“I’D RATHER NOT”
Andresa Soares
I’D RATHER NOT é um solo de dança perfurado ou interrompido por 20 encontros explicitamente estabelecidos com as pessoas que ocupam os lugares de espectadores. Nesta situação performativa coexistem dois dispositivos cénicos distintos: o solo de dança e a situação de one-on-one meetings.
A relevância destes encontros será então proporcional ao remetimento do “espectáculo” para um plano secundário – o seu desacreditar.
De qualquer modo aproveitemos a situação, nem que seja para nos dedicarmos a outros assuntos.
E, já agora, pede-se aos presentes que desta vez mantenham o foco em si próprios, através da recusa iminente daquilo em que nos tornámos e do fortalecimento da sua subjectividade.
Biografia
ANDRESA SOARES
Coreógrafa, bailarina e actriz, reside e trabalha em Lisboa.
A sua formação dividiu-se entre as artes plásticas e a dança e, desde cedo, inicia a sua actividade como criadora nas artes performativas tendo até então realizado mais de 20 criações. Em 2002 funda a Máquina Agradável que co-dirigiu com Lígia Soares até 2014.
O seu trabalho tem cruzado várias áreas artísticas procurando atravessar livremente o uso da palavra, do movimento, da imagem, do som, da presença do público ou a consciente anulação de uma destas partes utilizando o constrangimento como a demanda que a formulação do projecto motiva. Nos seus trabalhos faz também a criação dos textos que os integram.
Como criadora na área das artes performativas salienta: “Iscas de Peixe-piça – um tratado sobre o erotismo”; “Era uma coisa mesmo muito abstracta” com música de João Lucas; encenação de “Estados Eróticos Imediatos de Soeren Kierkegaard”; co-criação com Ricardo Jacinto de “In a rear room – um tributo”; direcção artística de “Problema Técnico”, “Uma Estadia de 50Min”, “O Esplêndido”, “Os Mal Sentidos”, “Vala Comum” e “3 Performances Para Microfone + Micro-Seres”.
Como intérprete trabalhou com José Laginha, Luís Castro, Nuno M. Cardoso, Ricardo Aibéo, Michel Simonot, Vera Mantero, Sílvia Pinto Coelho, Maria Ramos, BLITZ – Theatre Group entre outros e participou em vários filmes e curtas-metragens.
Dirigiu em conjunto com João Cabral o grupo de teatro universitário ULTIMACTO (2006/2012) e leccionou vários workshops de dança e composição coreográfica.
Fez a realização de vários vídeos para espectáculos. Pontualmente trabalha como directora de arte ou assistente de decoração em cinema onde colaborou com realizadores como Miguel Gomes, João Nicolau e João Pedro Rodrigues.
O seu trabalho tem sido apresentado em Portugal, Alemanha, França, Espanha e Brasil.
YAEL KARAVAN
Actriz, bailarina e encenadora, Yael Karavan nasceu em Israel, mas cresceu e estudou em Florença, Paris e Londres. Actualmente vive entre Brighton e Lisboa. Começou a sua carreira como actriz aos 13 anos no Teatro Nacional, televisão e vários filmes em Israel. Em 1995 começa a viajar pela Europa, Estados Unidos, Brasil e Japão procurando desenvolver uma linguagem de movimento contemporânea que articulasse o ocidente e o oriente, a dança e o teatro.
Estudou com Anton Adasinski (companhia russa de teatro-físico Derevo), Nigel Charnock (DV8 Physical Theatre), Philippe Genty, Pjilippe Gaulier, Jerzy Winnicki (Grotowski), Rivardo Puccetti (Lume Teatro), Monica Pagnieux (técnica feldenkrais na performance), Sue Morrison (clown através da máscara) e com os mestres de Butoh Kazuo Ohno, Tadashi Endo, Carlotta Ikeda, Yumiko Yoshioka, Akiko Motofuji, Ko Morobushi e Katsura Kan entre outros.
