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26 Agosto, 23h15

Praça de Carvão, Museu da Eletricidade

 

Sampling
Duração da sessão 60’

 

A vídeo arte, obviamente, não pode permanecer insensível ao fluxo contínuo de imagens do mundo digital. Os trabalhos aqui apresentados utilizam a acumulação e o sampling. Às vezes é no cinema experimental, incluindo a era do cinema mudo que os artistas buscam as suas raízes contemporâneas.

Renata Sancho, Rastilho da Memória, 2015, 5’30’’

“O vento sopra, atiça chamas, afasta as cinzas, mas não apaga memórias.”


Catarina Picciochi, Memento.01, 2014, 6’15’’

A criança que ficou na curva de um tempo que já esquecemos e ao qual retornamos de uma forma que julgávamos perdida, assim é o tempo que constrói imagens daquilo que já fomos e que ainda julgamos ser.


Catarina Picciochi, Memento.02, 2014, 2’15’’

Gira, gira o tempo que nunca para. Pega no que ficou atrás e trá-lo novo para a frente num círculo perfeito sempre em movimento. Ri-te como fazias quando vivias achando-te infinito nos dias intermináveis da tua infância.


Clément Jandard, Une cigarette, 2015, 5’09’’

À noite, um homem lentamente deriva num barco a remo sobre as luzes de uma estranha fábrica. Tempo para um cigarro, presenças efémeras cruzam o seu caminho.


Diogo Leôncio, Serei, 2014, 2’11’’

Uma construção em torno de um poema de Adília Lopes.


Diogo Leôncio, Depois da Sesta, 2014, 3’06’’

Uma construção em torno de memórias de infância.


Sérgio Martins Pires, Alphabet, 2015, 3’47’’

Como as letras ou as palavras, o falo tem uma capacidade metafórica quase inconsciente. Quando abrimos os olhos e olhamos para o mundo, olhamos para coisas, paisagens, formas, mas não quando olhamos para palavras, letras ou símbolos. Estes têm o poder de nos fazer pensar imediatamente. Quando olhamos para uma parede na rua, e esta parede tem um graffiti, e este graffiti tem letras – várias letras que se agrupam e se constituem como palavras – não as olhamos mas lemos de uma forma imediata. E estas palavras ao serem lidas, mesmo que não as queiramos ler, são imediatamente traduzidas em imagens mentais, têm significados. O meu trabalho explora a possibilidade do falo como ideograma, ao invés do duplo simbólico para o pénis e representação do androcentrismo, torna-se um símbolo que potencia a capacidade de apreensão de novas ideias.


Eduardo Brito & Rita Medinas Faustino, As Simultâneas, 2015, 4’36’’

A sobreposição de dois tempos origina um terceiro: entre Março de 1915 e inícios de 1917, Sonia e Robert Delaunay viveram em Vila do Conde, na Avenida Bento de Freitas, numa casa à qual chamaram La Simultanée. Imagens da vista das janelas dessa casa, numa manhã de Maio de 2015, sob a narração de uma colagem de textos de 1915 e de 1916 do jornal vilacondense República, de um testemunho de Sonia Delaunay sobre Vila do Conde e de um depoimento de Domingos Teixeira Coelho, atual habitante da casa, fazem aparecer um outro tempo. Um tempo imaginário, relacional e contraditório, mas nem por isso impossível.


Albino Guimarães, Colouring Grey, 2015, 3’31’’

O som da televisão ao fundo, o pássaro canta, dia cinzento que parece parado no tempo… timidamente a cor vai surgindo envolvendo e transformando tudo o que está á sua volta fazendo com que o movimento surja correndo e ganhando vida como que se tentasse recuperar o tempo perdido.


Lourenço Soares, A Vida de Jesus Parte I: Infância, 2015, 4’40’’

A Vida de Jesus – Parte I: Infância é um filme-ensaio sobre a vida de Jesus Cristo que procura significados na relação entre representações pictóricas, texto e sobreposição de imagens.


Rui Cardoso, Trip-Ods, 2015, 5’10’’

Lisboa, num tempo incerto, assiste à chegada de umas estranhas criaturas. Máquinas fantásticas, passeiam pela cidade. Artefactos trípodes pairam por sobre os telhados da cidade, emitindo uns estranhos ruídos. Qual será o seu propósito?


Maria Ornaf, Benighted, 2014, 7’

Benighted significa “ultrapassada pela escuridão” ou “surpreendido por noite”.

Esta palavra poética, que descreve um estado de mente e corpo, pode referir-se a um contexto mais amplo de ser surpreendido pelo tempo e pelo futuro iminente.

