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“FUSO 2016 – 23 a 28 de Agosto

Programa

 

24 Agosto, 23h15
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT)

 

Open Call
Curadoria de Jean-François Chougnet
Duração da sessão 57’

Luiza Porto & Márcia Bellotti, Ashes of the Afternoon (134 mortes), 2015, 8’45’’
Ashes of the Afternoon (134 mortes) parte de uma visão surrealista para trazer uma crítica política contemporânea sobre a violência que forçosamente envolve o dia-a-dia das pessoas transexuais no Brasil.

Argumento, Realização, Fotografia e Produção Márcia Bellotti
Edição, Som, Figurino, Performance e Coprodução Luiza Porto


Márcio Vilela, Estudo Cromático para o Azul, 2015, 3’27’’
Este projeto tem como ponto de partida o estudo dos possíveis tons da cor do céu quando observado em altitudes compreendidas entre os 0m e os 38.000m em relação ao nível do mar. Imaginemos que nos encontramos numa planície ao nível do mar num dia sem nuvens, olhamos para cima e vemos o céu, com o seu tom azul característico. Agora imaginemos que estamos na mesma planície, mas dentro de um balão de gás hélio com capacidade de ascensão de 38.000m. A medida que o balão ganha altitude a atmosfera torna-se rarefeita, a diminuição na concentração de moléculas da atmosfera tem efeito direto no espectro visível da luz, fazendo com que o azul fique mais escuro a medida que estamos a subir. Quando chegamos finalmente aos 38.000m olhamos novamente para cima, agora vemos o céu negro. Entre os 0m e os 38.000m existem infinitas possibilidades para os tons de azul, é este o ponto de partida desta pesquisa.
Para a realização deste projeto foi lançado um balão meteorológico a 38.000m de altitude. Este balão estava equipado com duas câmaras de vídeo, uma câmara fotográfica, GPS e paraquedas. O que vemos neste vídeo é a ascensão e queda deste balão, que regista o gradual escurecimento do céu.


Catarina de Oliveira, Teste Cinematográfico a uma Mão Fantasma, 2016, 1’28’’
Teste Cinematográfico a uma Mão Fantasma é uma curta-metragem que tem origem numa ideia que a artista propõe num outro filme seu, A Devorar o Contíguo (2016). Neste trabalho diz que o céu de Bruxelas está cheio de fantasmas das vítimas das atrocidades cometidas durante o Estado Livre do Congo. Estes fantasmas terão ido parar a Bruxelas pois iam agarrados ao marfim e borracha que eram extraídos no Congo. Alguns destes fantasmas seriam mãos pois os soldados tinham que enviar aos seus superiores as mãos dos “trabalhadores” que eram mortos por não atingir as cotas mínimas de borracha. Como os soldados queriam poupar as balas para as utilizar na caça, não matavam esses trabalhadores, apenas lhes cortavam as mãos… então a artista fala que estas mãos viravam fantasmas… As mãos morriam primeiro que as pessoas, e como havia tantos fantasmas de mãos e corpos manetas, estes não se conseguiam encontrar de maneira a reunirem-se num só fantasma.

De Catarina de Oliveira
Com A mão de Maria Teresa Antunes
Apoio EGEAC e Galerias Municipais de Lisboa 2016


Patrícia Bandeira, The Earth is Flat, 2015, 6’24’’
O cartão de banda magnética é polarizado nas direções norte e sul, assim como a terra. Ambos paradigmas estão a sofrer uma transição – a banda magnética está a tornar-se obsoleta e o campo magnético da terra irá alterar-se, do mesmo modo que conceitos polarizados se tornam gradualmente diluídos e permeados por território inexplorado.

Imagem, Animação e Edição Patrícia Bandeira
Imagem introdução NASA
Som audio network


Chrischa Oswald, M(O)USE, 2015, 6’50’’
M(O)USE questiona o papel de sujeito e objeto, refletindo carinho e relacionamentos (para outros, para a arte) na nossa era digital. É um vídeo sobre superfícies e satisfação superficial e inspirado por obras de vídeo arte emblemáticas como Art must be beautiful (Abramović) e Fly (Y. Ono).
O título refere-se a uma musa que tanto pode ser o torso digital do sexo masculino que é mostrado numa tela ou a mim mesmo como a pessoa em performance, mas também para o dispositivo técnico, o rato do computador que serve como uma extensão quase protética do nosso corpo, para realizar tudo: até mesmo o íntimo, o toque. Existe uma interdependência entre o ecrã que espelha o movimento do executante (sob a forma do símbolo mão computador). O trabalho tem também uma outra dimensão que fala sobre a arte e o artista como objetos económicos ao invés de alguém/alguma coisa a ser apaixonado. As relações de poder entre sujeito-objeto podem ser vistas de diversos ângulos. É constantemente em fluxo quem tem o papel, quem está a controlar quem, neste jogo de virtual e real. Ainda mais, quando um público observador está-se tornando parte dessa correspondência íntima.