Fez parte da companhia russa Derevo, da Mamu Dance Theatre dirigida por Tadashi Endo, Ten-Pen Chi dirigida por Yumiko Yoshioka e foi co-fundadora da companhia internacional de site-specific Adapt-Theatre Picture Collision e da companhia Karavan Ensemble.
Desde 1999 tem leccionado workshops por todo o mundo: Brighton and Reading University no Reino Unido, Kinki University of Osaka e Asbestos Kan studio em Tokio, The Habima National Theatre em Israel, Lume Theatre Ressearch Nuckeus e SESCI em São Paulo, Recife, Olinda e Belém – Brazil, Ecole Philippe Gaulier em Seaux-France, BAW (Billingual Acting Workshops) em Paris, TTI em London, Oxford dance forum & Café Reason, Coachwerks e The Nightingale heatre também em Brighton entre outros espaços em Lisboa, Porto, Barcelona, Madrid, Rio de Janeiro, etc..
JOÃO FERRO MARTINS, Santarém, 1979.
Uma produção tridimensional e questões relacionadas com pintura e música formam a base do seu trabalho. Desenvolve também inúmeras acções que envolvem teatro, performance e vídeo. As obras assentam num processo onde ideias, memórias, sintomas e outras vertentes imateriais encontram a sua substância, a sua existência física particular. Produzindo numa lógica onde não existe limitação a nenhum médium específico, torna-se mais comum na prática de JFM que a forma advenha de uma sugestão conceptual.
Licenciou-se em Artes Plásticas na ESAD, Caldas da Rainha. Para além de várias exposições individuais teve presença em exposições colectivas como: (2013) Prémio EDP Novos Artistas Fundação EDP, Porto; Visões do Desterro, Caixa Cultural do Rio de Janeiro; (2012) I wish this was a song, Music in Contemporary Art, Nasjonalmuseet, Museet for samtidskunst, Oslo; (2008) 7 Artistas ao 10º Mês, F.C.Gulbenkian, Lisboa. Em palco co-criou e interpretou: O Declive e a Inclinação (Alexandre Pieroni Calado e JFM), (2011) Nocturno para sala silvestre (Gonçalo Alegria e JFM), Teatro do Vestido, Lisboa; Retrato Possível e Concerto Triangular (Andrea Brandão e JFM), Appleton Square, Lisboa. Entre 2013 e 2015 desenvolveu temas sonoros originais para 3 peças com encenação de Alexandre Pieroni Calado. Fez cenografia e figurinos para a peça O limpo e o sujo de Vera Mantero de 2016. É fundador, juntamente com Hugo Canoilas, do colectivo A kills B com o qual esteve presente em: Nam June Paik Art Center, Seul em 2008, exibiu o projecto A mata B na F.C.Gulbenkian, Lisboa em 2012 e actuou no Palais de Tokyo, Paris em 2013.
http://cargocollective.com/joaoferromartins
GONÇALO ALEGRIA, Lisboa, 1976.
Estudou música com Walter Lopes, José Eduardo, Mário Delgado e actualmente frequenta o Mestrado de Artes Musicais na Universidade Nova de Lisboa.
Começou a trabalhar em teatro em 1999 tendo sido membro do Teatro do Vestido entre 2001 e 2013. Frequência do Curso de Ilustração do Ar.Co. entre 2002 e 2004. Foi professor de Som e Luz na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espetáculo. Frequentou o Curso de Artes da Performance Interdisciplinares e Tecnológicas, Programa Gulbenkian Criatividade eem 2008. É membro do coletivo Silvestre Alegria e desenvolve uma pesquisa artística interdisciplinar onde utiliza, entre outras matérias, o som, a rádio, performance e a escrita. Colaborou entre outros com: Galeria Zaratan, Miguel Castro Caldas, Andresa Soares, Matthieu Ehrlacher, Ainhoa Vidal, Marina Nabais, André Uerba, Companhia Caótica, João Ferro Martins, Daniela Silvestre, Máquina Agradável, Silvia Pinto Coelho, João Pedro Vaz, SubUrbe, Teatro Praga, Ninho de Víboras e Teatro Meridional.
