“FUSO 2014 – 27 a 31 de Agosto“
Programação
27 Agosto, 23h15
Praça do Carvão, Museu da Eletricidade
APROPRIAÇÕES
Duração da sessão 63’
André Uerba, 31st Birthday, 2014, 3’49’’
O projeto Birthdays foi iniciado em 2008 como forma de celebrar menos um ano de vida, e cada vídeo corresponde a um aniversário. Em 2018, quando se completar 10 anos de vídeos, será escrito um texto referente ao projeto. Até lá nada mais do que imagens.
Diogo Antas da Cunha, Nightmares, 2012, 1’03’’
Uma tentativa de materializar as memórias de um pesadelo diário.
Joana Sofia Parreira da Silva, Black Horse, 2013, 0’54’’
Black Horse é uma animação experimental que resulta da apropriação de um excerto do filme Andrei Rublev de Andrei Tarkovsky (1966). O método de produção deste filme foi desenvolvido através de incisões feitas em frames impressos de uma cena específica – um cavalo preto a rolar no chão – com fios pretos costurados nas impressões.
Francisca Manuel, Madame, 2013, 4’
A partir de uma carta encontrada em leilão tendo como destinatário “Rainha D. Amélia”, é estruturada uma história entre dois personagens num cenário do século XIX.
O principal assunto diz respeito à perda de alguém, talvez o assassinato do rei Dom Carlos I e a partilha dessa solidão.
O vídeo reflete a situação da carta em relação ao assunto e à mensagem que transmite. Pensamentos atuais sobre Portugal, a sociedade e nós como indivíduos nascidos com características que nos retratam.
Uma reflexão sobre a situação que agora vivemos, cheia de emoções e afetividade, esperança e ansiedade, de confiança e sonhos, de alegrias e de luto.
Bruno Carnide, Calou-se. Saiu. Saltei., 2014, 5’50’’
Um homem relata ao espectador momentos íntimos da sua vida, que acabarão por desvendar a sua verdadeira essência. Confrontado com essa realidade, decide tomar uma decisão.
Pedro Santasmarinas, Blue Dress, 2013, 2’49’’
Uma rapariga com um vestido azul caminha e sente a natureza que a rodeia.
João Cristóvão Leitão, O Retrato de Mónica, 2014, 4’56’’
Prémio do Público
Mónica é, em potência, qualquer coisa. Por isso, os seus retratos nascem do justapor de sons e de imagens retiradas do ‘arquivo’ audiovisual que é o YouTube. Negligenciam-se direitos de autor, usurpam-se os propósitos daqueles que são negligenciados e ensaiam-se verdades (im)possíveis. Assim, O Retrato de Mónica não se quer um documento inflexível – que informa e certifica –, mas antes uma montagem audiovisual capaz de sugerir a inevitável identidade múltipla das coisas: do som, da imagem e do homem.
João Cristóvão Leitão, O Retrato de Irineu, 2014, 4’09’’
Prémio Aquisição EDP
Irineu: incapaz de esquecer e dotado de uma memória infalível.
Joana Sofia Parreira da Silva, The Forest, 2013, 1’20’’
Verão de 2008. A mata em frente à minha residência incendeia-se.
Dias depois fotografo a área ardida com uma câmara de 120mm e recolho dois frascos de cinza.
Dois anos mais tarde filmo os mesmos frames fotografados em 2008 e guardo o material recolhido no meu disco externo até 2011, ano em que realizei a primeira versão deste filme, produzido a partir das cinzas e restos do incêndio.
João Tércio, PartRUs, 2014, 2’27’’
Um Grotesco Prestidigitador mima ilusões de outros ilusionistas.
Sibila Lind, Room 653, 2013, 2’22’’
Vazio. Assim o encontrei e o deixei ficar. Nada mudou. O quarto não foi mais do que aquilo que eu fui nele. E que outra pessoa será. Começo a recolher os objetos que me fizeram companhia durante 4 meses. Alguns não me dizem nada. Só estiveram ali para preencher o vazio que eu não queria ver. E o que sobra são murmúrios, murmúrios leves de madrugada, quando a realidade ainda se encontra desfocada. E o que fica é um sonho que não existe.