Câmara, Montagem, Som e Performance Chrischa Oswald


Inês da Silva Teixeira Alves, One Minute Stories, 2015, 8’
Em One Minute Stories é feito um retrato de diferentes grupos de pessoas. A cada uma é pedido que conte uma história, que posteriormente é reduzida ao tempo de um minuto, ficando as frases mais marcantes e significantes. Desta forma, a história original é transformada em algumas frases-chave, pequenos apontamentos que ganham sentidos mais fortes ou diferentes quando isolados. As histórias baseadas em situações reais confundem-se com aquelas surgidas da imaginação espontânea. Fica o desafio tentar descobrir o que está por trás de cada uma.

Realização Inês Alves
Fotografia Ico Costa


Valter Ventura, Fade to Black, 2016, 1’26’’
Um trabalho sobre luz, distância e trajetória.
Uma relação entre o apontar e disparar: os gestos da fotografia.


Marta Leite, Caminhando, 2015, 1’33’’, MiniDV, cor, díptico, dois canais, loop
Filmado propositadamente com uma câmara Mini DV de baixa qualidade e desfocado, Caminhando consiste num díptico que mostra ao observador um quase plano, contra plano, que não o chega a ser porque as duas cenas foram filmadas em localizações diferentes. Através desta pequena falha procurou-se aludir aos equívocos da memória.

Realização, Edição e Performance Marta Leite
Fotografia Kári Páll Oskarsson


Alice dos Reis, The Stock Model, 2016, 3’41’’
Prémio do Público

The Stock Model é a narração ficcional de uma modelo de stock que encontrou a sua imagem reproduzida continuamente em vídeos promocionais e renders 3D de agências de Real Estate.
As imagens que acompanham a narração são apropriadas de vídeos de empresas de imobiliário de luxo usadas com o propósito de promover apartamentos e complexos antes da conclusão da sua construção.

Voz Mariana Dias
Pós-produção áudio Manuel Leal Ramos
Agradecimentos Manuel Leal Ramos, Mariana Tilly, João Abreu


LealVeileby (António Leal & Jesper Veileby), Magic for Benjamin (The Fakir and Cinderella), 2015, 5’40’’
Em 1936, Walter Benjamin escreveu “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, um texto tão relevante na altura como na era digital de hoje. Nele, Benjamin fala sobre a reprodução de material artístico e a separação da arte da sua herança ritual.
Em Magic for Benjamin, três filmes realizados, na sua maioria, com material digital apropriado a partir da Internet, conta-se a história do truque da corda indiana. Um truque de magia que estava no centro das atenções na época de Benjamin. Magic for Benjamin aponta a magia como um outro campo com raízes rituais e pondera se “magia e arte podem ter algo em comum?”.

Voz Joana Pereira


Pedro Amaral & Ruy Otero, Fast Eddie, 2015, 3’09’’
Em 1961, Robert Rossen realizou o filme The Hustler. Vinte e cinco anos depois, Martin Scorsese apareceu com The Color of Money.
Ambos tinham como protagonista Paul Newman que desempenhava o papel de Fast Eddie.
Em 2014, Pedro Amaral e Ruy Otero idealizaram Fast Eddie a jogar snooker com ele próprio num espaço de tempo imaginado por um cigarro. E resultou.

Autoria e Edição Pedro Amaral e Ruy Otero


João Pedro Fonseca, Welcome to Portugal, 2016, 4’07’’
Este trabalho é um registo fotográfico da Rua Augusta no dia 1 de Julho de 2016. Sendo esta rua uma das principais concentrações turísticas do país e a principal artéria da baixa pombalina, é visível a sua elevada descaracterização cultural. Ao longos dos 547 metros, a perceção de quem é o visitante e o visitado perde-se. É uma rua virtual, apenas promovida exclusivamente de objetos e produtos universalmente desejados. Este vídeo não só pretende registar um processo de fragmentação cultural como também questionar qual dos lados da montra realmente está virado para o mundo?

