29 Agosto, 22h
Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA)
Miguel Palma em Movimento
Curadoria de Miguel Palma
Duração da sessão 70’
Seleção de trabalhos videográficos do artista Miguel Palma, produzidos por ele ao longo da sua carreira.
Miguel Palma, Engenho, 1993
Depois de ter construído um veículo motorizado, verdadeiramente funcional, Miguel Palma realizou a viagem inaugural, que ficou registada em vídeo. O destino foi a cidade do Porto, de modo a fazer parte da exposição Imagens para os anos 90, na Fundação de Serralves.
Miguel Palma, Reboque, 2000, 4’06’’
Um reboque com uma série de carrinhos no seu interior que chocam uns contra os outros à medida que o primeiro se desloca.
Miguel Palma, Lisboa – Roterdão, 2001, 4’19”
Um reboque com uma maquete de uma cidade costeira foi transportado de Lisboa para Roterdão, uma câmara no seu interior regista as alterações na cidade.
Miguel Palma, Festival Aéreo, 2001, 5’13”
Miguel Palma conduz um avião telecomandado na zona oriental de Lisboa, uma câmara no interior do avião regista a viagem.
Miguel Palma, Polaroid, 2003, 1’56”
É tirada uma fotografia e registada a sua revelação através do processo polaroid.
Miguel Palma, Accident Motion Pictures, 2003, 3’58”
Uma ambulância encontra-se em movimento. No seu interior, uma série de carrinhos em miniatura chocam uns contra os outros, à mercê do movimento da primeira.
Miguel Palma, Erosão, 2009, 4’38”
Uma mota em miniatura é conduzida por Miguel Palma sobre uma superfície bastante áspera.
Miguel Palma, Inside Out, 2009, 6’39”
Num pequeno espaço urbano vazio, esquecido e cheio de lixo, Miguel Palma cria um lago temporário onde coloca a navegar uma série de barcos telecomandados.
Miguel Palma, Desert Shuttle, 2012, 2’09”
Versão curta do vídeo que documenta a performance e o projeto Desert Initiative/Remote Shuttle, que Miguel Palma realizou no contexto da residência Desert Initiative: Desert 1.
Miguel Palma, Suspenso, 2013, 5’09”
Miguel Palma suspenso por um arnês e um cabo durante alguns minutos no CGAC, Galiza, durante a inauguração da sua exposição Desconforto Moderno em 2013.
23h15
Do Monstro Brasil ao Monstro Global
Curadoria de Alisson Ávila
Duração da sessão 60’
Ao longo do século XX, e não sem uma certa obsessão, cineastas e artistas visuais brasileiros buscaram vigorosamente o entendimento daquilo que é / onde está / o que será do Brasil, sob os mais diversos enquadramentos e linguagens. Este exercício de buscas e encontros forjou a perceção estrangeira quanto à moderna produção audiovisual do país.
Porém, no século XXI, novos artistas instrumentalizam-se para criar um universo imagético que, gradativamente, deixou de dedicar-se à necessidade de exploração da identidade brasileira para abordar possibilidades cada vez mais alargadas: assim como no resto do mundo globalizado, os interesses e necessidades artísticas fragmentaram-se de forma definitiva, e a análise nacional deixa de ser literal.
Enquanto espelho da produção audiovisual autoral contemporânea no Brasil, o Cine Esquema Novo acompanhou esta relativização temática, onde ganharam força questões e obras mais íntimas, particulares, pessoais, ensaísticas. Alinhada à necessidade global de oferecer uma outra abordagem perante o excesso permanente que marca o tempo presente, boa parte desta produção une-se às vozes da “Internacional Artística” para expressar sentimentos transversais (e não necessariamente de uma nacionalidade ou nação) perante a ordem estabelecida.
E é esta produção menos minorante da identidade brasileira; e mais fleumática, sensorial e internacionalizante, voltada para uma expressão artística (e naturalmente política) alheia a conexões nacionais de pertencimento, que caracteriza o filme selecionado pelo Cine Esquema Novo para o FUSO 2015. Com Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças, de Arthur Tuoto, trazemos a Lisboa pela primeira vez o trabalho galardoado com o Grande Prémio do Cine Esquema Novo 2014: uma obra que, nas palavras do Júri, apresenta uma “ressignificação de textos e imagens apropriados pelo artista, levando o espectador a uma reflexão política sobre o mundo contemporâneo através da forma de um potente filme-ensaio”. Um trabalho de “found footage” que se movimenta no coração da agenda contemporânea, e que através de um áudio de Jean-Luc Godard e Anne-Marie Miéville nos convida a mergulhar numa obra singular dentro do panorama dos filmes de apropriação.