Escreveu em televisão para o programa de culinária O Ingrediente Secreto. Fez captação, música e montagem de som para cinema.
Dedica-se no seu trabalho pessoal a escrever textos originais, realizar trabalho sonoro, radiofónico, performático e cénico.
Ficha Técnica
Concepção/performance ANDRESA SOARES
Assistência de ensaios/apoio à dramaturgia YAEL KARAVAN
Intervenção plástica/imagem JOÃO FERRO MARTINS
Composição musical e desenho de luz GONÇALO ALEGRIA
Assistência de movimento CARLOS MANUEL OLIVEIRA
Fotos ALÍPIO PADILHA
Produção executiva e difusão MARTA MOREIRA
Produção COTÃO – ASSOCIAÇÃO CULTURAL
Residências: Inestética companhia teatral/Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (Artistas no Palácio) e Companhia Olga Roriz
Apoios: Penha Sco, O Rumo do Fumo, Forum Dança, CML-Polo Cultural das Gaivotas e Latoaria
Projecto Financiado por: Fundação GDA – Apoio a Espectáculos de Teatro e Dança, Fundação Calouste Gulbenkian – Programa Gulbenkian Cultura, Governo de Portugal – Ministério da Cultura/ Direção-Geral das Artes
“I’D RATHER NOT”
Andresa Soares
I’D RATHER NOT is a dance solo traversed (or interrupted) by 20 meetings explicitly established with those who occupy the spectators place. In this performance two different scenic devices coexist: on one hand the dance solo and on the other the one-on-one meetings.
The relevance of these meetings will then be proportional to the conveyance of the “show” to a secondary plan – its discredit.
In any case let’s enjoy the situation, even if it’s only to dedicate ourselves to other matters.
And, by the way, we ask those present that this time around they put the focus on themselves through the eminent refusal of what we became and the strengthening of their subjectivity.
Biography
Andresa Soares (Lisbon, 1978) is a choreographer and dancer based in Lisbon.
Her artistic education was shared between the visual arts and dance and from an early age she started working as a creator in the performative arts, having created more than 20 works. In 2002 she founded the Máquina Agradável which she co-directed with Lígia Soares until 2014.
Her work has crossed several artistic fields trying to freely traverse the use of the word, movement, image, sound, the presence of the public or the conscious annulment of one of these parts using the constraint itself as the demand that the project motivates. In her work he also writes the texts that integrate the performances.
As an author she highlights the following works: “Iscas de Peixe-piça – um tratado sobre o erotismo”; “Era uma coisa mesmo muito abstracta”; stage direction of “Estados Eróticos Imediatos de Soeren Kierkegaard”; “In a rear room – um tributo” co-created together with Ricardo Jacinto; artistic direction of “Problema Técnico”, “Uma Estadia de 50Min”, “O Esplêndido”, “Os Mal Sentidos”, “Vala Comum” and “3 Performances Para Microfone + Micro-Seres”.
As a performer or interpreter she collaborated with José Laginha, Luís Castro, Nuno M. Cardoso, Ricardo Aibéo, Michel Simonot, Vera Mantero, Sílvia Pinto Coelho, Maria Ramos, BLITZ – Theatre Group among others and also participated in several feature and short films
Her work have been presented in Portugal, Germany, Spain, France and Brazil.
https://andresasoares.wixsite.com/andresa-soares
YAEL KARAVAN
Award winning performer, dancer and director, Karavan was born in Israel but grew up in Italy, France and the U.K. Since 1995 she travelled through Europe, Brazil, Russia and Japan developing a contemporary, physical language of expression bridging east and west, dance and performance. She has created numerous solo shows, touring world- wide and has been, amongst others, a member of Derevo, multiple award winning Russian physical theatre company and numerous Japanese Butoh dance troupes as well as collaborating with various artists, performers & dancers internationally. Her work is often described as visual poetry, drawing on elements of Butoh, dance, mime, clown, physical and visual theatre, intertwining dreamlike atmospheres with a humorous edge while balancing between the intimate and the collective. She is working professionally since 1999 performing in theatres, festivals as well as galleries and museums, creating theatrical as well as site specific/ responsive work around the world. Since 2009 she has been the artistic director of award winning site-specific company, The Karavan Ensemble, aiming to create original, bold and daring work, exploring new performance languages and combining various areas of specialism: dance, live music, physical theatre, site specific, object manipulation & visual live art. She is teaching workshops worldwide as well as mentoring and directing various artists and companies in Europe and Brazil.