Infância e a conexão perdida com a natureza, refletir a solidão inevitável, vir mais tarde. A liberdade termina com fronteiras que são marcadas na nossa infância.


Diogo Brito, A Cama, 2015, 4’29’’

O Ikea é uma empresa privada especializada na venda de móveis domésticos. O meu trabalho foi trazer a minha cama (objeto comum a todos nós), espaço privado e íntimo, para o meio público com o auxílio do manual de instruções da mesma, reinterpretado por mim, pela minha interação e ligação com a minha cama.

August 26, 11:15pm
Praça de Carvão, Museu da Eletricidade

 

Sampling
Total running time 60’

 

Video art cannot ignore the continuous stream of images of the digital world. The works presented in this program use accumulation and sampling. Sometimes it is in experimental cinema, including its silent era, that the artists seek their contemporary roots.

Renata Sancho, Rastilho da Memória, 2015, 5’30’’

“The wind blows, stirs flames, displaces ashes, but does not erase memories.”


Catarina Picciochi, Memento.01, 2014, 6’15’’

The child that remains in a curve of a time we have forgotten and to which we return in a way that we thought we had already lost, so is time itself that builds on images of what we once were and we think we still are.


Catarina Picciochi, Memento.02, 2014, 2’15’’

Turns, turns the time that never stops. Grab what was left behind and take it again to the front in a perfect circle always in motion. Laugh like you did when you found yourself infinite in the endless days of your childhood.


Clément Jandard, Une cigarette, 2015, 5’09’’

At night a man slowly drifts in a rowing boat under the lights of a strange factory. Time for a cigarette, ephemeral presences cross his path.


Diogo Leôncio, Serei, 2014, 2’11’’

A construction around a poem by Adília Lopes.


Diogo Leôncio, Depois da Sesta, 2014, 3’06’’

A construction around childhood memories.


Sérgio Martins Pires, Alphabet, 2015, 3’47’’

As letters or words, the phallus has a metaphorical ability that is almost unconscious. When we open our eyes to the world, we look at things, landscapes, shapes but not when we see words, letters or symbols. These have the power to make us think immediately. When we look at a wall on a street and it has a graffiti, and this graffiti has letters, several letters that form words, we don’t just look at them but we read them immediately. And these words once read, even if we don’t want to read them, are instantly translated into mental images, they have meaning. My work explores the possibility of the phallus as an ideogram instead of being the symbolic double for the penis and representing androcentrism it becomes a symbol that potentiates the ability to apprehend new ideas.


Eduardo Brito & Rita Medinas Faustino, As Simultâneas, 2015, 4’36’’

The juxtaposition of two layers of time originates a third one: between March 1915 and early 1917, Sonia and Robert Delaunay lived in Vila do Conde, Portugal, at Bento de Freitas Avenue, in a house they called La Simultanée. Views from the window of this house, captured in a morning of May 2015, along with the narration of a news collage from 1915 and 1916 from the local paper República, Sonia’s testimony about Vila do Conde and the words of Domingos Teixeira Coelho, the current owner of the house – altogether they bring up another layer of time: an imaginary, relational and contradictory time, but by no means an impossible one.


Albino Guimarães, Colouring Grey, 2015, 3’31’’

The bird sings, the background sound of the television, a grey day that seems stopped in time… shyly the colour emerges involving and transforming everything around it, making the movement arise, running and coming to life like if it was trying to regain its lost time.


Lourenço Soares, A Vida de Jesus Parte I: Infância (The Life of Jesus – Part I: Childhood), 2015, 4’40’’

The Life of Jesus – Part I: Childhood is a film-essay about the life of Jesus Christ that seeks meaning in the relationship between pictures, text and overlaid images.


Rui Cardoso, Trip-Ods, 2015, 5’10’’

Lisbon, in an uncertain time, attends the arrival of some strange creatures. Fantastic machines, wandering around the city. Tripod artifacts hovering over the city’s rooftops, emitting strange noises. What are their purposes?


Maria Ornaf, Benighted, 2014, 7’

Benighted means “overtaken by darkness” or “surprised by night”. 

This poetic word, which describes a state of mind and body, can refer to the wider context of being surprised by time and the imminent future. 

Childhood and the lost connection with nature reflect the inevitable loneliness to come. Freedom ends with borders that are pronounced in our childhood.


Diogo Brito, A Cama, 2015, 4’29’’

Ikea is a private company specialized in the sale of home furnishing. My work is to bring my bed (common object of all people), private and intimate space, to the public domain through the instruction manual of my bed, here re-interpreted by me, according with my interaction and affinity with it.