Realização e Produção João Pedro Fonseca


Elsa Bruxelas, Volta Lisboa, 2016, 7’53’’
Volta Lisboa, no enquadramento de um para-brisas de um tuk tuk, mostra uma cidade à qual não se tem acesso. Fora de campo, surgem imagens entre aquilo que vemos e o que nos é mostrado, numa dualidade impossível de conciliar.

“FUSO 2016 – August 23 to 28

Program

 

August 24, 11:15pm
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT)

 

Open Call
Curatorship by Jean-François Chougnet
Total running time 57’

Luiza Porto & Márcia Bellotti, Ashes of the Afternoon (134 deaths), 2015, 8’45’’

Ashes of the Afternoon (134 deaths) uses a surrealistic landscape to build a contemporary social political criticism on the daily violence suffered by transgender people in Brazil.

Script, Directing, Photography and Production Márcia Bellotti
Editing, Sound, Costumes and Co-production Luiza Porto


Márcio Vilela, Estudo Cromático para o Azul, 2015, 3’27’’

This project’s starting point is the study of possible sky colour tones when viewed at altitudes ranging between 0m and 38.000m in relation to the sea level. Let’s imagine we are in a flat land at sea level on a cloudless day, we look up and we see the sky, with its characteristic blue tone. Now imagine we are on the same land, but inside a helium gas balloon with a 38.000m rising ability. As the balloon gains altitude, the atmosphere becomes rarefied, the decrease in the concentration of atmospheric molecules has a direct effect on the visible spectrum of light, so that the blue becomes darker as we rise. When we finally reach the 38.000m and look up again, we now see a black sky. Between 0m and 38.000m there are endless possibilities for shades of blue, and this is the starting point for this research.
For the realization of this project a weather balloon was launched to the altitude of 38.000m. This balloon was equipped with two video cameras, a photo camera, a GPS and a parachute. What we see in this video is the rise and fall of this balloon, which captures the gradual darkening of the sky.


Catarina de Oliveira, Teste Cinematográfico a uma Mão Fantasma, 2016, 1’28’’

Teste Cinematográfico a uma Mão Fantasma (Ghost’s Hand Screen Test) is a short film that comes from an idea the artist first mentions in another film, A Devorar o Contíguo (Devouring the Contiguous), 2016. This work claims that Brussels’ sky is filled with ghosts from the victims of the atrocities committed during the regime of Congo Free State. This ghost made their way to Brussels by clenching to the ivory and rubber that were extracted from Congo. Some of these ghosts were hands because the soldiers were supposed to send to their officials the hands of the “workers” that they would kill for not achieving the minimum rubber quotas. As the soldiers wanted to save bullets for hunting, they would just cut off the hands of these workers without having killed them first. So, the artist claims that these hands would become ghosts, as they would die before the people would, and as there were so many ghosts of both hands and handless bodies… they didn’t manage to find each other in order to reunite themselves in a single ghost.

By Catarina de Oliveira
With The hand of Maria Teresa Antunes
Support EGEAC and Municipal Galleries of Lisbon 2016


Patrícia Bandeira, The Earth is Flat, 2015, 6’24’’

The magnetic stripe card is polarized in north and south pole direction, as is the earth. Both paradigms are shifting, the magnetic stripe is becoming obsolete and the earth’s magnetic field will change – as all polarized concepts become increasingly dissolved and permeated by uncharted territory.

Image, Animation and Editing Patrícia Bandeira
Introduction image NASA
Sound audio network


Chrischa Oswald, M(O)USE, 2015, 6’50’’

M(O)USE is questioning the role of subject/object, reflecting affection/relationships (to others/to art) in our digital age. It’s about surfaces and superficial satisfaction and inspired by iconic video-works like Art must be beautiful (Abramović) and Fly (Y. Ono).
The title refers to a muse which can either be the digital male torso or myself as the performer but also to the technical device, the computer mouse, that serves as an almost prosthetic extension of our body, to perform everything: even the intimate, the touch. There is an interdependency between the screen that mirrors the movement of the performer (in the form of the computer hand symbol). The work is also hinting at art and artist as economic objects rather than someone/a thing to love (and in this way to economically perform). The power relations between object-subject can be looked at from different angles. It’s constantly in flux who has what role, who is in control of whom, in this game of virtual and real. Even more, when an observing public is becoming part of that intimate correspondence.