Joana Linda, Emilie Sagée, 2014, 8’48’’
Quando se fala de Doppelgängers, um dos casos mais famosos e documentados é o de Emilie Sagée, uma professora francesa cujo duplo foi visto várias vezes pelos seus alunos copiando todos os seus movimentos. O nome Doppelgänger advém da fusão das palavras alemãs doppel (que significa duplo, réplica ou duplicado) e gänger (andante, ambulante ou aquele que vagueia).
Sibila Lind, Aus! Ich Bin Josefina, 2012, 3’36’’
O encontro entre o retrato de uma mulher com o retrato do lugar de uma ausência que ela insiste em habitar.
Daniel Augusto Pinheiro da Silva, Neo Joe Pop, 2013, 3’15’’
Neo Joe Pop é um projeto de vídeo inspirado no filme Flesh (1968), produzido por Andy Warhol e realizado por Paul Morrissey.
A objetificação do corpo é aqui representada num processo de análise onde o “modelo” de beleza é a principal causa para qualquer interação seguinte. Esta objetificação é tida como mote para explorar o corpo, numa colagem teleimagística em movimento, no conceito de adoração do próprio corpo: BODY WORSHIP.
Neo Joe Pop é uma reflexão sobre o reconhecimento do indivíduo enquanto Máquina Biopolítica inserida num processo de “pornificação” que avança a par do poder das imagens na nossa sociedade.
Neo Joe Pop é, também, uma experiência em técnicas de vídeo e uma exploração do próprio meio enquanto instrumento de redefinição, reedição e reconfiguração.
O corpo enquanto elemento de desejo, em contínua transformação.
Miguel Bonneville, Síndrome de Victor, 2014, 7’10’’
Em 1800, Jean Marc Gaspard Itard, um jovem médico, acolheu em sua casa um rapaz selvagem que batizou com o nome de Victor. Em 1839, sensivelmente um ano após a morte de Itard, foi encontrada, entre os seus documentos, uma singular e misteriosa carta, de data desconhecida, sem assinatura, dirigida a Victor.
Elsa Bruxelas, Ulisses, 2013, 5’24’’
Uma relação de sedução e amor entre duas mãos com luvas.
As mãos adquirem expressão própria como seres independentes do homem e da mulher que as movem. Num encontro ocasional, o jogo de sedução desenvolve-se acompanhado por um diálogo apresentado em legendas que acentua esta artificialidade. As legendas quase todas em francês pertencem à imagem, acrescentando uma dimensão outra à linguagem amorosa.
Iria, Tá ligado? (Y’know?), 2012, 2’40’’
Digestão de ritmo e tempo,
a tentação de um arquivo,
o que nos devora e engole.
Oh Marina, oh Sonia, oh…
“FUSO 2014 – August 27 to 31“
Program
August 27, 11:15pm
Praça do Carvão, Museu da Eletricidade
OPEN CALL – National competition 2014
Selection by Jean-François Chougnet
APPROPRIATIONS
Total running time 63’
André Uerba, 31st Birthday, 2014, 3’49’’
The project Birthdays was initiated in 2008 as a way to celebrate one year less of life, and each video corresponds to a birthday. In 2018, with 10 years of videos complete, a text will be written about this project. Until then nothing more than images.
Diogo Antas da Cunha, Nightmares, 2012, 1’03’’
An attempt to materialize memories of a daily nightmare.
Joana Sofia Parreira da Silva, Black Horse, 2013, 0’54’’
Black Horse is an experimental animation film resulting from an appropriation of a scene from Andrei Tarkovsky’s film: Andrei Rublev (1966). This film was mainly developed through incisions made on printed frames of a specific scene – a black horse rolling on the ground – finished with black threads sewed on prints.
Francisca Manuel, Madame, 2013, 4’
From a letter found at auction with the recipient “Queen D. Amélia”, it is structured a story between two characters in a XIX century scenario.
The main subject relates to the loss of someone, perhaps the murder of King Carlos I and the sharing of such loneliness.
This video duels on the actuality of the letter related to both subject and message it conveys. It reveals actual thoughts on Portugal, society and about us as individuals born with characteristics which define us.
A reflection on the situation which we now live, full of emotions and affectivity, hope and anxiety, of confidence and dreams, of joys and mourning.
