“10 ANS PRIX STUDIO COLLECTOR | LE FRESNOY – STUDIO NATIONAL”
Le Fresnoy
1ª SESSÃO
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2007
“Under construction”, Zhenchen Liu, 9’55’’
Os edifícios antigos de Xangai estão a ser demolidos devido ao modelo de regeneração desta cidade e, por consequência, quase 100 mil famílias estão a ser obrigadas, por ano, a mudar de residência. “Under Construction” explora as consequências do Gabinete de Planeamento de Xangai e as ações dos seus promotores imobiliários. As fotografias são compostas e animadas com fotografias documentais. O filme propõe uma viagem através da destruição de um distrito da cidade…
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2008
“Sans titre”, Neil Beloufa, 14’57’’
Através da janela, cortinas de seda queimadas pela lua cheia. Sabia que os raios lunares fazem pior do que os solares? Um décor de cartão e fotografias recriam uma vila de luxo de estilo californiano na Argélia. Os seus habitantes, vizinhos e outros protagonistas imaginam-se lá para explicar as razões pelas quais a vila foi ocupada por terroristas em fuga, apesar de esta última ser feita de vidro. Os terroristas até limparam os vidros para não deixarem vestígios. Esta anedota improvável e irresolúvel encoraja os personagens a inventar um evento com cobertura dos meios de comunicação sociais sem terem sequer imagens nem história, perdendo, assim, a questão principal.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2009
“Temps mort”, Mohamed Bourouissa, 18’05’’
O filme é sobre uma correspondência entre duas pessoas: uma está trancada e a outra está na prisão. O filme aborda esta troca de texto (SMS), imagens e palavras. O filme começa com a instalação do processo cinematográfico (de certa forma, o filme afirma que começa com a instalação do processo cinematográfico) para se tornar, pouco a pouco, num filme que se interroga sobre as noções de liberdade e reclusão.
Prix Studio Collector Le Fresnoy 2010
“Interludes”, Jannick Guillou, 10’13’’
Uma longa sequência, na forma de um panorama infinito, mostra-nos, em primeiro lugar, um espaço vazio e impessoal. É então que um detalhe, um casaco vermelho, marca o início de um crescendo visual que se prolonga pelo filme. De início, o espaço preenche-se gradualmente. Objetos, pessoas e cores ocupam o espaço de forma inexplicável. Cenários isolados e improváveis fundem-se a pouco e pouco. O espaço começa a ganhar forma, a ganhar vida e a transformar-se na câmara que, incansavelmente, segue o mesmo caminho. Armazenar, desordem, saturação. O vazio e, de seguida, a harmonia para terminar com uma profusão, a qual gera novamente o vazio. Um espaço em perpétua reconstrução.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2011
“Generatia de sacrificiu”, Jean Christophe, 20’16’’
Nos anos 80, a rede de espiões de jovens romenos infiltrou-se com sucesso em todos os distritos de Bucareste, escolas, famílias e outros lugares privados. Espiaram não só os seus amigos de escola, os seus professores, mas também as suas famílias. “Os filhos de Ceausescu” representam a geração do sacrifício. Após a execução violenta do chefe de Estado, pode consultar-se os arquivos feitos pela polícia secreta, ou Securitate. Tudo sugere que alguns romenos preferiram não deixar vestígios de uma tradição ilusiva.
2ª SESSÃO
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2012
”Jeanne“, Dania Reymond, 17’20’’
Joan está internada num hospital psiquiátrico. Ela afirma ser Joana d’Arc.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2013
“What makes me take the train” (Ce qui me fait prendre le train), Pierre Mazingarbe, 14’45’’
Ao atravessar o Estige, Orfeu reúne-se com as suas amantes.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2014
“Tehran-Geles”, Arash Nassiri, 18’10’’
“Tehran-Geles” é uma versão fictícia do Teerão, utilizando Los Angeles como palco. Como no género de ficção científica, onde o presente espelha o futuro, esta curta espelha o passado de Teerão no ocidente atual.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2015
“A GUEST + A HOST = A GHOST”, Jorge Jácome ,15’44’’
O título “A GUEST + A HOST = A GHOST” é um jogo de palavras criado por Marcel Duchamp para uma de suas obras em 1953. Escolhi este título (quase como um objet trouvé) devido à forma como o filme se desenrola: uma soma de fotogramas compostos por imagens e sons que, quando sobrepostos, criam outros significados. Utilizando a edição como ferramenta, resolvemos equações até alcançarmos um resultado final. Perdemo-nos e encontramo-nos no mistério das ligações. O filme é, de certa forma, quase matemático, como um jogo duchampiano.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2016 (prémio atribuído por Miguel Leal Rios)
“Tezen”, Shirley Bruno, 28’13’’
A filha irrequieta encontra um peixe-espírito que lhe oferece água pura, mas enquanto a sua família engole a água deliciosa, começam a suspeitar mais do que a origem do paladar desta última.