JOÃO FERRO MARTINS, Santarém, 1979.
Three dimensional objects, painting and music/sound related questions form the basis of the artistic career of João Ferro Martins. He has also developed countless actions involving theater, performance and video. The work is engaged in a process where ideas, memories, symptoms and other immaterial drives find their own substance, their own physical existence. As the work is not framed in a specific medium, it is most likely that form embodies a conceptual suggestion. João Ferro Martins attended the ESAD, Caldas da Rainha course of Fine Arts. Amongst several individual shows he was present in group exhibishions such as: (2013) Prémio EDP Novos Artistas EDP Foundation, Porto; Visões do Desterro, Caixa Cultural do Rio de Janeiro; (2012) I wish this was a song, Music in Contemporary Art, Nasjonalmuseet, Museet for samtidskunst, Oslo; (2008) 7 Artistas ao 10º Mês, F.C.Gulbenkian, Lisbon. In stage he was co-creator and interpreter for: (2016) O Declive e a Inclinação (Alexandre Pieroni Calado and JFM), (2011) Nocturno para sala silvestre (Gonçalo Alegria and JFM), Teatro do Vestido, Lisbon; Retrato Possível e Concerto Triangular (Andrea Brandão and JFM), Appleton Square, Lisbon. Between 2013 and 2015 developed original music for three plays directed by Alexandre Pieroni Calado. Made costumes and set design for O limpo e o sujo by Vera Mantero in 2016. He is, toguether with Hugo Canoilas, founder of the group A kills B with which was presence at: Nam June Paik Art Center, Seoul in 2008, showed the project A mata B at F.C.Gulbenkian, Lisbon in 2012 and performed at Palais de Tokyo, Paris in 2013.
http://cargocollective.com/joaoferromartins
GONÇALO ALEGRIA
Creates sound installations and develops interdisciplinary work.
Collaborates with sound and musical artists in special projects. Has written for a television cooking show *the Secret Ingredient*.
He studied music with Walter Lopes, José Eduardo, Mario Delgado.
He was a teacher of Sound and Light in EPAOE-Chapitô. Attended the *Interdisciplinary and Technological Performance Arts*, Gulbenkian Creativity Program in 2008, Frequency of the Ar.Co. Illustration Course between 2002 and 2004.
Currently attending the masters in Music Arts in FCSH.
He worked, among others, with the Companhia Caotica, Marina Nabais, Andresa Soares, João Ferro Martins, Daniela Silvestre, Silvia Pinto Coelho, João Pedro Vaz, Suburbe, Teatro Praga, Ninho de Viboras, Teatro Meridional e Teatro Experimental de Cascais. Also edited sound for film. Working in theater since 1999.
Credits
Performer/Author ANDRESA SOARES
Rehearsal assistance/Support on Dramaturgy YAEL KARAVAN
Artistical Intervention/image JOÃO FERRO MARTINS
Musical composition and light design GONÇALO ALEGRIA
Movement assistance CARLOS MANUEL OLIVEIRA
Photos ALÍPIO PADILHA
Producer Manager and distribution MARTA MOREIRA
Production COTÃO – ASSOCIAÇÃO CULTURAL
Artistic Residences: Inestética companhia teatral/Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (Artistas no Palácio) e Companhia Olga Roriz
Support: Penha Sco, O Rumo do Fumo, Forum Dança, CML-Polo Cultural das Gaivotas e Latoaria
Financed project: Fundação GDA – Apoio a Espectáculos de Teatro e Dança, Fundação Calouste Gulbenkian – Programa Gulbenkian Cultura, Governo de Portugal – Ministério da Cultura/ Direção-Geral das Artes