Bruno Carnide, Calou-se. Saiu. Saltei., 2014, 5’50’’
A man talks about intimate moments of his life to the viewers, which will eventually unveil his true essence. Facing this reality, he decides to make a decision.
Pedro Santasmarinas, Blue Dress, 2013, 2’49’’
A girl in a blue dress walks through the woods and feels the nature around her.
João Cristóvão Leitão, O Retrato de Mónica (Mónica’s Portrait), 2014, 4’56’’
Audience Award
Mónica is, in theory, anything. Therefore, her portraits are born from the juxtaposition of sounds and images taken from the audiovisual ‘archive’ that is YouTube. Copyrights are neglected, the purposes of those neglected are usurped and (im)possible truths are tested. Thus, Mónica’s Portrait isn’t intended to be an inflexible document – which informs and certifies –, but rather an audiovisual editing able to suggest the inevitable and multiple identity of things: of sound, image and mankind itself.
João Cristóvão Leitão, O Retrato de Irineu (Iraneus’ portrait), 2014, 4’09’’
EDP Acquisition Award
Iraneus: unable to forget and endowed with an infallible memory.
Joana Sofia Parreira da Silva, The Forest, 2013, 1’20’’
Summer of 2008. An area of forest near my residence gets burned.
A few days after the fire, I photographed the burned area with a 120mm film camera and filled up two bottles with ashes.
Two years later I went to the same place and recorded the frames I had shot earlier. I saved all the records in my hard drive and didn’t think of them until 2011, when I made the first version of this film, drawn with the remains left by the fire.
João Tércio, PartRUs, 2014, 2’27’’
A Grotesque Prestidigitator mimics magic tricks from other magicians.
Sibila Lind, Room 653, 2013, 2’22’’
Empty. That’s how I found it and left it. Nothing has changed. The room was nothing more than what I was in it. And that someone else will be. I start to collect the objects that kept me company during four months. Some are meaningless to me. They were only there to fill the void that I didn’t want to see. And what remains are whispers, weightless whispers in the dawn, when the reality is still blurred. And what remains is a dream that does not exist.
Joana Linda, Emilie Sagée, 2014, 8’48’’
One of the most documented cases of a doppelgänger is that of Emilie Sagée, a French teacher whose double was seen several times by her students duplicating her every move. The word doppelgänger is a loanword from German Doppelgänger, consisting of the two substantives doppel (double) and gänger (walker or goer).
Sibila Lind, Aus! Ich Bin Josefina, 2012, 3’36’’
The encounter of a woman’s portrait with the absence of the place she insists on inhabiting.
Daniel Augusto Pinheiro da Silva, Neo Joe Pop, 2013, 3’15’’
Neo Joe Pop is a video art project inspired by the 1968’s film Flesh, produced by Andy Warhol and directed by Paul Morrissey.
The objectification of the body is made in a process of analysis where the “model” of beauty triggers any kind of following interaction. This objectification is here taken as a motto to explore the subject of the body, a moving teleimagistic collage of displaced bodies under the concept of “body worship”.
Neo Joe Pop is a reflection about acknowledging ourselves as Biopolitical Machines within a process of “pornification” always allied to the power of images in our society.
Neo Joe Pop is also an approach to video techniques such as glitching, digital montage, and exploring the medium as a way to redefine, re-edit, reconfigure.
Body as an object of desire in continuous and perpetual transformation.
Miguel Bonneville, Síndrome de Victor, 2014, 7’10’’
In 1800, Jean Marc Gaspard Itard, a young doctor, welcomed into his home a wild boy whom he baptized with the name of Victor. In 1839, roughly about one year after Itard’s death, a peculiar and mysterious letter was found among his documents, undated and unsigned, addressed to Victor.
Elsa Bruxelas, Ulisses, 2013, 5’24’’
A relationship of seduction and love between two gloved hands.
The hands acquire their own expression as independent beings of the man and woman who move them. In an occasional encounter, the seduction game develops itself accompanied by a dialogue presented in subtitles which accentuates this artificiality. The subtitles, almost all in French, belong to image, adding another dimension to the love language.
Iria, Tá ligado? (Y’know?), 2012, 2’40’’
Rhythm and time digestion,
the temptation of an archive,
what devours and swallows us.
Oh Marina, oh Sonia, oh…