Ficha técnica
Esta é uma iniciativa da Fundação Leal Rios em parceria com o Festival Temps d’Images
“10 ANS PRIX STUDIO COLLECTOR | LE FRESNOY – STUDIO NATIONAL”
Le Fresnoy
FIRST SESSION
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2007
“Under construction”, Zhenchen Liu, 9’55’’
Shanghai’s old buildings are being demolished due to the regeneration model of this city, and as a result, nearly 100,000 families are being forced to relocate each year. “Under Construction” explores the consequences of the Shanghai Planning Office and the actions of its real estate developers. The photographs are composed and animated with documentary photographs. The film proposes a journey through the destruction of a city’s district…
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2008
“Sans titre”, Neil Beloufa, 14’57’’
Through the window, silk curtains burned by the full moon. Did you know that the moon’s rays do worse than the solar ones? A paper set and photographs recreate a Californian style luxury villa in Algeria. Its inhabitants, neighbors and other protagonists imagine themselves there in order to explain why the town was occupied by fleeing terrorists, although this last one is made of glass. The terrorists even cleaned the broken glass so they would not leave a trace. This improbable and unresolvable anecdote encourages the characters to come up with a social media event without even having pictures or any history, thus skipping the main issue.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2009
“Temps mort”, Mohamed Bourouissa, 18’05’’
The film is about the communication between two people: one is locked away and the other is in prison. The film addresses this text messaging (SMS), images and words exchange. The film begins with the installation of the cinematographic process (in a way, the film claims that it starts the installation of the cinematographic process itself) to become, little by little, a film that questions the notions of freedom and seclusion.
Prix Studio Collector Le Fresnoy 2010
“Interludes”, Jannick Guillou, 10’13’’
A long sequence, in the form of an infinite panorama, shows us, first of all, an empty and impersonal space. And then, it is a detail – the red coat – which marks the beginning of a visual crescendo that is prolonged throughout the film. At first, space gradually fills itself. Objects, people and colors occupy the space in an inexplicable way. Isolated and improbable sceneries fuse themselves little by little. The space begins to shape itself, to come to life and to become the chamber that, untiringly, follows the same path. To store, the entropy and saturation. Emptiness – and then harmony to end with profusion, which creates emptiness again. A space in perpetual reconstruction.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2011
“Generatia de sacrificiu”, Jean Christophe, 20’16’’
In the 1980s, the network of young Romanian spies successfully infiltrated all Bucharest districts, schools, families and other private places. They spied not only their school friends, their teachers, but also their families. “The sons of Ceausescu” represent the generation of sacrifice. After the violent execution of the head of state, it’s possible to access the files made by the secret police, or Securitate. Everything suggests that some Romanians preferred not to leave traces of an elusive tradition.
SECOND SESSION
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2012
”Jeanne“, Dania Reymond, 17’20’’
Joan is hospitalized in a psychiatric hospital. She claims to be Joan of Arc.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2013
“What makes me take the train”, Pierre Mazingarbe, 14’45’’
While crossing the Styx, Orpheus meets with his lovers.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2014
“Tehran-Geles”, Arash Nassiri, 18’10’’
“Tehran-Geles” is a fictional version of Tehran, using Los Angeles as the stage. As in the science fiction genre, where the present mirrors the future, this short film mirrors Tehran’s past in the Western’s present day.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2015
“A GUEST + A HOST = A GHOST”, Jorge Jácome ,15’44’’
The title “A GUEST + A HOST = A GHOST” is a wordplay created by Marcel Duchamp for one of his works in 1953. I chose this title (almost like an objet trouvé) by the way the film unfolds itself: a sum of frames composed by images and sounds that, when superimposed, create other meanings. Using editing as a tool, we solve equations until we reach a final result. We lose and find ourselves in the mystery of the bonds created. In a way, the film is almost mathematical, like a Duchampian game.
Prix Studio Collector | Le Fresnoy 2016 (a prize awarded by Miguel Leal Rios)
“Tezen”, Shirley Bruno, 28’13’’ 2016
The restless daughter finds a spirit fish that offers her pure water, but while her family drinks this delicious water, they begin to suspect of the origin of its taste.
Credits
This is an initiative of the Leal Rios Foundation in partnership with the Temps d’Images Festival