Arthur Tuoto, Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças, 2014, 60’
Formado por imagens apropriadas de diversos suportes, o filme narra a fábula dos Monstros, descrevendo a condição humana a partir de uma perceção trágica e desoladora.
August 29, 10pm
Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA)
Miguel Palma in Motion
Curatorship by Miguel Palma
Total running time 70’
A selection of videographic works from the artist Miguel Palma, produced by him throughout his career.
Miguel Palma, Engenho, 1993
After building a motor vehicle, truly functional, Miguel Palma made the inaugural voyage, which was recorded on video. The destination was the city of Oporto, in order to be part of the exhibition Imagens para os anos 90 (Images for the 90s) at the Serralves Foundation.
Miguel Palma, Reboque, 2000, 4’06’’
A trailer with several cars colliding against each other as the first one moves ahead.
Miguel Palma, Lisboa – Roterdão, 2001, 4’19”
A trailer with a model of a coastal city was transported from Lisbon to Rotterdam, a camera inside records the changes in the city.
Miguel Palma, Air Show, 2001, 5’13”
Miguel Palma drives a remote-controlled airplane in the eastern part of Lisbon, a camera inside the airplane records the trip.
Miguel Palma, Polaroid, 2003, 1’56”
A picture is taken and its development through the Polaroid process is recorded.
Miguel Palma, Accident Motion Pictures, 2003, 3’58”
An ambulance is moving. On the inside a series of miniature cars collide against each other by mercy of the movement of the first one.
Miguel Palma, Erosão, 2009, 4’38”
A miniature motorcycle is driven by Miguel Palma on a very rough surface.
Miguel Palma, Inside Out, 2009, 6’39”
In a small empty urban space, forgotten and full of garbage, Miguel Palma creates a temporary lake in which he puts a series of remote-controlled boats.
Miguel Palma, Desert Shuttle, 2012, 2’09”
A short version of the video documenting the performance and project Desert Initiative/Remote Shuttle that Miguel Palma did in the context of the residence Desert Initiative: Desert 1.
Miguel Palma, Suspenso, 2013, 5’09”
Miguel Palma suspended by a harness and a cable for a few minutes in the CGAC, Galicia, during the inauguration of his exhibition Modern discomfort in 2013.
11:15pm
Do Monstro Brasil ao Monstro Global
Curatorship by Alisson Ávila
Total running time 60’
Throughout the 20th century, not without a certain obsession, Brazilian filmmakers and visual artists vigorously sought the understanding of – what is / where is / what will be of – Brazil, under the most diverse frameworks and languages. This exercise of searches and encounters forged the foreign perception of modern audiovisual production in the country.
However, in the 21st century, new artists set themselves to create an imagistic universe that gradually ceased to devote itself to the need to explore Brazilian identity in order to address increasingly broader possibilities: just as in the rest of the globalized world, interests and artistic needs fragmented definitively, and national analysis ceases to be literal.
As a mirror of contemporary author’s audiovisual production in Brazil, Cine Esquema Novo followed this thematic relativity with the most intimate, private, personal, essayistic work gaining strength. In line with the global need to provide another approach to the permanent excess that marks the present time, much of these productions join the voices of the “Artistic International” to express transversal emotions (not necessarily pertaining to a nationality or a nation) towards the established order.
This production which is less diminishing of Brazilian identity and more phlegmatic, sensory and internationalizing, is dedicated to an artistic expression (and of course political) other than national connections of belonging, which features the film selected by Cine Esquema Novo for FUSO 2015. With Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças (What We Do with Our Misfortunes) by Arthur Tuoto, we bring to Lisbon for the first time an award-winning work, Grand Prize of Cine Esquema Novo in 2014: a work that, in the words of the jury, presents a “reinterpretation of texts and images appropriated by the artist, leading the viewer to a political reflection about the contemporary world through a powerful film essay.” A “found footage” film, in the heart of the contemporary agenda, and through a soundtrack by Jean-Luc Godard and Anne-Marie Miéville invites us to dive into a unique work within the panorama of appropriation films.
Arthur Tuoto, Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças (What We Do with our Misfortunes), 2014, 60’
From found footage material, this film tells the fable of the Monsters, describing the human condition from a tragic and desolating point of view.