Camera, Editing, Sound and Performance Chrischa Oswald


Inês da Silva Teixeira Alves, One Minute Stories, 2015, 8’

In One Minute Stories it is made a portrait of different groups of people. Each one was asked to tell a story that later was reduced to one minute, leaving the most striking and significant sentences. Hence, the original story was changed in some key phrases, small notes, that gained stronger or different sense once isolated. The stories based on real situations overlap with those arising from the spontaneous imagination. Remains the challenge of trying to figure out what is behind each one.

Directing Inês Alves
Photography Ico Costa


Valter Ventura, Fade to Black, 2016, 1’26’’

A work on light, distance and trajectory.
A relationship between the point and shoot: the gestures of photography.


Marta Leite, Caminhando, 2015, 1’33’’, MiniDV, cor, díptico, dois canais, loop

Filmed on purpose with a low quality Mini DV camera, out of focus, Caminhando consists of a diptych of two different scenes, which almost look like a shot reverse shot. Those two scenes allude to the ambiguity of memory.

Directing, Editing and Performance Marta Leite
Photography Kári Páll Oskarsson


Alice dos Reis, The Stock Model, 2016, 3’41’’
Public Prize

The Stock Model is a first-person fictional narration of a former stock model who had her image highly reproduced in Real Estate companies’ 3D video promotionals.
The images are taken from Real Estate company’s videos created with the purpose of promoting and selling apartments and private condos before its construction is concluded.

Voice Mariana Dias
Sound post-production Manuel Leal Ramos
Acknowledgements Manuel Leal Ramos, Mariana Tilly, João Abreu


LealVeileby (António Leal & Jesper Veileby), Magic for Benjamin (The Fakir and Cinderella), 2015, 5’40’’

Em 1936, Walter Benjamin escreveu “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, um texto tão relevante na altura como na era digital de hoje. Nele, Benjamin fala sobre a reprodução de material artístico e a separação da arte da sua herança ritual.
Em Magic for Benjamin, três filmes realizados, na sua maioria, com material digital apropriado a partir da Internet, conta-se a história do truque da corda indiana. Um truque de magia que estava no centro das atenções na época de Benjamin. Magic for Benjamin aponta a magia como um outro campo com raízes rituais e pondera se “magia e arte podem ter algo em comum?”.

In 1936, Walter Benjamin wrote “The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction” a text as relevant then as in today’s digital age. In it, Benjamin talks about reproduction of artistic material and the separation of art from its ritual heritage.
In Magic for Benjamin, a film made mostly of digital material appropriated from the internet, we are told the story of the Indian rope trick. A magic trick that was in the spotlight during Benjamin’s days. Magic for Benjamin points to magic as another field with ritual roots and ponders if “magic and art might have something in common?”.

Voice Joana Pereira


Pedro Amaral & Ruy Otero, Fast Eddie, 2015, 3’09’’

In 1961, Robert Rossen directed The Hustler. Twenty-five years later, Martin Scorcese came with The Color of Money.
Both starring Paul Newman that played the role of Fast Eddie.
In 2014, Pedro Amaral and Ruy Otero conceived Fast Eddie playing snooker with himself in a time frame envisioned by a cigarette. And it worked.

Authorship and Editing Pedro Amaral and Ruy Otero


João Pedro Fonseca, Welcome to Portugal, 2016, 4’07’’

This work is a photographic register of Augusta Street on 1 July 2016. Since this street is one of the main tourist concentrations of the country, and the main artery of the Pombaline downtown, is visible the loss of his own cultural characteristics. In the long 547 meters, the perception of who is the visitor and the visited gets lost. Is a virtual street just promoted exclusively by objects and universally desired products. This video wasn’t only to register a cultural fragmentation process, but also to question which side of storefront is actually facing the world?

Directing and Production João Pedro Fonseca


Elsa Bruxelas, Volta Lisboa, 2016, 7’53’’

Volta Lisboa, in the frame of a tuk tuk’s front window, shows a city to which there is no access. Off camera, there are images between those of what we see and those shown to us, in a duality impossible to reconcile.