“FUSO 2016 – 23 a 28 de Agosto“
Programa
26 Agosto, 22h
Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA)
Daquilo que fica do que não se vê, vendo
Curadoria de Miguel von Hafe Pérez
Duração da sessão 60’
Deambulando entre uma tradição documental que cobria a necessidade de dar visibilidade a ações e performances mais ou menos efémeras e a criação de fluxos visuais de maior preponderância visual, a arte criada em vídeo foi-se erigindo nas últimas décadas enquanto disciplina instável realizada por artistas que na maior parte dos casos mantêm uma prática expandida por outros meios.
No caso dos autores agora apresentados, dir-se-ia que nos deparamos com duas perspetivas relativamente opostas: se em Francisco Queirós a criação videográfica é absolutamente central no seu trabalho, já no caso da dupla Von Calhau! a imagem em movimento (fílmica e não videográfica) raramente se autonomiza, circunscrevendo antes um universo criativo que se ancora fundamentalmente na apresentação ao vivo e na criação disciplinarmente prolixa de uma imaginário complexo e próprio. Aí se cruzam, na verdade, estas duas propostas: nestes criadores, como em poucos no atual panorama nacional, vislumbramos territórios visuais e conceptuais com rasgos idiossincráticos absolutamente únicos.
A desestabilização narrativa, onde o absurdo parece prevalecer, a incongruência visual e a suspensão hermenêutica são estratégias para atirar o espectador para uma espécie de desconforto vital que estas artistas propõem enquanto estado de atenção primordial no entendimento de possibilidades percetivas que criam mundos na planificação extrema de um mundo como o atual que se ancora na putativa legibilidade e unidimensionalidade digital para o seu (des)conhecimento.
Francisco Queiroz, Between Light and Darkness, 2010, 2’30’’
Francisco Queiroz, Cosmic Death, 2015, 20’42’’
Von Calhau!, Avesso, 2011, 16’
Von Calhau!, Quadrologia Pentatónica, 2010, 18’
“FUSO 2016 – August 23 to 28“
Program
August 26, 10pm
Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA)
Daquilo que fica do que não se vê, vendo
Curatorship by Miguel von Hafe Pérez
Total running time 60’
Roaming from a documentary tradition that covered the need to give visibility to actions and performances more or less ephemeral and creating visual flow of greater visual preponderance, art created in video came up in recent decades as an unstable discipline performed by artists that in most cases maintain an expanded practice by other means.
In the case of the authors presented here, one can say that we encounter two relatively opposing perspectives: if in Francisco Queirós’ work the videographic creation is absolutely central, in the case of the duo Von Calhau! the moving image (filmic and not videographic) rarely becomes autonomous, circumscribing a creative universe that is anchored mainly on live performance and the creation of a disciplinary and prolix imaginary complex in itself. It is there that the two proposals intersect: in these creators, as in few in the current national panorama, we glimpse visual and conceptual territories with absolutely unique idiosyncratic features.
The narrative destabilization, where absurdity seems to prevail, the visual incongruity and hermeneutics suspension are strategies to throw the viewer into a kind of vital discomfort that these artists propose as a state of primordial attention to understand perceptual possibilities which create worlds by extremely planning a world like the current one that is anchored in the putative legibility and digital one-dimensionality to its (un)knowledge.
Francisco Queiroz, Between Light and Darkness, 2010, 2’30’’
Francisco Queiroz, Cosmic Death, 2015, 20’42’’
Von Calhau!, Avesso, 2011, 16’
Von Calhau!, Quadrologia Pentatónica, 2010, 18’