves without limits.
Pilar Talavera, Yangón Mon Amour, 2011, 4’08’’
Yangón Mon Amour is configured as a story composed by Yangon City’s footage together with an accurate transcription of an email received in response to the request for collaboration with a Burmese artist. This text clearly illustrates the repressive situation Burmese artists still live.
Jorge García, -A12M9- “pequeños ensayos sobre la desesperación”, 2013, 2’44’’
The human condition is increasingly being reduced by the imposition of the most powerful classes. Values such as competition, cynicism or indifference are increasing the belief of those who think that what’s happening is far from their situation and condition. This risk resulted in references to the great mass, making our speeches reflect the increasing evidence, drawing our attention in everyday life. Far from a deliberate tendency in discourse, this video addresses the violence concept main link in this chain of events and situations, combines conceptual values with media images interposed with different noises and pretending a metaphor for the mythical John Cage assertion about the noise, “Wherever we are what most frequently hear is noise. When we ignore it doesn’t disturb. When we hear it we find it fascinating.” This video is only a slight reflection on a state of hopelessness.
Shahar Marcus, Homecoming Artist, 2007, 4’37’’
In the video Homecoming Artist, you can see the artist Shahar Marcus driving with his parents by his hometown Petah Tikva, which is a small city near Tel Aviv. During the ride, random people are being asked if they know or ever heard about the artist. None of the locals know him and most of them don’t care about art at all. This ride evidences the gap between the art scene and the common citizen in small towns such as the artist’s one.
Nicky Enright, Inter National Anthem, 2008, 9’48’’
Inter National Anthem is an audio-visual mashup which includes all 195 national anthems from every nation in the world. All in a similar style of classical European music, anthems demonstrate the persistent legacy of Western domination. This work explores how national identity can be represented in sound (anthems) and in colours and shapes (flags). These generic symphonies and geometric abstractions can have patriotic emotional impact, on display at the Olympics, showing how entrenched the theory and practice of (invented) borders is.
Laurita Siles, Cuál es mi bandera, 2007, 1’14’’
Who knows why, one day, someone felt identified with red and proclaimed his flag. And one survivor, clinging to it, exalts and shouts it as high as possible, to not let us hear what the neighbour is saying, and thus having a reason to collapse the cosmogony. And identity becomes a swollen ego, in a resistance to confront precisely this human nature, which if something clearly shows us is that we know nothing. Remember that when you see red, it is a lie.
Rocío Boliver “La Congelada de Uva”, To the Rhythm of Swing, 2012, 4’11’’
La Congelada de Uva was on the beach, facing the boarder wall between Tijuana and San Diego, with the sea as a stage performer, with her head covered by a white chiffon, she walked in front of a trio that was playing. Rocío Boliver approached a hung crane that was swinging, and then sat on it, to be on the top of the border. Already hanged, she swung for 15 minutes to cross the border without ever stepping on American soil. After swinging for a few minutes, Rocío lows her pants and shows her “ass” to migrate her “fart” to the U.S.A. airspace. The artist defies migration, enjoying and challenging it, while swinging in the sky as a sort of angel who was there to get revenge, in a symbolic way, of the death of many Mexicans who cross the border in search for a better quality of life.
Jorge Galindo & Santiago Sierra, Los Encargados (Os Encarregados), 2012, 5’55’’
Los Encargados (Those in Charge) shows a procession making its way along the Gran Vía of Madrid while accompanied by a soaring soundtrack. The song Warszawianka, used as an anthem by Polish workers in 1905, has been adapted by populist movements worldwide. Frequently heard in Spain during their Civil War (1936–39), it is also recognizable as the score from the October Revolution’s footage in the opening credits of the 1997 movie The Jackal. In the artists’ hands, “found” audio and fabricated visual elements come together to resonate beyond specific national associations, asking viewers everywhere to give thought to those in charge.
“When government violates the rights of its citizens, insurrection is for the people and for each portion of the people, the most sacred of rights and the most indispensable of duties.”
Declaration of the Rights of Man and of the Citizen, Paris, June 23, 1793
Courtesy of the artist and Helga de Alvear Gallery, Madrid, only for the screening at FUSO festival
Yasser Ballemans, The End, 2008, 1’02’’
The Universal Declaration of Human Rights (UDHR) is a declaration adopted by the United Nations General Assembly on December 10, 1948 at Palais de Chaillot, Paris. The Declaration arose directly from the experience of the Second World War and represents the first global expression of rights to which all human beings are inherently entitled. In the work The End, the full text is screened in one minute as if it was the closing credits of a movie.